Oitavo Capítulo

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Analu me amparou quando eu quase tombei. Caramba, aquilo doía pra caramba! Era como várias agulhas perfurando cada nervo. Minha visão começou a ficar turva.

- Nina, você está sangrando!- pelo desespero de sua voz, ela estava pior que eu.- Será... Será suas regras?- minha visão entrou em foco novamente e encontrei o rosto pálido e preucupado de minha irmã.

- Não... Ela já...- fiquei tonta novamente. Pontinhos pretos começaram a salpicar minha vista. Não, não podia desmaiar ali. Não com a minha irmã. Respirei fundo. Hm... Não ajudou muito. Meu corpo inclinou perigosamente para trás e eu caí em uma coisa... Macia? Enquanto tentava raciocinar como, meu consciente foi apagando gradativamente.

***

O vento batia em meu rosto enquanto eu cavalgava em Storm. Meu vestido branco flutuava com o ar e as peônias ao meu redor produziam um aroma divino. Avistei uma figura alta e máscula ao fundo e minha montaria seguiu a toda em direção à ele. Ouvia sua voz abafada.

- ...regras. O sangue está vindo de seu pé.- meu pé? Olhei para o membro e não havia nada de incomum.

- Chamem o Doutor Almeida! Já! - uma voz esganiçada disse, fazendo tudo tremolizar ao meu redor. Não! Não agora que eu chegava perto! Quanto mais eu corria, mais o cavalheiro se distanciava. Um funil preto começou a fechar ao seu redor.

- Parece que ela esta voltando a si!- meus olhos se recusavam a abrir. Aos poucos eles foram inundados pela claridade.

- Ah, meu amor. Acorde.- uma mão começou a acariciar meus cabelos. Pisquei confusa e meio cega pela luz forte. As imagens começaram a entra em foco e uma dor latejate fluia de meu pé. Minha mãe estava segurando minha cabeça no colo, com muita preocupação estampada no rosto.

- O quê...- minha voz estava rouca, então limpei a garganta.- O quê houve?

- Um caco de vidro rasgou seu pé. Porque você tava descalça Marina?- ela serrou o cenho. Gemi e tentei mover o pé.

- Não o movimente!- uma voz masculina disse. Não uma voz qualquer. Olhei para baixo e senti meu coração parar. O cavaleiro desconhe... Senhor Montini, me corrigi, segurava meu tornozelo com delicadeza. Ele sorriu pra mim.- Parece que nos encontramos novamente.- corei. Eu deveria estar bem atordoada pra ter uma reação assim. Minha irmã voltou correndo e eu me sentei, apoiada em minha mãe.

- O doutor Almeida...- ela puxou uma boa quantidade de ar.- Ele não está... Em casa.- Analu estava mais pálida que o costume e me olhava com terror.

- Temos que leva-la para Lucas.- o senhor Montini disse, com o senho franzido.

- Como vamos erguê-la? Isaac foi correndo chamar Ian e...- mamãe pôs a mão na cabeça. - Não estou me sentindo muito bem...

- Acalme-se, senhora Clarke. Eu a levo, estou com montaria.- ele apontou para o cavalo que havia visto mais cedo. Nem pensar!

- Faria isso? Não se incomodaria?- ela olhava pra ele como se tivesse achado um príncipe encantado.

- Claro, não é nenhum incômodo.- Não, não, não.

- Mãe, não está tão ruim assim! Posso esperar papai chegar e...

- Nem pense nisso, Marina Clarke! Você vai e ponto.- ela ordenou e eu me encolhi. Raramente nossos pais nos corrigiam, então era algo intimidante. Mesmo a contra-gosto, concordei com a cabeça. Cale... O senhor Montini passou um braço pelas minhas pernas e o outro em minhas costas, me aninhando confortavelmente em seus braços. Minha cabeça foi automaticamente em encontro com seu ombro.

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