Capítulo 10

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Uma boa quantidade, nos tempos atuais. Desencorajador, na verdade. Bem caro, também. Felizmente Fernando podia sustentar uma casa grande e toda a ajuda que fosse necessária.

- Pronto para dar o fora? - alfinetou Lara.

- Como? - A pergunta era surpreendente, considerando que ela já tinha percebido suas intenções.

Lara deteve-se, encaixou a mão no quadril e avaliou-o com incredulidade desdenhosa.

- Por que não foi embora? Sou do tipo maternal. Uma pessoa caseira. Não sou do seu tipo. Não me importa que pareça o Tarzan, sou refratária ao chamado selvagem. Você não vai conseguir me fazer mudar de idéia. - esclareceu Lara.

Certo! Ela não havia lhe pedido que sumisse. Esperava assustá-lo com a perspectiva de criar seis filhos. Ele teria de provar que era um homem de caráter.

- Agora entendo porque você acha trinta e cinco anos demais. - Fernando replicou sério.

- Se quer ter seis filhos, precisa começar logo para espaçá-los um pouco e poder apreciá-los como indivíduos. - completou ele.

Ela ergueu as mãos e quase atingiu a própria cabeça com a raquete.

- Por que insiste nisso? - perguntou desolada.

- Gosto de entender as pessoas. - disse Fernando.

- Bem, eu não quero seis. Só disse isso para... para... - ela ficou sem resposta.

- Para ver como eu iria reagir? - perguntou ele.

- É! - respondeu ela.

- E quantos você realmente quer ter? - ele voltou a perguntar.

- Quatro, se quer saber. Quatro seria ideal. - Triste, Lara fitou o horizonte. - Mas eu me contentaria com dois, do jeito que estou indo. - prosseguiu ela.

- Nunca desista de um sonho. - aconselhou Fernando, imaginando que quatro era uma quantidade mais razoável. Dois meninos e duas meninas seria ótimo. Uma família bem balanceada. - pensou.

- Não sou um homem-macaco - assegurou Fernando. Sou bastante civilizado. Minha mãe me educou desde cedo. Ela vai corroborar, se lhe perguntar.

Lara sorriu.

- Você se preocupa mesmo com ela, não é? - perguntou Lara.

- Sim. Minha mãe não aceitou bem a morte de meu pai. Já faz quase dois anos, e ela não procurou superar o fato. - justificou ele.

- Ela devia amá-lo muito! - exclamou Lara.

Fernando percebeu o tom solidário de Lara e franziu a testa. Lara realmente teria amado o cara que havia lhe trapaceado? Ele não gostava de pensar naquela idéia.

- Não demonstre solidariedade a minha mãe, pois isso só irá prejudicá-la. ele alertou.

Lara o fitou.

- Você é um durão! - exclamou ela.

- Não. Sou prático. A solidariedade alimenta o luto que ela usa como desculpa para ter pena de si mesma. E devo acrescentar, em seu benefício, que é um desperdício de tempo manter o coração despedaçado por um camarada que não merece o seu amor. - Fernando aproveitou para alertar Lara sobre seu ex.

Lara mostrou-se confusa.

- Não valia a pena amar seu pai? - perguntou ela, fazendo-se de desentendida.

- Ele, sim. Estou falando do canalha que enganou você.

Lara reagiu indignada.

- Apreciaria se cuidasse da sua própria vida, Fernando Malta, e me deixasse em paz!

- Passa a ser da minha conta quando me coloca no mesmo nível que ele Lara. - Fernando retrucou.

- Basta! - Ela o encarou, os olhos mortais como raios laser, de tão furiosa. - Não tenho que tolerar isso. - completou ela.

- Eu podia ser o pai de seus filhos. afirmou Fernando, calmo.

Lara estreitou o olhar.

- Como? - perguntou ela.

E aí gente???? O que vocês acham que vai rolar????? Comentem ai!
Bjs da Jubs! 😘

E enfim, o amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora