Capítulo 9

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Fernando ficou sem palavras por alguns instantes...

- Mas, fácil assim? - perguntou ele.

- É só um emprego. - justificou Lara, desafiadora.

- Você serve milhares de pessoas, limpa tudo depois

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- Você serve milhares de pessoas, limpa tudo depois... o que há de extraordinário nisso? Prefiro servir aos meus próprios filhos. - Lara fez uma expressão triste e logo sorriu com ternura.

- Embora pudesse trabalhar na área administrativa da companhia aérea, se precisássemos do dinheiro. Com o custo de vida como está, a maioria das famílias só sobrevive com dois salários hoje em dia.  - completou ela.

- Não sentiria falta do glamour das viagens? - perguntou Fernando.

Lara expressou desdém.

- Está brincando? Após estar em todos os lugares em que estive, você também iria querer um lugar para chamar de lar. E tudo o que isso representa. - respondeu Lara.

- Pode ficar maçante. - alertou Fernando.

Lara o fitou.

- Esperava que dissesse isso! - ela  exclamou

- Por que pilotaria uma moto, se não se sentisse aborrecida? - perguntou ele.

Um brilho surgiu no olhar de Lara.

- Aquela moto é o meu bebê. Converso com ela e ela me responde. Além disso, não trapaceia. - disse ela.

- Ah, um bebê substituto. - Fernando sorriu contente.
- Você realmente os quer, não é? - completou ele.

- O que há com você? - indagou ela, e estreitou o olhar desconfiada, provavelmente prevendo alguma gozação.

- Um ponto de vista fascinante. - explicou Fernando, sincero.
- A maioria das mulheres que conheço parece achar que crianças seriam um estorvo. Um compromisso demais. Uma responsabilidade para a vida inteira. Sem falar que atrapalhariam seus outros interesses...

- O que esperava andando com esse pessoal carreirista? - questionou Lara, irônica.

Fernando deu de ombros.

- Talvez tenha razão. Você com certeza representa outra face da vida. - respondeu Fernando.

- Pode apostar. Pelo que sei, família é mundo real. O resto é conto de fadas, hoje aqui, amanhã, nada. - disse Lara.

- Fernando sentiu-se encorajado ante a declaração. Lara não era apenas lutadora, mas dava importância à base familiar.

- Então, quantos filhos gostaria de ter? - indagou Fernando, indo logo ao âmago da questão.

- Um punhado. - afirmou Lara, belicosa. Queixo erguido, foi ao banco onde havia deixado seu agasalho. Ao vestir a calça larga, acabou com o prazer visual de Fernando.

- Chega de tênis? - ele perguntou.

- Você empatou. Não basta? - indagou ela.

- Não me importo de ser derrotado. Gosto de jogar com você! - exclamou ele.

- Para mim, chega. - Ela vestiu o blusão, voltou-se e forçou um sorriso. - Obrigada pelo jogo.

- Foi um prazer. - De várias formas. - disse ele.

- Foi ótimo. - concedeu ela. Então pegou a raquete e dirigiu-se ao portão.

Fernando rapidamente recolheu o agasalho, lançou-o ao ombro e acompanhou-a até o prédio principal, ignorando a dispensa. Não via motivo para ela não ser sociável até a hora de se separarem e irem aos seus respectivos quartos.

- Só para esclarecer, o que considera um punhado? - ele perguntou curioso.

Lara bufou e lançou-lhe um olhar vivo.

- Seis. - respondeu meiga.

Será implicância? Será amor? Não percam os próximos capítulos...

Bjs da Jubs.

E enfim, o amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora