Mar De Mármore - O Paraíso É Uma Alucinação.

Capítulo 16 - A Fuga Da Loucura

Peter Narrando

- o que vocês vão fazer com a gente? - perguntei enquanto, atordoado, observava a expressão vazia no rosto da Darla.

Sem dizer mais nenhuma palavra, ela nos fitou uma última vez antes de sair, e fechou a porta.

- Loretta... - sussurrei, a chamando.

Loretta - oi - respondeu, falando do mesmo modo que eu.

- algum plano? - Loretta sempre teve as melhores ideias, por isso pensei que ela pudesse ter algo planejado em sua cabeça.

Loretta - não, não tenho um plano. Provavelmente não existe maneira de fugir daqui... mas por que estamos falando desse jeito? - mesmo sem entender o motivo, minha amiga continuava.

- nunca se sabe, as paredes tem ouvidos - instintivamente olhei em volta, certo de que nos escutavam - você tem razão, nós vamos morrer - suspirei, conforme me escorava na parede atrás de mim.

Loretta - eu não disse isso! - mas amiga, isso é óbvio.

- pareceu -

Loretta - pare de dizer esse tipo de coisa - ainda sentada, Loretta pressionou suas pernas uma na outra. Sentia medo. - você está me assustando.

- Desculpa. É só que não tem o que fazer, então... - antes que eu terminasse, a mesma me interrompeu.

Loretta - me escuta, Peter! - a fitei com mais atenção - ninguém vai morrer, entendeu? - sei que está tentando me acalmar, mas na verdade quem parece em pânico é você, não eu.

- OK - assenti, ainda aflito.

Durante a pausa da nossa discussão, ouvimos o som de uma porta abrindo e fechando, do lado de fora da sala em que estávamos, em seguida, o surgimento de vozes que nos causavam arrepios.

Caio - certo, está quase na hora, só precisamos esperar pela Vanessa.

Darla - por quê? A presença daquela "loira" é irrelevante aqui. - deu ênfase na palavra.

Novamente, o som de uma porta se abrindo e fechando, espalhou-se pelos cômodos.

Vanessa - "Loira"? É sério? Isso nem é uma ofensa - silêncio.

Caio - enfim, agora podemos começar.

Vanessa - como assim? Começar o quê? - eu e Loretta, ouvíamos atentamente cada palavra.

Caio - a acabar com a razão de todos os nossos problemas.

Vanessa - você– foi interrompida.

Caio - sim, pegamos a Loretta. Não se preocupe, o Peter está a fazendo companhia. - silêncio.

Vanessa se manteve calada durante alguns segundos, em meio a isso, me senti tentado a questionar algo sobre aquilo.

- por que todo esse suspense por sua causa? - esqueci a conversa paralela do outro lado e olhei para Loretta.

Loretta - também não sei.

- tenho a impressão de que, mesmo em um assassinato, a sua vida vale mais do que a minha - ri.

Loretta - Peter!! - exclamou, me repreendendo.

- céus... A gente vai morrer, com toda certeza - nessa situação, eu sou o tipo de pessoa que faz comentários, ou até mesmo piadas, que podem soar inconvenientes.

Mas não achava nada engraçado, era o medo que se convertia em palavras desnecessárias.

Loretta - eu já falei que ninguém vai morrer. Agora cala a boca e escuta - ela voltou a se concentrar na conversa alheia, dando de ombros. Fiz o mesmo.