Papai me colocou getilmente na cama do novo quarto. Depois de muita reclamação da minha parte, permiti que me carregasse. Eu poderia ir saltitando em um só pé, ora!
- Você é idêntica a sua mãe! O mesmo temperamento, a mesma teimosia e a mesma perfeição.- ele sorriu e mamãe abraçou sua cintura. Ri para os dois.
- Seu pai disse isso no primeiro momento que pôs os olhos em você, Nina. Algumas coisas não mudam, não é mesmo?- ela piscou pra ele. Analu entrou timidamente e assim que percebeu que só estávamos nós, veio correndo até mim.
- Fiquei tão preucupada Nina! Quase desmaiei antes de você!- ela riu desolada, tapando o rosto. Afaguei suas costas.
- Tudo bem Analu.- ri.- Já estou bem, não lhe prometi?
- Sim. Por sorte não precisou de sutura.- ela estremeceu.
- Uma vez tive que levar ponto no braço. Ian me deu óp...-papai tampou a boca de mamãe e ela olhou zombeteira pra ele. Rimos.
- No final tudo ficou bem. Tome mais cuidado Nina, não sei o que faria se tivesse sido pior.- ele encrespou as sobrancelhas.
- Desculpe pai, não irá se repetir.- ele curvou a cabeça.
- Como pode prometer que não vai se machucar?
- Bom...- comecei, tentando achar uma solução. Não tinha uma.- Não posso prometer isto, mas farei de tudo para evitar.- falei sucinta. Bem, menos...
- Até parar de cavalgar como uma bala em Storm?- ele sorriu, desafiando. Suspirei, derrotada.
- Quase tudo.- rimos. Ele beijou minha cabeça e a de Analu.
- Venha meu amor, vamos deixa-las a sós.- minha mãe concordou, mas olhou para meu pé e exitou.
- Hm, vai indo, preciso ter uma conversinha com a Nina.- olhei assustada. Ficar de castigo uma semana antes de fazer 18... Então me lembrei. Ai não! O baile! Como... Como eu iria ir?
- Tudo bem. Vejo vocês mais tarde.- bateu a porta delicadamente. Mamãe se virou. Meu rosto devia estar com uma expressão nada amena, pois Analu perguntou.
- O quê houve, Nina?
- Como... Como farei para ir ao baile agora Analu?- olhei para as duas, desolada.
- Você tá com uma brecha no pé e preocupada com um baile, Marina?- mamãe repreendeu.- Calma, você... Pode usar os tênis! Não vão machucar.- assenti. Realmente... Opa. Onde eles estavam?- Falando em sapatos, pode me explicar porque tava sem um?
- Eu...- Suspirei.- Eu estava usando os seus tênis. Só lembrei disso quando Madame Georgette foi tirar minhas medidas. Tirei-os rapidamente e fiquei descalça. Iríamos ao sapateiro, mas antes de chegar lá... Bem, vocês já sabem.
- Você tirou e escondeu pra que a madame não visse?- mamãe perguntou e assenti.- Que saco, Nina! Foi energia gasta à toa. Quando cheguei aqui ela me viu com eles.
- Vo... Você não se importa?- perguntei pasma. Ela riu.
- Claro que não meu amor! Mas te agradeço por ter tentando me proteger, só que realmente não tinha necessidade.- acariciou meu rosto, com um sorriso divertido.
- Então... Estou inválida pra nada?- gemi e afundei no colchão. Minha irmã riu.
- Bom... Eu não diria nada.- olhou sugestivamente.
- Como assim?- me remexi, desconfortável. Elas trocaram um olhar cúmplice.
- Eu te peguei encarando o Caleb, senhorita Marina.- mamãe imitou, com uma voz grossa. Analu riu.
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Aguardada
RomanceA história de Marina Alonzo Clarke. Nina nunca foi uma pessoa propensa as regras do século 19. Diferente da irmã Analu, sempre foi mais "saidinha", nas palavras de Sofia. Agora com 18 anos, ela enfrentará o maior desafio de sua vida, conhecendo algo...