Victor Narrando
Assim que, no impulso, fui abrir a porta, percebi que não era necessário que eu girasse a maçaneta, já que estava entreaberta.
Jurava ter visto Peter a fechando..
Mas não comentei nada, pois Vanessa e Loretta, sentadas, conversavam naturalmente.
- chegamos - avisei. Elas me olharam sem muita surpresa e se aproximaram.
Vanessa - certo - sorriu discretamente e, sem demora, ambas saíram do quarto.
OK...
Agora, caminhávamos até a saída. Todos estavam nervosos e preocupados com a situação, mas a moça loira parecia pensativa demais, como se a cabeça estivesse em outro lugar.
- Vanessa, você está bem? - perguntei.
Vanessa - sim, querido. Não se preocupe comigo... - e logo depois de ter tentado me convencer, ela voltou a ficar da mesma forma.
Peter - o seu pai falou com a doutora ontem, a sós. Você sabe do que se tratava? - me virei para ele. Pela primeira vez, eu odiava aqueles corredores. Sabia que era o caminho em que perderia o meu anjo. Queria parar de andar, mas não podia.
- não... não sei... - sobre o que os dois conversaram?
Peter - acho que esse é o motivo de ela estar assim - confessou.
- sim, provavelmente. - dei um meio sorriso a Peter, na intenção de agradecer pelo que me contou, porém ele ficou corado, o que acabou me fazendo rir sem nem mesmo saber o por quê.
[...]
Chegamos na área de desembarque, e um marinheiro que nos aguardava permitiu o acesso deles ao exterior.
Loretta Narrando
No minuto em que meus pés tocaram aquela areia, um frio enorme subiu o meu corpo. Talvez fosse resultado do medo, do suspense, ou do mais óbvio, a vívida lembrança do corpo caído de Charlotte e Zoe, sobre esse mesmo pó. Consequentemente, essas memórias me causaram arrepios e o vento, que teimava em mover o meu cabelo, não se tornara agradável, pelo contrário, estava mais para mórbido.
De súbito, um barulho vindo de dentro do manicômio me fez despertar à realidade. Era um grito agudo e ensurdecedor, parecendo pertencer a uma garota.
Peter - o que foi isso?! - indagou preocupado, terminando de descer o pontilhão.
- não faço a mínima ideia - depois que todos saíram e se colocaram em terra firme, o capitão apareceu.
C.Willians - podem ir - tinha a voz grave e rude, como de costume.
Victor - mas... - murmurou - o senhor não teria que levá-los até a entrada? - perguntou, parado ao lado de seu pai, dentro do navio.
C.Willians - não será preciso.
Victor Narrando
- por que você faria isso? - tentava argumentar.
C.Willians - se eu for até lá, pensarão que eu os escondi. Não posso arriscar perder o emprego, filho. - sussurrou para que apenas eu ouvisse.
- entendo... -
Antes que me privassem de ver as pessoas em pé ali, naquela ilha, aproveitei o restante do tempo que tinha e acenei para eles.
Me sentia triste, estava deixando minha boneca de porcelana nas mãos de pessoas descuidadas. Contudo eu vou vê-lo de novo, mesmo que demore, vou ter meu doidinho no Camélia Vermelha. Não importa o que eu tenha que fazer.
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Mar De Mármore - O Paraíso É Uma Alucinação.
Misterio / Suspenso[CONCLUÍDO] ________________ Dizem que o paraíso é uma ilha cercada por água, onde tudo e todos os seus problemas são resolvidos. Um lugar para se apoiar. Um lugar que te ajudará a ser forte. Mas e se o problema for esse mesmo pedaço de terra?. Ness...