Change Of Time (Finalizada)

The Foolish Runner

Shegaay com atualização DUPLA! Completamos 21600 leituras e não podem imaginar o quanto sou grata por isso. 

Se ainda não leram, eu fiz uma Oneshot que tá "de cair o cu da bunda" segundo quem já leu, é só ir no meu perfil, se chama Rewrite History. Bom, chega de enrolação.

Temos uma música pra esse capitulo que vocês já sabem que tá na playlist da fic no meu perfil e eu indico quando é pra dar play e quando é pra tirar:

-> Gravity - Alex & Sierra

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Há quem diga que o amor é intrínseco ao ser, assim como a dependência ao próprio amor. Penetrado na pele, por todas as partes do corpo, misturado a ele como mistura homogênea, completando os espaços, pertinente e invisível. Como já dizia o poema, "Amor é fogo que arde sem se ver".

Quando, por qualquer turbilhão de razões existentes, esse amor que preenche, também esmaga e corta ao invés de curar, é difícil barganhar entre a fuga e a prudência, entre correr ou deixar-se arrebatar.

E há quem diga que não há maior tolice que render-se à subordinação de seus feitos e efeitos, que distanciar-se é uma questão de sobrevivência e autopreservação. "O amor é para os tolos desavisados! ".

Mas, sendo o amor, parte de si tão vinculada, se torna impossível separar-se dele. Ele é você e você é ele. Como álcool em água, são um só.

O que seria então, mais tolo que fugir de si mesmo?

Junho de 2014

— Ponto de Jauregui! A torcida vai a loucura! — gritou a voz do narrador pelas caixas de som, se misturando com a torcida que delirava ao ponto que garantia o empate e a esperança do momento de virada.

Faltavam apenas dez segundos, os dez segundos decisivos para mais um troféu fazer parte da sua coleção.

Foi dado início do que seria a última jogada, aquela camisa com o número 7 se movia na quadra, como um raio, aguardando a jogada em que receberia a bola e marcaria aquele ponto definitivo.

Quase que em câmera lenta, duas mãos lançaram a bola em sua direção. — Jauregui, vai! — Então Mike pulou em direção a bola e a cesta, a adrenalina correndo por suas veias, o descontrole da respiração e um pulo mais alto do que jamais dera em vida.

Ele pegaria a bola no ar, ele encestaria ela em seguida, isso tudo em um mesmo salto. Ele faria o ponto mais lindo de toda a temporada.

Não contava com o jogador adversário pulando na mesma direção, trombando em seu corpo, iniciando uma sucessão rápida de acontecimentos que mudariam a vida de Mike Jauregui para sempre.

Primeiro sua cabeça atingiu com certa força a tabela de vidro e, com o golpe, seu desequilíbrio foi inevitável, assim como a queda certeira de uma altura enorme, com seu próprio peso completamente sendo forçado para baixo, fazendo seu joelho colidir certeiramente contra o chão.

Naquele momento, sua carreira terminou do mesmo jeito que começou: com a bola em suas mãos.

A dor era absurda, embaçava a visão por instantes, indo e voltando. As pessoas começavam a ficar em volta, tampando qualquer possibilidade de respirar. Estava tão difícil...

Mike acorda suado e logo acende o abajur a seu lado. Maldito dia do passado que resolveu assombrá-lo em pesadelo.

Clara já não estava a seu lado, mas ainda estava cedo. Ele então se apressou em levantar, tomar uma ducha para tirar aquele suor e talvez sanar por ora a lembrança mais tenebrosa de sua vida da parte latente de seu cérebro.