Capítulo 50 - Luto Por Um Sonho.

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Charlotte Narrando.

Corremos o mais rápido possível para que eles não nos vissem passando, mas não foi o bastante.

- Peter, me escuta - falei, enquanto corríamos de mãos dadas - o banheiro mais próximo é o dos funcionários, então usaremos ele mesmo, OK? - ele assentiu.

Vê-lo naquela situação, me deixava triste... por que sinto um aperto no peito? Que lembrança foi aquela que surgiu de repente, por causa de um simples abraço?

Vanessa Narrando.

A maioria dos enfermeiros saíram rapidamente da sala, porém o meu responsável foi obrigado a ficar.

Julia - termine de falar - fitava o homem, antes interrompido.

Enfermeiro - e-essa mulher me chutou e saiu correndo. Não consegui impedi-la a tempo. - a atenção com que Julia ouvia era impressionante, talvez fosse isso que a fazia parecer tão perspicaz.

Julia - por quê? - indagou com as sobrancelhas unidas.

Enfermeiro - perdão? - ele não tinha entendido a pergunta.

Julia - por que não conseguiu impedi-la? - perguntou com mais clareza, cruzando os braços e se inclinando um pouco para trás.

Enfermeiro - o lugar onde ela chutou... e-eu não pude continuar de pé - a mulher abriu um sorriso quase brincalhão e se levantou da cadeira.

Julia - sinceramente... - expirou em uma risada - vocês são realmente patéticos... - caminhava devagar na direção do então questionado, que por mais que quisesse recuar, não o fazia. - tudo bem, nós vamos resolver isso. - parou à sua frente.

Na minha cabeça, a única coisa que se passava era a pergunta: o fato de eu ter mentido, vai me prejudicar de alguma maneira?. Eu não sabia se toda aquela muralha de crueldade recairia sobre mim ou não, e isso me corroía internamente.

Ainda o encarando, ela levou a própria mão direita até a virilha do homem, que tinha o rosto espantado devido à sua ação repentina. Em seguida, Julia aumentou a força entre os dedos usando as unhas compridas, pressionando o "membro" do funcionário com firmeza.

Julia - fique de pé. - ordenou, mantendo os olhos frios fixos nos chorosos do enfermeiro, que grunhia de dor e tinha as veias do pescoço expostas pelo desconforto. Por um instante, ele fez menção de agredi-la, precisava se desprender de suas garras - encoste um dedo em mim e você perde o emprego. - e semelhante a uma alavanca, aquela frase o fez recuar.

O-o que é isso?! Qual a necessidade de fazer uma coisa assim?!

Julia - não olhe para o chão, olhe para mim. - com a mão livre, a mesma forçou o queixo dele a se erguer. E parecia se divertir, à medida que assistia as pernas de seu subordinado tremerem - você nunca me deu problemas, por que agora? - o homem tentou falar, no entanto não conseguiu - não precisa responder. Vocês homens são todos como peixe à luz do luar, brilha, mas fede.

Depois de mais alguns segundos de sofrimento, ela finalmente o soltou.

Julia - viu? Você consegue ficar de pé - imediatamente, o moço colocou ambas as mãos no local machucado - saia. - ainda que ferido, ele a obedeceu e se retirou.

Depois disso, aquela mulher pareceu estar muito pensativa, esquecendo da minha presença ali.

E perdida dentro da própria cabeça, Julia começou a andar de um lado para o outro, devagar e em silêncio. O estranho foi que vê-la assim, me fez lembrar de uma pessoa, não sabia se pela sua expressão ou postura, contudo eu me recordei do Jonathan.

Mar De Mármore - O Paraíso É Uma Alucinação.Onde histórias criam vida. Descubra agora