Change Of Time (Finalizada)

Distance

Eaiiii voltei cedinho neee, provavelmente essa vai ser minha ultima aparição até o natal então fica aqui meu presente em forma de capítulo. Esse é o capitulo mais filler que já fiz na minha vida mas tem um presente importante nele. Espero que gostem.

Obrigada pelos mais de 154k de visualizações e mais de 14k de votos, vocês são incríveis, continuem divulgando em tudo quanto é rede social, por favor, isso ajuda bastante! Me sigam no twitter: @shegayaqui

Tem uma música pra esse cap que já está na playlist da fic no spotify, link na minha bio:

-> Oceans - Seafret

Vejo vocês no final \o/

------------------------------

Quando a distância não precisa ser física para ser real, para se tornar presente, é quando o ser sofre e padece, olhando no olho, de perto, mas enxergando os abismos entre os corpos. Então a impotência se torna verdadeira, o mais curto dos precipícios é longo, o espaço entre o olhar é choro e a saudade tem gosto e cheiro de lágrimas.

Setembro de 2019

Após muita diversão, o parabéns e mais danças, haviam copos e pratos espalhados, móveis fora de lugar e alguns objetos mexidos em cima da estante. A casa de Ally se encontrava uma verdadeira bagunça. Como todo final de festa, no sofá, o grupinho se reunia para perderem-se em conversas sobre os mais variados assuntos, à espera do amanhecer do dia.

Dinah reclamava de dor no corpo e não era para menos, de tantas vezes que tentou superar o recorde da amiga no touro mecânico, que naquele momento estava sendo desmontado do lado de fora. Normani engatava em um assunto distraído com Ally e Troy sobre como foi o processo de organização dos detalhes da reunião, sabendo que a qualquer momento teria que acordar Lauren, que ressonava no outro sofá, dormindo igual a um bebê devido ao quanto havia bebido. Alessandro tomava um copo d'água em uma velocidade impressionantemente lenta enquanto aguardava Camila desenhando. A latina não permitia que qualquer um deles visse seu desenho mas quem ousasse pôr seus olhos sobre ela tempo suficiente, saberia que seus traços desenhavam a bêbada dorminhoca no papel. Ela era uma obra de arte, até mesmo dormindo, tão tranquila que parecia transmitir uma paz inexistente no coração da dançarina, devia ser por isso que suspirava por várias vezes enquanto passava os detalhes para a folha.

Alguns minutos mais tarde, já do lado de fora, Normani entrava no carro e aguardava enquanto Lauren parecia ter dificuldades para chegar até a porta do veículo. Foi quando uma voz se ouviu ao longe, desde a casa, chamando seu nome, estava prestes a abrir a maçaneta e virou-se para trás, reconhecendo aquele tom de voz de longe, reconheceria em qualquer lugar, a qualquer distância, ainda mais gritando por ela. Ah, como desejou que aquilo fosse a porta de entrada para uma declaração, no meio de seus devaneios de sono mais álcool, iludiu-se com um mundo onde Camila dissesse que não estava com Alessandro, um mundo onde ela não estivesse grávida dele, onde não formassem a família perfeita e tudo fosse mais simples. E além de tudo, agora também existia Keana, que era uma mulher que estava fazendo muito por ela e precisava ser grata. No fim, eram muitas as vertentes que atrapalhavam suas ilusões.

A latina finalmente a alcançou, levava um papel em suas mãos e parecia precisar descansar, não só pela corrida, mas porque aqueles olhos verdes, mesmo cansados, a sugavam de alguma forma misteriosa. Por vezes eles faziam isso enquanto eram adolescentes, sugando e devolvendo a ela, ao mesmo tempo, sua força vital. Ainda era assim, ainda sentia aquela mesma sensação.

— Você já vai? — Perguntou o óbvio, ainda meio cansada da corrida até ali.

— Já, amanhã a Normani precisa trabalhar e eu volto pra Los Angeles cedo. — Lauren comprimiu os lábios trocando o cabelo de lado. Camila conhecia aquele gesto.