Victor Narrando
- eu não tenho certeza... - enterrei os dedos em meu cabelo. Realmente os quero ajudar, mas não sei exatamente como.
Peter - o navio alguma vez já passou por isso? - perguntou, enquanto olhava para mim.
- sim. Foi muito rápido... - confessei - não precisou que alguém fosse concertar, ela voltou sozinha.
Loretta - então por que não esperamos?
- porque meu pai insiste que vocês resolvam o problema. Deve ser uma forma de testá-los ou sei lá - o que não é nenhuma surpresa.
Loretta - como saberemos onde é a fonte do problema? - cruzou os braços.
- aqui, quando um cano está entupido, ou alguma coisa do tipo, ele faz um barulho que se repete até que seja resolvido (É o som da água tentando passar pelo cano, porém não consegue totalmente, apenas gota por gota) esse barulho é bem fácil de localizar, se você estiver no cômodo certo - todos me escutavam com atenção.
Eu nunca fui ouvido com tamanho interesse, durante toda a minha vida.
Vanessa - então só precisamos procurar o barulho de que falou - concluiu.
- exatamente. Torçam para que não esteja em um desses canos aqui - avisei enquanto batia um dos pés no chão, me referindo a encanação inferior.
Loretta - vamos, precisamos começar - de todos, essa garota parece ser a mais energética. Sempre disposta, com uma feição inteligente no rosto... a acho fascinante, embora sinta que ela não goste muito da minha presença.
- certo - arrumei a postura - nos dividiremos em dois grupos. Eu e Peter procuramos pelo lado norte do navio, Loretta e Vanessa pelo sul - eles assentiram - fiquem atentos a qualquer ruído diferente que ouvirem e só comuniquem o outro grupo, se tiverem certeza de que é o lugar certo, OK? - quando terminei de os instruir, recebi o consentimento alheio.
Sim, eu quero ficar com o Peter, não importa a situação. Por isso, ele sempre vai ser o meu parceiro.
Assim que todos já sabiam o que fazer, saímos do quarto.
Loretta Narrando
Nós andávamos pelos corredores, concentradas no objetivo imposto.
- mãe - a chamei - você sabe como desentupir um cano?
Vanessa - na verdade não.
- nem mesmo a pia da sua casa? Digo, antes de trabalhar no manicômio. - procurávamos em todo lugar, até mesmo em pequenas aberturas na parede.
Vanessa - isso não chegou a acontecer comigo - jura? Essas coisas não são comuns, lá fora?
- entendo - bufei - então suponho que estamos com problemas sérios - os corredores do navio eram assustadores, de dia quase não se percebia, mas conforme escurecia, as paredes e piso pareciam cada vez mais sombrias.
Vanessa - e se eu fosse falar com o Jonathan? - instintivamente me virei para ela, confusa.
- Jonathan? Quem é Jonathan? - de quem Vanessa está falando?
Vanessa - o C.Willians - ah sim!
- aé, tinha me esquecido que você pode chamá-lo assim - ri
Vanessa corou e desviou o olhar de mim. Percebendo esse tipo de situação se repetir, notei ser uma das únicas pessoas no mundo, que nunca sentiu isso por alguém.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mar De Mármore - O Paraíso É Uma Alucinação.
Misterio / Suspenso[CONCLUÍDO] ________________ Dizem que o paraíso é uma ilha cercada por água, onde tudo e todos os seus problemas são resolvidos. Um lugar para se apoiar. Um lugar que te ajudará a ser forte. Mas e se o problema for esse mesmo pedaço de terra?. Ness...