Reticencias
Guilherme
Eu não queria receber notícias de Anna. Principalmente em um final de semana que tinha tudo para dar certo. As coisas com Catarina estavam indo bem, meu pai havia sumido e a minha mãe era pura alegria, o sol estava quente e perfeito para um dia de praia.
"Vocês vão precisar conversar em algum momento." — Mariana falou pela chamada.
— Mari, é Sábado, não quero ter essa conversa hoje.
"Você não quis ontem, porque era sexta. Não quis antes de ontem, porque era quinta." — Ela fez uma pausa e suspirou. — "Quando será um bom dia?"
— Você sabe que as coisas entre Anna e eu estão estranhas.
"Porque você foi um idiota infantil que resolveu inventar um relacionamento. Eu ainda estou recebendo queixas por isso." — Ela bufou. — "Agora ela está com Francis e ele é um babaca."
— O que você espera que eu faça, Mari? — Indaguei já cansado do assunto Anna. — Eu não posso fazer as escolhas dela por ela.
Mariana suspirou, ficou em silêncio por alguns minutos antes de continuar.
"Pelo menos você virá para o concurso?"
Foi a minha vez de ficar quieto. Eu não tinha certeza se era uma boa ideia. Eu estava com Catarina e Anna estava com Francis. Eu e Anna não estávamos numa fase boa, Catarina e Francis também não. Definitivamente, não parecia uma boa ideia colocar nós quatro no mesmo ambiente.
— Não sei.
Mari ficou quieta e então se despediu. Pelo que entendi, estavam indo para o aniversário de Christian. Quando ela desligou, Catarina chegou com seu belo sorriso e olhar gentil. Ela parecia uma boneca, uma princesa da Disney, mas tinha o espírito de uma safada. Ela beijou a minha bochecha e então falou:
— Pronto para a praia.
— Eu estou, e você?
— Eu nasci pronta.
Era um dia perfeito. Tinha tudo para ser um dia perfeito. Chegamos na praia e os pais de Catarina já estavam lá. Catarina me obrigou a tirar dezenas de fotos para colocar nas redes sociais. Carlos, o pai dela, ria da filha, mas sempre se colocava ao meu favor. Iris era a mais quieta do grupo, ficava apenas no celular o tempo todo.
— Você nunca me dá preferência. — Catarina fez biquinho.
— Você é muito ciumenta, isso sim. — O pai argumentou.
— Como se você não desse preferência para o filho daquela drogada. — Iris, sem tirar os olhos do celular, comentou.
— Que?
Catarina me puxou, antes que a mãe pudesse me dar mais detalhes. Nós não costumávamos falar muito de Francis. Eu não queria dar detalhes do que eu sabia e Catarina não dava muito detalhes do irmão. Aquela era a nossa primeira conversa direita sobre ele.
— Ela está falando de Francis.
— Francis?
— Meu irmão, bobinho. — Ela me beijou.
— Por que ela disse aquilo?
— Os pais de Francis era usuários de drogas... — Ela beijou a minha bochecha, fazendo pouco caso do assunto.
— E o Francis?
— Minha mãe acha que sim. — Ela se afastou e suspirou. Olhou em meus olhos antes de falar. — Ele atacou o meu namorado. Espancou o coitado. Ele tinha explosões de raiva e saia descontando em qualquer um. Ele vazou fotos intimas minhas, porque eu falei para o meu ex namorado denunciar a agressão.
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O Amor dos Meus Sonhos
RomantizmLivro 1 da duologia Sonhos ELE PODER SER QUALQUER UM, O AMOR DOS MEUS SONHOS. Todos temos um sonho, qual é o seu? Anna tem 18 anos e está prestes a começar o último ano do ensino médio. Um ano comum a muitos jovens que buscam um diploma, faculdade e...