Vigésimo Sexto Capítulo

119 15 0
                                    

Eu acenei para a carruagem, com o coração apertado. Sentiria falta das conversas com Sam pelos próximos meses, mas meu consolo foi sua promessa que me mandaria uma carta por semana. Apenas Alexander havia retornado do jardim e parecia bem abatido, porém mais em paz do que antes. Minha preocupação era com Analu. Ela simplemente se trancou no quarto e disse que precisava de um pouco de privacidade. Bufei, frustrada. Odiava não poder fazer nada! Mamãe colocou a mão no meu ombro, secando uma lágrima.

- Elisa deve estar de coração partido. É sempre doloroso ver um filho partir.- ela falou, com a mão no coração.

- Mas nenhuma de nós partimos mamãe.- falei, encrespando o cenho.

- Ainda não Nina... Sei lá, vendo sua tia passando por isso me pergunto se algum dia estarei preparada de não tê-las por perto.- falou, acariciando meu cabelo. Minha garganta fechou, fazendo-me abraçar sua cintura.

- Mamãe, você sabe que mesmo que eu vá, nunca vou deixa-la.- disse.

- Eu sei disso, só que eu cheguei aqui sem nada e ai... Bom, eu tenho uma família linda, que me faz mais feliz do que nunca fui... Eu nunca imaginei isso, Nina! Antes do seu pai era tudo vazio, confortável, mas vazio.- senti ela dar de ombros, com o coração batendo rápido.- E então eu tropecei em uma pedra e voltei dois séculos.- ela riu, apertando-me mais. 

- A história de vocês é muito louca, sabia?- eu ri, sentindo seu cheiro de flores. Ele sempre me acalmava.- E sou grata a cada segundo por isso.- ficamos em silêncio, apenas sentindo a brisa nos envolver. Meus pensamentos voaram em direção a Caleb. Por incrível que pareça eu estava sentindo... falta dele. Encrespei o cenho. Aquilo não fazia o mínimo sentindo, já que o tinha visto na noite passada! Mas mesmo assim, meu coração não ouvia meu cérebro. Era enervante! Pigarrei, tentando me livrar dos pensamentos. 

- Acho que está se preocupando a toa com isso mãe, eu não vou embora tão cedo!- A ideia de deixa-los me apavorava. 

- Hum... Vamos ver.- ela falou, me surpreendendo. Virei a cabeça para cima, olhando-a.

- O que quer dizer com isso?- senti o coração batendo mais forte, mas me recusava a pensar no motivo. Eu estava assustada demais. 

- Não se faça de boba! Você sabe muito bem o que eu quero dizer.- ela piscou um olho para mim. 

- Nós estamos apenas nos conhecendo mamãe... Você mesma me disse pra ir devagar, analisar bem o carinha - imitei a palavra que ela havia me falado, fazendo-a rir. Eu não estava tão bem humorada assim. Minhas ações estavam totalmente contrárias a isso! Eu não podia ter me apaixonado assim tão rápido! Era um erro completo!

- Mas eu sei como isso funciona. Quando olho para vocês, vejo eu e Ian no começo. Esse tipo de ligação é rara.- ela disse, apertando minha bochecha. Meu coração disparou com aquilo. 

- A-acho que esta se precipitando...- desviei o olhar. 

- Você tem que parar de fugir, não vai conseguir manter essa fachada por muito tempo.- ela me olhou com o cenho preocupado.

- E-eu mal o conheço, não posso me... apaixonar assim.- minha frase foi quase um sussurro, já que era uma confissão.

- Não se escolhe por quem vai se apaixonar Nina, mas cabe a você saber o que vai fazer com isso. Do que você tem medo?- pressionei os lábios, quase explodindo. Com um suspiro, mamãe me levou até os degraus mais baixos, sentando-se comigo. Tomei fôlego, olhando para minhas mãos retorcidas.

- É tudo muito novo e prematuro mãe, além do mais tem o...- mordi o lábio. Ops.

- Tem o...- ela tentou, me olhando com diversão. Suspirei forte.

AguardadaOnde histórias criam vida. Descubra agora