Capítulo 40 - A Ruína Está Em Um Frasco De Vidro

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Loretta Narrando

Julia - o que foi? - voltou a perguntar de forma impaciente.

- voc– antes que eu terminasse de falar, Peter me interrompeu.

Peter - não é nada - afirmou rápido e confiante.

Julia - se não é nada, então qual o motivo dessas carinhas assustadas? - seus olhos alternavam entre meu rosto e o do meu amigo.

- é qu– e de novo, ele se impôs.

Por que não me deixa falar?.

Peter - eu já disse que não é nada... - a ofereceu um sorriso e olhou para mim como se dissesse "cala a boca". Mas, mesmo que fosse rude da parte dele, eu me deixei vencer e realmente me calei.

Julia suspirou frustrada, nos dando a impressão de desistir de uma resposta mais clara.

[...]

Julia - está bem, como desejarem. Vamos direto ao assunto. - ela se recostou na cadeira.

- ainda não acabamos? - a irmã da Darla me mirou surpresa e abriu um sorriso largo.

Será que dá para parar de sorrir por um instante?!

Julia - claro que não, vocês ainda precisam me responder uma coisa.

Peter - que seria...? - pressionava.

Julia - onde se esconderam durante esse tempo em que ficaram desaparecidos? - falava com a voz firme, enquanto se levantava. Ambos a seguíamos com o olhar, sem saber como responder.

Éramos espiões pegos na fronteira do país inimigo, sendo encarados pelo torturador.

Vanessa Narrando

Eu estava no quarto, em silêncio, vazio. Ninguém passava pelo corredor. Ninguém conversava. Ninguém saía. Parecia que à noite aquele lugar morria e a única coisa que passava pelos meus ouvidos era o som da minha própria respiração.

Sentei na cama e me mantive ali, aborrecida, tendo um leve aperto no peito acompanhado por um pressentimento ruim.

Por que me sinto tão inquieta?.

[...]

Minutos se passaram e eu ainda me encontrava na mesma.

"Felizmente", a porta tinha uma pequena janela na parte superior, que me permitia ver o corredor. Sei que é deprimente, mas aquilo era de certa forma uma fonte de entretenimento, porém, como não havia ninguém, acabei por ficar olhando a parede de cor clara do outro lado.

E, em uma das minhas rápidas miradas naquela direção, avistei uma garota, obviamente paciente, passando em frente ao meu quarto sozinha. Como em um reflexo, corri para ver quem era.

Os passos se distanciavam.

- Psiu! - chamei, a pessoa parecia não ter me ouvido - Psiu!! - o barulho cessou e depois de alguns segundos retornou, entretanto dessa vez estavam ficando mais altos, o que significava que a menina se aproximava.

Assim que ficou em frente a mim, senti meu corpo horripilar. Com os olhos agitados, meu coração acumulava uma mistura de emoções, tantas que meu raciocínio paralizou.

A garota enfaixada, tinha no rosto os belos olhos verdes que eu jamais me esqueceria, nunca...

- Charlotte? - sua sobrancelha se ergueu, confusa.

Charlotte - sim. Como sabe meu nome? - me fitava desordenadamente, como se não me reconhecesse.

- sou eu, Vanessa! - suas pupilas analizavam minha face, mas era nítido que elas estavam vazias. Realmente não parecia fingir.

Mar De Mármore - O Paraíso É Uma Alucinação.Onde histórias criam vida. Descubra agora