Capítulo 29 - Cortina Vermelha

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Victor Narrando

- eu não tenho certeza... - enterrei os dedos em meu cabelo. Realmente os quero ajudar, mas não sei exatamente como.

Peter - o navio alguma vez já passou por isso? - perguntou, enquanto olhava para mim.

- sim. Foi muito rápido... - confessei - não precisou que alguém fosse concertar, ela voltou sozinha.

Loretta - então por que não esperamos?

- porque meu pai insiste que vocês resolvam o problema. Deve ser uma forma de testá-los ou sei lá - o que não é nenhuma surpresa.

Loretta - como saberemos onde é a fonte do problema? - cruzou os braços.

- aqui, quando um cano está entupido, ou alguma coisa do tipo, ele faz um barulho que se repete até que seja resolvido (É o som da água tentando passar pelo cano, porém não consegue totalmente, apenas gota por gota) esse barulho é bem fácil de localizar, se você estiver no cômodo certo - todos me escutavam com atenção.

Eu nunca fui ouvido com tamanho interesse, durante toda a minha vida.

Vanessa - então só precisamos procurar o barulho de que falou - concluiu.

- exatamente. Torçam para que não esteja em um desses canos aqui - avisei enquanto batia um dos pés no chão, me referindo a encanação inferior.

Loretta - vamos, precisamos começar - de todos, essa garota parece ser a mais energética. Sempre disposta, com uma feição inteligente no rosto... a acho fascinante, embora sinta que ela não goste muito da minha presença.

- certo - arrumei a postura - nos dividiremos em dois grupos. Eu e Peter procuramos pelo lado norte do navio, Loretta e Vanessa pelo sul - eles assentiram - fiquem atentos a qualquer ruído diferente que ouvirem e só comuniquem o outro grupo, se tiverem certeza de que é o lugar certo, OK? - quando terminei de os instruir, recebi o consentimento alheio.

Sim, eu quero ficar com o Peter, não importa a situação. Por isso, ele sempre vai ser o meu parceiro.

Assim que todos já sabiam o que fazer, saímos do quarto.

Loretta Narrando

Nós andávamos pelos corredores, concentradas no objetivo imposto.

- mãe - a chamei - você sabe como desentupir um cano?

Vanessa - na verdade não.

- nem mesmo a pia da sua casa? Digo, antes de trabalhar no manicômio. - procurávamos em todo lugar, até mesmo em pequenas aberturas na parede.

Vanessa - isso não chegou a acontecer comigo - jura? Essas coisas não são comuns, fora?

- entendo - bufei - então suponho que estamos com problemas sérios - os corredores do navio eram assustadores, de dia quase não se percebia, mas conforme escurecia, as paredes e piso pareciam cada vez mais sombrias.

Vanessa - e se eu fosse falar com o Jonathan? - instintivamente me virei para ela, confusa.

- Jonathan? Quem é Jonathan? - de quem Vanessa está falando?

Vanessa - o C.Willians - ah sim!

- aé, tinha me esquecido que você pode chamá-lo assim - ri

Vanessa corou e desviou o olhar de mim. Percebendo esse tipo de situação se repetir, notei ser uma das únicas pessoas no mundo, que nunca sentiu isso por alguém.

Mar De Mármore - O Paraíso É Uma Alucinação.Onde histórias criam vida. Descubra agora