Capítulo 13

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Oito horas, finalmente! Os hóspedes ali começaram a dirigir-se ao salão de jantar. Outros desciam a escada vindo dos quartos do primeiro andar. Fernando estava faminto, não apenas de comida, mas de rever Lara Rodrigues. Tentou apressar a mãe, ansioso em satisfazer suas necessidades.

Dona Cândida deteve-se.

- Vá em frente, querido. Acho que vou passar no toalete antes.

Fernando suspirou. Não havia pensado nisso. Como já podia ter perdido Lara a caminho do salão de jantar, não quis esperar.

- Está bem mãe. Não demore. - disse ele.

Fernando estava à porta quando se lembrou de que havia deixado o saleiro na calça do agasalho esportivo. Passou rapidamente pelas mulheres no salão de jantar e não identificou os cabelos rebeldes de Lara.
Decidiu rápido e voltou ao chalé. Jantar sem o sal seria impossível. Não levou mais que cinco minutos, mas ao voltar, viu a mãe e Lara, já sentadas à mesa conversando.
Ficou desconfiado. A mãe podia não ter ido ao toalete. Podia ter-se detido deliberadamente para interceptar Lara, e atuar como casamenteira. Praguejou baixinho contra aquela interferência e apressou-se ao encontro das duas.
O prazer de ver Lara novamente com aquele suéter vermelho aplacou seu desgosto ante a tática de sua mãe. Sorriu para Lara ao se sentar, sem se abalar com o olhar cauteloso dela. Lara era determinada o bastante para despistar Dona Cândida, se não quisesse se sentar com eles. Era um bom sinal ela estar ali. Significava que estava preparada para explorar mais a situação.

- Lara foi nadar na piscina após o jogo. - informou Dona Cândida. - Ela gosta de nadar. - completou.

- Humm... - Fernando desejou que a mãe não contasse vantagem de seus troféus de natação nos torneios escolares. Ao mesmo tempo, estava satisfeito em saber que Lara apreciava as mesmas atividades que ele.

- E ela aluga um apartamento com mais duas moças em Copacabana, no Rio. - informou Dona Cândida.
- Lara estava me contando que pediu transferência para os vôos domésticos. Já viu o bastante do exterior, principalmente de Londres e Roma. - prosseguiu ela.

- Nada como o Brasil. - replicou Fernando, contente.

O fato indicava que Lara falava sério sobre se estabelecer, embora houvesse tomado a decisão após o desenlace de seu último relacionamento. Tratando-se de um inglês ou italiano, explicava-se o desejo dela de nunca mais visitar o país dele. Achava ótimo. Significava que o camarada não a procuraria novamente, estragando seus planos.

- Fernando mora no Rio também. No Leblon. - contou Dona Cândida, obviamente satisfeita com a pouca distância entre os domicílios.

- Ele não mora com você Dona Cândida? - indagou Lara.

- Céus! Não! Isso não seria adequado para ele. respondeu ela.

Lara fuzilou Fernando com o olhar.

- Por que não? - perguntou Lara.

- Minha mãe mora em Petrópolis, na serra. Meus negócios exigem que eu fique no Rio. - justificou Fernando.

- E que negócios são esses? - especulou Lara.

- Comércio e representações. - ele respondeu.

- Fernando tem sua própria empresa. - adiantou Dona Cândida. - Os negócios vão bem, mas ele vive ocupado. Ainda não parou tempo o bastante para conhecer uma boa moça e se estabelecer. Eu digo a ele...

Lá vai ela, pensou Fernando, desanimado, e resolveu interrompê-la antes que chegasse ao assunto dos netos.

- Consegui um tempo para você mãe. - observou ele.

- Dona Cândida franziu a testa com a interrupção.

- Sim, eu sei querido. Não estou dizendo que você não foi gentil comigo... - disse Dona Cândida.

- Ah! Cogumelos recheados. - identificou ele, satisfeito enquanto a garçonete servia a entrada. O jantar sempre lhe apetecia mais que o almoço. Tirou o saleiro do bolso e reforçou o tempêro ciente do sorriso irônico de Lara. Sorriu descarado. - Mas já joguei fora o maço de cigarros. - ele justificou.

Surpresa, Lara fitou-o pensativa.

Será que Lara estava percebendo o esforço de Fernando em conquistá-la? Ou será que ainda se encontrava descrente daquele homem?

Acompanhem os próximos capítulos!!!!!

Bjs da Jubs.

E enfim, o amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora