Second Chances

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Shegaaay de novo antes do previsto pq sou muito boazinha. Era pra ter mais dois meses sem nada mas eu não consigo então voltei pros braços dos meus bebês que pediram tanto no último capítulo <3 Já segue no tt @shegayaqui

Esse capítulo eu quero dedicar a ClauCaBeYo que tá lá no grupo do whatsapp comigo e as meninas e nunca teve um capítulo dedicado a ela <3 Agora tem 

Pra esse cap temos duas músicas que já estão na playlist da fic no spotify:

-> Some Streets Lead Nowhere - Matthew Ryan

-> I'll be good - Jaymes Young

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Tão almejadas, o tempo todo, as "segundas chances" são pequenos bônus do destino, pequenas agulhas em um palheiro, tão difíceis de encontrar. Segundas chances existem, mas sua raridade faz com que os seres as queiram com todas as suas forças. Tê-las ou não, não se sabe tratar-se de quê. Merecimento? Ou seria o destino? Quem sabe o tempo?

A grande questão, a que merece realmente atenção, é a que informa o momento no qual você tem sua segunda chance, para que então, possa aproveitá-la. E, se fosse assim, o que faria? Faria tudo diferente? Ou repetiria cada passo para reviver o momento?

É fato que a grande maioria das coisas só acontece uma única vez e, se for levado em conta que nada é repetido, ainda que se assemelhe, segundas chances são apenas ilusões.

Se alguém tem uma outra oportunidade de fazer o que já foi feito, viver o que já foi vivido, iria esta pessoa saber aproveitar ou cairia no grande problema que ronda esta possibilidade: a chance de cair de uma altura ainda maior e se quebrar ao ponto de não conseguir mais voltar?

Agosto de 2019

Tocava a mesa em um batuque desconexo enquanto seus olhos miravam aquele quadro pela milésima vez na noite. Quantas voltas não tinha dado para chegar até aquele ponto? Era verdade que seus desejos mais profundos estavam se concretizando e pouco a pouco tornando-se realidade e, enquanto observava as linhas vermelhas da obra de arte, se dava conta do emaranhado de fios que as guiou até ali. E não foram poucos. O primeiro olhar, o primeiro contato, a primeira conversa, o primeiro beijo, tudo fizera parte de uma porção de fios vermelhos que se enrolavam e a guinava para um destino: Camila.

Entretanto, nem os pequenos arteiros vermelhos eram capazes de desnublar sua mente por completo. Queria poder dizer que não se lembrava mas havia uma diferença gritante entre perdoar e esquecer. Talvez fosse seu senso de justiça, de querer tudo sempre certo nos seus mínimos detalhes e o medo não a deixasse enfrentar aquele passado com todas as possibilidades de perder o presente que sempre almejou. Tinha medo. Um medo justo, compreensível, que a levaria a deixar as coisas como estavam mas coçaria por trás de sua orelha até o fim de seus dias. E aquela insuficiência que sentia ainda estava ali, ainda existia e, por mais que tentasse ignorar, contra aquilo, ela nada podia fazer.

Perdida, olhava para o objeto que tinha em mãos, o pequeno anel que guardara durante tanto tempo, que agora ganharia um novo significado caso realmente se decidisse a usá-lo. Mas suas incertezas banhando como um mar aquelas pétalas de emoções jogadas ao vento eram o bastante para cambalear toda a estrutura não tão sólida que tinha como alicerce.

A joia já quente com seu calor refletindo suas fraquezas pedia uma explicação, pedia um cenário completamente amplo e claro, um do qual ela fugia sem a menor condolência, sem a menor pena ou pesar. Ela precisava. Precisava não enfrentar e apagar assim como necessitava o oxigênio para sobreviver, assim como se via tão frágil para uma segunda onda que seu píer se veria destruído ao final.

Change Of Time (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora