Eu e Analu resolvemos fazer outra festa do pijama devido a noticia de gravidez. Muitas situações inesperadas estava acontecendo com certa repetição, assim como nossas reuniões. Não que eu me importasse com isso.
- Eu dancei com um cavalheiro bastante singular.- falou, com o braço entrelaçado ao meu.
- Serio?- perguntei surpresa.
- Sim, mas não consegui identifica-lo pela máscara.- falou, encrespando o cenho.- Ele me cativou com sua aventuras. Contou-me cada história!- um sorriso apareceu em seu rosto.
- Ora ora...- fiz uma careta maliciosa e ela se limitou a revirar os olhos.
- Sabe que não sou disso...- então ela ficou séria, engolindo em seco.- Você viu Alexander?- respirei fundo, tentando lembrar. Revirei minhas memórias, mas não havia encontrado nada.
- Na verdade não...- ela assentiu, com o rosto retorcido em angustia.
- Eu dancei com ele. Umas três vezes.- confessou, olhando para o chão. Passaram-se uns minutos de silêncio até eu conseguir dizer alguma coisa.
- Como soube identifica-lo?- questionei atônita.
- Eu o reconheceria no meio de uma multidão Nina. Não se esquece de uma pessoa assim...- ela falou, os olhos subitamente úmidos.- Ele tentou não se identificar, mas nem precisou. Assim que vi seus olhos, senti seu toque, eu soube...- ela inspirou fundo, mexendo em algo que estava em seu dedo. Olhei curiosamente para o gesto.- Você não pareceu ter problemas em identificar o senhor Montini também!- exclamou, fazendo-me ficar tensa instantaneamente. Meu coração disparou e minha boca ficou seca. Andei mais rápido.
- Ora... Ele... Hum, ele não estava tãaaao diferente assim...- murmurei, mordendo o lábio. Podia sentir seu olhar zombeteiro em mim, mas permaneci seguindo em frente.
- Como não? Fui reconhece-lo no final do baile! Admita, quando duas pessoas tem uma ligação, até de olhos fechados pode-se vê-las. É mais que uma imagem, está relacionado a sentimentos e sensações...- falou. Aquilo atingiu meu coração em cheio. Não havia questionado o fato até agora e Caleb não pareceu ter muitos problemas em me encontrar também.
- Acho... Hum, talvez tenha razão...- suspirei, o coração tropeçando nas lembranças.
- Eu quero saber como foi! Vai me contar?- suplicou, quando paramos em frente a meu quarto.
- Foi... indescritível.- roubei suas palavras, sorrindo instantaneamente. Vi minha irmã soltar um gritinho animado. Peguei a chave no bolso escondido do vestido e destranquei, girando a maçaneta.
- Oh, eu sabia! Sabia que tudo ia da...- ela parou de falar. Olhei curiosamente e sua atenção estava em minha cama. Mais precisamente, na peônia em minha cama. Aproximei-me, sem controle das pernas, agarrando o pequeno quadrado de papel ao lado da flor. Tum-tum-tum-tum.
"Eles brilham ainda mais que eu lembrava, devo dizer que não há visão mais bela que a senhorita. Obrigado pela noite.
Seu. "Acho que havia parado de respirar. De piscar. De qualquer tipo de reação possível. Apenas duas frases e eu sabia exatamente do que se tratava. E de quem se tratava. Ele estivera ali. Ele. Estivera. Ali. Ele estivera ali! Não sabia o que fazer. São sabia se ria ou chorava. Se entrava em pânico ou não. Os pensamentos estavam tão rápidos que tive que sentar-me no colchão. Ele esteve no baile, me viu, talvez até falou comigo. Ou dançou. Um pensamento repentino espetou meu cérebro. Segurei-me no colchão. Ele havia me visto com Caleb! Ok. Aquilo estava piorando a cada minuto. Analu ajoelhou-se a meu lado, falando alguma coisa que meu cérebro não registrou. Eu tinha um surto interno para me preocupar agora. Oh não... Oh não, oh não! E agora? O que faria? Eu teria a chance de finalmente conhecê-lo, mas... Senti meu peito se apertar com a conclusão que cheguei. Não iria funcionar, eu simplesmente não iria conseguir conhecer os dois. Não sou assim, nunca fui. Eu teria que escolher, mas ambas opções de perda deixavam meu coração batendo doloridamente. Então, subitamente, o quarto começou a sacudir. Descobri que na verdade quem estava era eu. Analu me balançava, com os olhos repletos de preocupação.
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Aguardada
RomansA história de Marina Alonzo Clarke. Nina nunca foi uma pessoa propensa as regras do século 19. Diferente da irmã Analu, sempre foi mais "saidinha", nas palavras de Sofia. Agora com 18 anos, ela enfrentará o maior desafio de sua vida, conhecendo algo...