Analu me amparou quando eu quase tombei. Caramba, aquilo doía pra caramba! Era como várias agulhas perfurando cada nervo. Minha visão começou a ficar turva.
- Nina, você está sangrando!- pelo desespero de sua voz, ela estava pior que eu.- Será... Será suas regras?- minha visão entrou em foco novamente e encontrei o rosto pálido e preucupado de minha irmã.
- Não... Ela já...- fiquei tonta novamente. Pontinhos pretos começaram a salpicar minha vista. Não, não podia desmaiar ali. Não com a minha irmã. Respirei fundo. Hm... Não ajudou muito. Meu corpo inclinou perigosamente para trás e eu caí em uma coisa... Macia? Enquanto tentava raciocinar como, meu consciente foi apagando gradativamente.
***
O vento batia em meu rosto enquanto eu cavalgava em Storm. Meu vestido branco flutuava com o ar e as peônias ao meu redor produziam um aroma divino. Avistei uma figura alta e máscula ao fundo e minha montaria seguiu a toda em direção à ele. Ouvia sua voz abafada.
- ...regras. O sangue está vindo de seu pé.- meu pé? Olhei para o membro e não havia nada de incomum.
- Chamem o Doutor Almeida! Já! - uma voz esganiçada disse, fazendo tudo tremolizar ao meu redor. Não! Não agora que eu chegava perto! Quanto mais eu corria, mais o cavalheiro se distanciava. Um funil preto começou a fechar ao seu redor.
- Parece que ela esta voltando a si!- meus olhos se recusavam a abrir. Aos poucos eles foram inundados pela claridade.
- Ah, meu amor. Acorde.- uma mão começou a acariciar meus cabelos. Pisquei confusa e meio cega pela luz forte. As imagens começaram a entra em foco e uma dor latejate fluia de meu pé. Minha mãe estava segurando minha cabeça no colo, com muita preocupação estampada no rosto.
- O quê...- minha voz estava rouca, então limpei a garganta.- O quê houve?
- Um caco de vidro rasgou seu pé. Porque você tava descalça Marina?- ela serrou o cenho. Gemi e tentei mover o pé.
- Não o movimente!- uma voz masculina disse. Não uma voz qualquer. Olhei para baixo e senti meu coração parar. O cavaleiro desconhe... Senhor Montini, me corrigi, segurava meu tornozelo com delicadeza. Ele sorriu pra mim.- Parece que nos encontramos novamente.- corei. Eu deveria estar bem atordoada pra ter uma reação assim. Minha irmã voltou correndo e eu me sentei, apoiada em minha mãe.
- O doutor Almeida...- ela puxou uma boa quantidade de ar.- Ele não está... Em casa.- Analu estava mais pálida que o costume e me olhava com terror.
- Temos que leva-la para Lucas.- o senhor Montini disse, com o senho franzido.
- Como vamos erguê-la? Isaac foi correndo chamar Ian e...- mamãe pôs a mão na cabeça. - Não estou me sentindo muito bem...
- Acalme-se, senhora Clarke. Eu a levo, estou com montaria.- ele apontou para o cavalo que havia visto mais cedo. Nem pensar!
- Faria isso? Não se incomodaria?- ela olhava pra ele como se tivesse achado um príncipe encantado.
- Claro, não é nenhum incômodo.- Não, não, não.
- Mãe, não está tão ruim assim! Posso esperar papai chegar e...
- Nem pense nisso, Marina Clarke! Você vai e ponto.- ela ordenou e eu me encolhi. Raramente nossos pais nos corrigiam, então era algo intimidante. Mesmo a contra-gosto, concordei com a cabeça. Cale... O senhor Montini passou um braço pelas minhas pernas e o outro em minhas costas, me aninhando confortavelmente em seus braços. Minha cabeça foi automaticamente em encontro com seu ombro.
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Aguardada
RomanceA história de Marina Alonzo Clarke. Nina nunca foi uma pessoa propensa as regras do século 19. Diferente da irmã Analu, sempre foi mais "saidinha", nas palavras de Sofia. Agora com 18 anos, ela enfrentará o maior desafio de sua vida, conhecendo algo...