Capítulo 34 - Navio Fantasma

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Victor Narrando

Loretta - como foi lá? - disse assim que abriu a porta, me recebendo com interesse, enquanto sinalizava para que eu entrasse.

- vocês chegarão ao Lunatic daqui três dias, no pôr do sol... - respondi sem conseguir disfarçar a tristeza na voz.

Loretta fechou a porta e se juntou a Peter e Vanessa, que estavam sentados em suas respectivas camas, todos com feições tensas e preocupadas.

E com razão...

Peter - voltar não vai ser nada fácil... - murmurou, comprimindo as mãos uma na outra com inquietação.

Loretta - sair, muito menos... - completou.

Vanessa - concordo com vocês - ela passou a mão em seus cabelos, que depois do banho permaneciam soltos. Os fios eram de um loiro tão claro, que se assemelhavam a raios de sol no fim de uma tarde de verão. Meu pai definitivamente tem razão em se atrair por ela, apesar de ter uma certa idade, sua aparência é incrivelmente jovem e bela.

- só uma curiosidade - atraí a atenção alheia - a direção daquele hospital, permite a entrada de pessoas sem problemas psicológicos? Com certeza eles tem um grupo de psicólogos e psiquiatras, certo? - todos olharam para mim com as sobrancelhas erguidas e um meio sorriso no rosto.

Eu disse alguma coisa errada? Por que todo mundo ficou assustador de repente?

Vanessa - não, querido. À três anos, todos foram demitidos - respondeu como se essa informação devesse ser óbvia - os únicos profissionais lá, são enfermeiros e alguns médicos - abaixou a cabeça, provavelmente lamentando pelas pessoas ainda dentro do H.P.L.

- não estou conseguindo entender - confessei - por que pessoas essenciais para o funcionamento daquele lugar, seriam demitidos? Não faz sentido.

Peter - por que ninguém quer que sejamos curados... - falou de uma forma tão irônica, que fez eu me sentir um idiota.

- e-espera aí. Vocês estão tentando me dizer que eles simplesmente ignoram o fato de que quem vive ali dentro são seres humanos? Assim, sem mais nem menos? - cada questionamento que faço tem uma resposta que cria outra pergunta... isso irrita.

Vanessa - exatamente - ela se levantou e foi até a janela - está ficando tarde, você acha que depois do que seu pai descobriu, ele nos traria algo para comer? - mudou de assunto, voltando-se a mim.

- vou me juntar a ele agora, enquanto comemos, procuro saber sobre isso - a ofereci um sorriso simpático.

Vanessa - lhe agradeço muito, jovem - retribuiu.

Tendo o assunto encerrado, caminhei até a porta e saí, porém antes passei meus olhos pelas expressões aflitas de Vanessa, Loretta e Peter, sentindo pena e compaixão, coisa que se tornou maior do que qualquer rancor que eu pudesse guardar pelo meu doidinho, ou por qualquer um.

[...]

Fechei a porta, corri até meu quarto, tomei um banho rápido e fui até o pequeno refeitório, onde todos os marinheiros se reúnem.

[...]

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