Capítulo 31 - Uma confissão inesperada

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Usou as chaves para entrar e viu como a casa parecia silenciosa. Assim que entrou na sala, viu Pedro largado no sofá, mexendo em seu celular. Lia deu um leve pigarro, chamando a atenção dele, que pulou de surpresa e correu para abraçá-la.

- Mana! - Exclamou ele, contente e feliz.

- Oi, Pedro. - Se sentiu subitamente leve ao sentir o abraço dele e se permitiu sossegar ao menos um pouco ali. - Já estava com tantas saudades assim?

- Claro que sim. - Ele soltou-a aos poucos e depois a olhou. - Eu não sabia que já estava vindo. Você não me disse nada. Como veio até aqui? Estava esperando sua ligação para ir te buscar na parada do ônibus.

De repente o coração de Lia disparou e ela olhou para os lados vendo se mais alguém o tinha escutado, mas por sorte estavam a sós na sala. Aquela ainda não era a hora para um interrogatório. Pôs um dedo sobre os lábios, pedindo silêncio e sussurrou:

- A Liz me trouxe. Ela não quis deixar eu vir sozinha de ônibus.

Pedro pareceu surpreso por um momento, mas sorriu depois.

- E cadê minha cunhadinha? - Ele parecia ansioso e Lia gargalhou com o apelido.

- Já deve estar voltando para a cidade, ela veio apenas me deixar.

- Ah sim! - Sorriu. - E como vão as coisas com ela?

- Está tudo bem. - Sorriu levemente. - Cadê o pai e a mãe?

- Mamãe está no quarto e o papai saiu.

Nesse momento Lia sentiu algo quente e macio roçar em suas pernas, assustando-a. Olhou para o chão e viu uma bola de pelos brancos, era Gru, o gato da casa. Um sorriso instantâneo surgiu em sua face.

- Oi meu lindinho. - Falou fingindo uma voz infantil de dengo e debruçou-se para pegá-lo no colo. Ele estava todo manhoso e quentinho, ronronando como sempre. - Que saudades senti de você meu lindão.

- Esse gato adora quando você está por aqui. Nunca vi mais manhoso. - Pedro disse e pegou sua mala pesada. - Deixa eu levar isso para o seu quarto. Vamos!

Pôs o gato de volta no chão e subiu as escadas. Sentia uma familiaridade estranha ao voltar para casa dos pais depois de meses longe, até mesmo isso parecia diferente, sentia como se ali não fosse mais o seu lugar. Tinha que admitir que já estava se habituando ao apartamento e a rotina da cidade grande.

Enquanto passavam pelo corredor dos quartos, sua mãe apareceu e praticamente correu para esmagá-la em um abraço. Pedro seguiu para seu quarto, deixando-as a sós por um momento.

- Finalmente, meu bebê está em casa - declarou Nádia emocionada. - Por que não disse que estava vindo?

- Eu quis fazer uma surpresa. - Tentou disfarçar.

- E como veio até aqui? - Ela acariciou sua face. Sua mãe adorava um dengo.

- Vim de táxi do ponto de ônibus até aqui, não se preocupe.

Lia pegou na mão dela, que estava em seu rosto e fez carinho. No mesmo instante a mãe parou estática e seu olhar parecia espantado com algo. Quando Lia seguiu a direção dos olhos dela, viu que encaravam a mão da tatuagem. Gelou no lugar, agora sim iria escutar. Sua respiração ficou presa por alguns segundos.

- Mas o que é isso, Liana? - Perguntou com severidade e olhou-a à espera de uma resposta que não veio. - Você fez uma tatuagem?

O estômago de Lia revirou e seu coração explodiu de medo e nervosismo.

- Não é nada demais, mãe. Não pira! - Falou, tentando aparentar uma indiferença e segurança que não sentia.

- Pode me explicar essa coisa na sua mão, Liana? - Ela parecia verdadeiramente incomodada. - Você nunca foi disso. Por que fez uma tatuagem e logo em um lugar tão visível?

Nossa canção inesperada (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora