Capítulo 49

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Alguém especial

Anna

Então o mundo se desfez em um milhão de pedacinhos. As atmosferas que pesavam sobre nós, diluíram-se. Agora, éramos nós, apenas nós dois em nosso próprio universo.

Guilherme apertou levemente meu ombro, com sua mão direita, fazendo arrepios surgirem no local e se espalharem. A esquerda foi levada ao meu rosto, acariciando minha bochecha com cuidado. Ele apertou levemente a pele, em seguida arrastou o polegar até meus lábios. Seus olhos seguiam suas mãos, como se vigiassem os passos dados por ela.

Ele não se apressou, parecia gostar da aflição estampada em meu rosto. Parecia gostar e querer o desejo que emanava do meu olhar. Então ele aproximou o rosto do meu, seus lábios próximos demais, sua respiração quente demais. Seus olhos observavam os meus lábios com prazer.

Fechei os olhos e abri a boca em uma pequena fresta, apenas o suficiente para acomodar os lábios dele. O próximo passo eu apenas senti: os lábios de Guilherme tocaram os meus, cálidos e macios, fazendo meu corpo todo entrar em combustão instantânea.

Ele se afastou e eu arfei. Seus olhos encontraram os meus e eu pude ver que ele queria o mesmo que eu, talvez tanto quanto eu. Guilherme também viu estampado em meus olhos, pois levou a mão direita até minha cintura e me segurou com força, puxando-me para ele com destreza, enquanto a mão esquerda ainda segurava o meu rosto, guiando os movimentos dele.

O beijo permaneceu quente por um bom tempo, sem intervalos até mesmo para respirar. Fazia tempo que queríamos aquilo e, agora que tínhamos, era difícil manter distância.

Não percebi quando a toalha caiu, mas Guilherme pareceu perceber, pois travou em questão de segundos. Só então paramos o beijo, arfando. Ele olhava o meu corpo, enquanto seu peito subia e descia devido a respiração acelerado. Gui levantou o olhar até que encontrasse o meu, meio tímido e envergonhado.

Ele abriu um sorriso provocante, mas logo se conteve. Pegou a toalha e cobriu o meu corpo com pudor. Então afastou-me e se levantou, caminhou até a porta sem olhar para trás.

— Acho que é melhor irmos com calma.

Piada.

— Você quer ir com calma?

— É a sua primeira vez, Anna. — Ele falava sem olhar para mim. — Tem que ser especial. Tem que ser com alguém especial.

E onde eu poderia encontrar alguém mais especial para mim do que ele? Guilherme era mais do que especial, ele era simplesmente tudo para mim. Mais do que um melhor amigo e, com certeza, mais do que um crush. Não havia palavra que pudesse descrever o que eu sentia por ele ou o quanto ele significava para mim.

Suspirei pesadamente e me levantei segurando a toalha.

— Olhe para mim. — Pedi.

Ele parecia meio contrariado, parecia não ter certeza se era isso o que ele queria. Mas fez como eu pedi. Assim que seus olhos encontraram os meus, eu soltei a toalha, que caiu pesada no chão sob o efeito da força da gravidade. Dei um passo até ele, que parecia mais surpreso do que uma criança que presenciava um show de mágicas.

— Anna! — Ele exclamou, ainda sem tirar os olhos de mim. — O que há com você?

Eu também não sabia. Talvez fossem os hormônios, talvez fosse só o desejo reprimido por meses. Aquele cara idiota brincou comigo, fez-me desejar muito o momento em que eu estivesse a sós com ele. Poderia até não ser Guilherme, mas eu não me importava, alguém precisava assumir a culpa por trás de toda a minha frustração sexual.

O Amor dos Meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora