Maomé
Anna
Enfim, eu estava deitada em minha cama, depois de um dia longo e cansativo, tudo o que eu queria era poder dormir bem. De preferência, dormir sem hora para acordar. Entretanto, meu cérebro não achava o mesmo, pois o infeliz estava a todo o gás, ignorando o fato de eu estar morta de cansaço.
Irritada e cansada de rolar na cama de um lado para o outro, resolvi descer para tomar o calmante das minhas noites de pesadelos: leite caramelado. Sempre que eu tinha um pesadelo e acordava no meio da noite, mamãe esquentava o leite, derretia o açúcar separado e despejava no leite. Era simplesmente a quinta maravilha do mundo.
Estava atrás apensas de quindim, pão com ovo, bolo de cenoura com calda de chocolate e pudim. Assim, sem uma ordem certa, essas eram as minhas iguarias preferidas. Pudim estava no top 3, acompanhado de bolo de cenoura com calda de chocolate e quindim. Sem dúvida, essas são as comidas dos anjos.
Desci as escadas na ponta do pé, para não acordar Guilherme, que dormia na sala, pois a minha avó usava o quarto de hospedes. Ele merecia dormir um pouco e esquecer o estresse das últimas horas. Caminhei até a cozinha e acendi a luz antes de entrar no cômodo. Eu poderia ter setenta anos, ainda teria medo de escuro.
Aqueci o leite e reservei em uma caneca transparente, em seguida coloquei cinco colheres de sopa, cheia, de açúcar para derreter. O açúcar empedrou, dourou e derreteu, então eu joguei o mel no copo e logo ele endureceu novamente com um chiado gostoso.
— Também quero. — A voz rouca e grave me assustou e eu quase deixei a leiteira cair.
— Gui? — Ele arqueou a sobrancelha, esperando que eu respondesse se faria. — Tudo bem, senta aí.
Apontei para a cadeira, ele se sentou, baixou a cabeça na mesa e me observou enquanto eu fazia o leite para ele. Estava sonolento e piscava pesadamente, mas não tirava os olhos de mim.
— Não consegue dormir? — Ele enfim perguntou.
— Uhum. — Consenti com a cabeça.
— Está pensando em Francis?
— Ele encontrou a mãe. — Fiz um intervalo, mas Gui não se pronunciou. — Ela constituiu uma nova família e não foi procurar por ele.
— Você está preocupada?
— Catarina e o pai dela eram o que ele tinha de mais próximo de uma família. — Falei, ao derramar o leite em outra caneca. — Eles o expulsaram de casa.
—Ele fugiu, Anna.
— Ele foi abandonado por todos que amava...
— Inclusive você? — Ele completou o que eu estava pensando.
— Eu desejei que ele morresse. — Minha voz falhou. — Ele me beijou e eu gritei com ele, que o melhor que ele poderia fazer seria morrer.
— Ele beijou você? — Gui pareceu acordar. — Quando eu penso que vou começar a me entender com ele, você me diz isso.
— Você não focou na parte certa.
— A parte em que você deseja a morte dele? — Consenti outra vez com a cabeça. — Ele sabe que não é verdade, Anna. Você não sabe mentir.
Respirei pesadamente. Estava cansada de todos dizerem que eu não sei mentir. Eu sei mentir. Eu minto o tempo todo. Ora. Revirei os olhos com o comentário de meu melhor amigo e beberiquei o leite quente.
— Lembra daquela vez em que fizemos uma festa do pijama, eu, você Alana e Mariana? — Balancei a cabeça em sinal negativo. Foi a primeira e a última vez. — Sua mãe foi dormir, nós descemos e inventamos de fazer leite quente e quase colocamos fogo na casa.
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O Amor dos Meus Sonhos
RomanceLivro 1 da duologia Sonhos ELE PODER SER QUALQUER UM, O AMOR DOS MEUS SONHOS. Todos temos um sonho, qual é o seu? Anna tem 18 anos e está prestes a começar o último ano do ensino médio. Um ano comum a muitos jovens que buscam um diploma, faculdade e...