- Posso leva-los para um passeio pela propriedade.- Analu falou, assim que o jantar acabou.- Nossos jardins a noite são lindos.- disse, corada.
- Acho uma excelente ideia.- Christopher ofereceu o braço a ela, conduzindo-a sem dar chance de os pais responderem. Olhei para Caleb em expectativa, quando me ofereceu o braço. Sua boca estava como uma linha branca. Sorri ao constatar que estava tão nervoso quanto eu. Nós saímos seguindo minha irmã a principio, mas furtivamente, Caleb me conduziu a outro caminho, abrindo distância dos quatro.
- Onde esta me levando?- perguntei, olhando para trás.
- Relaxe, não farei nada que mereça um tiro.- ele riu, me mirando. Olhei desconfiada, mas ansiosa com nossa pequena escapada.
- Não sei se devo confiar no senhor, está se mostrando indecoroso ultimamente...- alfinetei, olhando para as flores.
- Como se eu tivesse agido sozinho... Sabe, senhorita, como posso ter certeza que não me seduzirá hoje a noite?- ele mirou o céu, fingindo estar pensando. Revirei os olhos, rindo de sua careta.
- Pelo o que me toma, meu senhor?- falei, fazendo pompa.
- Essa é uma pergunta interessantíssima, pois estou ávido em toma-la em meus braços novamente.- ele parou, enlaçando minha cintura. Tentei soltar-me, mas sem tanta convicção.
- Caleb! Se alguém nos ver...- disse, reprovando, mas não consegui parar de sorrir.- Já é um escândalo eu estar sozinha com você aqui.
- Esta preocupando essa linda cabecinha a toa - suas esmeraldas chisparam, me mirando.- Sua irmã e eu temos um trato de manter todos beeeem distante de nós.- ele falou, com a voz rouca. Estremeci, corando.
- Porquê?
- Não quero que ninguém estrague nossa reunião particular, então trate de me seguir.- ele deu um beijo em minha testa e entrelaçou nossos dedos, puxando-me para seja qual fosse o destino. Riamos tanto que tive que tampar a boca para diminuir os ruídos. Eu me sentia... Caramba, eu me sentia iluminada, indiscutivelmente feliz, como se nada de ruim pudesse nos atingir de tão perfeito e leve que era aquele momento. O tapete negro estrelado com a leve iluminação da lua era uma obra de arte de Deus que fazia o momento ser ainda mais mágico. De repente, Caleb parou, me fazendo chocar com seu peito. Olhei com indignação encontrando seu sorriso provocativo de lado.- Minha bela senhorita Clarke, permita-me pagar minha dívida.- disse com pompa.
- O que quer dizer com isso?- falei, sorrindo com o coração a mil.
- Veja por si mesma.- ele piscou e me virou para o lado direito. Por um minuto fiquei estagnada, sem ar. O velho gazebo estava cheio de velas e flores em toda sua extensão. Uma mesa redonda, com duas cadeiras, estava repleta de doces e no centro uma cesta com as inconfundíveis tortinhas de banana. Um caminho de pétalas se seguia até as escadas gastas, um convite silencioso para segui-las. Mordi o lábio, incapaz de conter a emoção. Nunca, em toda a minha vida, havia vivido um momento tão romântico quanto aquele. Só de pensar no trabalho que Caleb teve... Virei-me para ele, encantada.
- Eu...- tentei, mas só conseguia balançar a cabeça, surpresa com tudo aquilo.- Como você... Não, não importa como.- sorri, colocando as mãos em seu peito. Seu olhar brilhava de expectativa, mas sua boca se curvava num sorriso contido.- Você parece um príncipe encantado sabia?- brinquei, acariciando sua covinha. Meu coração reagiu de imediato ao toque, a intimidade recente.
- Ora, não é mesmo? Eu estava em um cavalo quando nos reencontramos, mas ele não era branco...- fingiu pensar, olhando para cima. Ri, sentindo as lágrimas inundarem meus olhos.
- Eu não consigo acreditar que fez tudo isso pra mim.- falei, enquanto ele colocava uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Não sou tão nobre assim, fiz isso por mim também.- ele disse, sorrindo misterioso.
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Aguardada
RomanceA história de Marina Alonzo Clarke. Nina nunca foi uma pessoa propensa as regras do século 19. Diferente da irmã Analu, sempre foi mais "saidinha", nas palavras de Sofia. Agora com 18 anos, ela enfrentará o maior desafio de sua vida, conhecendo algo...