Capítulo 66 - Almas Desesperadas

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C.Willians Narrando.

Penny - capitão, está na hora. - avisou, aparecendo no gabinete. Eu assenti e, depois de finalizar algumas coisas, saí de lá.

O sol havia caído, dando lugar apenas ao negrume da noite. Felizmente, o breu não tomara conta da praia, pois o brilho das estrelas era a única coisa de que precisávamos para não nos perdermos em meio àquele campo minado de areia.

O momento perfeito...

[...]

Quando me juntei aos outros, os marinheiros, armados e em posição, somente esperavam por mim, que fui o último a chegar. Todos em terra firme, eram organizados em grupos.

- Dylan e Bruce, levem 5 homens e confiram o portão da frente... - relutantes, fizeram o que eu mandei - os outros, venham comigo à porta dos fundos - não sabemos qual das entradas, Victor conseguiu abrir...

Nos posicionamos ali, onde meu filho passou anteriormente. Logo, antes que tentasse abrir, coloquei o meu dedo indicador sobre a boca, sinalizando para que os tripulantes fizessem silêncio, de relance os vi concordarem.

Com a mão esquerda, eu carregava uma Baretta BM59[¹] e no cinto,uma pistola Glock, de precaução. Girei a maçaneta, permitindo uma passagem fácil e segura. Consequentemente, ao mesmo tempo em que suspirava aliviado, um sorriso esticou as articulações da minha boca.

Era como se as correntes que me prendiam àquele lugar pelos tornozelos, estivessem prestes a se quebrar depois de anos as arrastando, semelhante a um escravo. A uma bola de ferro.

Posteriormente, o restante dos marujos, retornaram.

Bruce - o portão principal continua trancado e– parou de falar, me vendo terminar de abrir a porta. Agradeci e pedi que me seguissem.

Devagar e o mais silenciosamente possível, atravessamos a dispensa e a cozinha, ambas de luzes apagadas.

Porém, quando chegamos ao local seguinte, os corredores dali em diante se encontravam totalmente iluminados.

C.Willians - escutem - sussurrei, me virando para as pessoas atrás de mim - quero que a equipe da Penny, incluindo o Dylan, pegue a frente, a minha irá depois. Bruce, você é o último. - abaixados, caminhamos à saída do refeitório.

Solicitei que esperassem um instante, porque precisava conferir o corredor, ao perceber que estava vazio, os mandei prosseguir.

Penny - por aqui... - falou, conforme guiava seus homens.

E só após o surgimento do som de alguns tiros, foi que eu e minha equipe subimos as escadas para o andar superior.

Seria agora. Seria naquele mesmo instante que tudo acabaria. Toda dor, todo sofrimento, todas as mentes despedaçadas... Seria o dia marcado pela queda da coroa da cobiça.

Peter Narrando.

Deitados na cama, permanecíamos abraçados. Sim, eu e Victor íamos dormir juntos pela primeira vez, quando uma série de barulhos altos e agudos ecoaram pelo manicômio inteiro.

- você ouviu isso?! - perguntei assustado, à medida que me sentava.

Victor - eles entraram... - murmurou - pelo visto, essa tal de Darla, realmente deixou a porta aberta. - sorriu e olhou para mim.

- grande coisa. - disse indiferente.

Victor - precisa passar a confiar mais nas pessoas, Peter - enquanto ele falava o que eu devia fazer, senti sua mão quente deslizar sobre minha coxa, espalhando uma eletricidade desconhecida em meu corpo. O que me deixou mais surpreso do que os tiros que progrediam.

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