Nono Capítulo

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Papai me colocou getilmente na cama do novo quarto. Depois de muita reclamação da minha parte, permiti que me carregasse. Eu poderia ir saltitando em um só pé, ora!

- Você é idêntica a sua mãe! O mesmo temperamento, a mesma teimosia e a mesma perfeição.- ele sorriu e mamãe abraçou sua cintura. Ri para os dois.

- Seu pai disse isso no primeiro momento que pôs os olhos em você, Nina. Algumas coisas não mudam, não é mesmo?- ela piscou pra ele. Analu entrou timidamente e assim que percebeu que só estávamos nós, veio correndo até mim.

- Fiquei tão preucupada Nina! Quase desmaiei antes de você!- ela riu desolada, tapando o rosto. Afaguei suas costas.

- Tudo bem Analu.- ri.- Já estou bem, não lhe prometi?

- Sim. Por sorte não precisou de sutura.- ela estremeceu.

- Uma vez tive que levar ponto no braço. Ian me deu óp...-papai tampou a boca de mamãe e ela olhou zombeteira pra ele. Rimos.

- No final tudo ficou bem. Tome mais cuidado Nina, não sei o que faria se tivesse sido pior.- ele encrespou as sobrancelhas.

- Desculpe pai, não irá se repetir.- ele curvou a cabeça.

- Como pode prometer que não vai se machucar?

- Bom...- comecei, tentando achar uma solução. Não tinha uma.- Não posso prometer isto, mas farei de tudo para evitar.- falei sucinta. Bem, menos...

- Até parar de cavalgar como uma bala em Storm?- ele sorriu, desafiando. Suspirei, derrotada.

- Quase tudo.- rimos. Ele beijou minha cabeça e a de Analu.

- Venha meu amor, vamos deixa-las a sós.- minha mãe concordou, mas olhou para meu pé e exitou.

- Hm, vai indo, preciso ter uma conversinha com a Nina.- olhei assustada. Ficar de castigo uma semana antes de fazer 18... Então me lembrei. Ai não! O baile! Como... Como eu iria ir?

- Tudo bem. Vejo vocês mais tarde.- bateu a porta delicadamente. Mamãe se virou. Meu rosto devia estar com uma expressão nada amena, pois Analu perguntou.

- O quê houve, Nina?

- Como... Como farei para ir ao baile agora Analu?- olhei para as duas, desolada.

- Você tá com uma brecha no pé e preocupada com um baile, Marina?- mamãe repreendeu.- Calma, você... Pode usar os tênis! Não vão machucar.- assenti. Realmente... Opa. Onde eles estavam?- Falando em sapatos, pode me explicar porque tava sem um?

- Eu...- Suspirei.- Eu estava usando os seus tênis. Só lembrei disso quando Madame Georgette foi tirar minhas medidas. Tirei-os rapidamente e fiquei descalça. Iríamos ao sapateiro, mas antes de chegar lá... Bem, vocês já sabem.

- Você tirou e escondeu pra que a madame não visse?- mamãe perguntou e assenti.- Que saco, Nina! Foi energia gasta à toa. Quando cheguei aqui ela me viu com eles.

- Vo... Você não se importa?- perguntei pasma. Ela riu.

- Claro que não meu amor! Mas te agradeço por ter tentando me proteger, só que realmente não tinha necessidade.- acariciou meu rosto, com um sorriso divertido.

- Então... Estou inválida pra nada?- gemi e afundei no colchão. Minha irmã riu.

- Bom... Eu não diria nada.- olhou sugestivamente.

- Como assim?- me remexi, desconfortável. Elas trocaram um olhar cúmplice.

- Eu te peguei encarando o Caleb, senhorita Marina.- mamãe imitou, com uma voz grossa. Analu riu.

AguardadaOnde histórias criam vida. Descubra agora