Trigésimo Capítulo

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- Posso leva-los para um passeio pela propriedade.- Analu falou, assim que o jantar acabou.- Nossos jardins a noite são lindos.- disse, corada.

- Acho uma excelente ideia.- Christopher ofereceu o braço a ela, conduzindo-a sem dar chance de os pais responderem. Olhei para Caleb em expectativa, quando me ofereceu o braço. Sua boca estava como uma linha branca. Sorri ao constatar que estava tão nervoso quanto eu. Nós saímos seguindo minha irmã a principio, mas furtivamente, Caleb me conduziu a outro caminho, abrindo distância dos quatro. 

- Onde esta me levando?- perguntei, olhando para trás.

- Relaxe, não farei nada que mereça um tiro.- ele riu, me mirando. Olhei desconfiada, mas ansiosa com nossa pequena escapada. 

- Não sei se devo confiar no senhor, está se mostrando indecoroso ultimamente...- alfinetei, olhando para as flores. 

- Como se eu tivesse agido sozinho... Sabe, senhorita, como posso ter certeza que não me seduzirá hoje a noite?- ele mirou o céu, fingindo estar pensando. Revirei os olhos, rindo de sua careta.

- Pelo o que me toma, meu senhor?- falei, fazendo pompa. 

- Essa é uma pergunta interessantíssima, pois estou ávido em toma-la em meus braços novamente.- ele parou, enlaçando minha cintura. Tentei soltar-me, mas sem tanta convicção.

- Caleb! Se alguém nos ver...- disse, reprovando, mas não consegui parar de sorrir.- Já é um escândalo eu estar sozinha com você aqui.

- Esta preocupando essa linda cabecinha a toa - suas esmeraldas chisparam, me mirando.- Sua irmã e eu temos um trato de manter todos beeeem distante de nós.- ele falou, com a voz rouca. Estremeci, corando.

- Porquê?

- Não quero que ninguém estrague nossa reunião particular, então trate de me seguir.- ele deu um beijo em minha testa e entrelaçou nossos dedos, puxando-me para seja qual fosse o destino. Riamos tanto que tive que tampar a boca para diminuir os ruídos. Eu me sentia... Caramba, eu me sentia iluminada, indiscutivelmente feliz, como se nada de ruim pudesse nos atingir de tão perfeito e leve que era aquele momento. O tapete negro estrelado com a leve iluminação da lua era uma obra de arte de Deus que fazia o momento ser ainda mais mágico. De repente, Caleb parou, me fazendo chocar com seu peito. Olhei com indignação encontrando seu sorriso provocativo de lado.- Minha bela senhorita Clarke, permita-me pagar minha dívida.- disse com pompa.

- O que quer dizer com isso?- falei, sorrindo com o coração a mil.

- Veja por si mesma.- ele piscou e me virou para o lado direito. Por um minuto fiquei estagnada, sem ar. O velho gazebo estava cheio de velas e flores em toda sua extensão. Uma mesa redonda, com duas cadeiras, estava repleta de doces e no centro uma cesta com as inconfundíveis tortinhas de banana. Um caminho de pétalas se seguia até as escadas gastas, um convite silencioso para segui-las. Mordi o lábio, incapaz de conter a emoção. Nunca, em toda a minha vida, havia vivido um momento tão romântico quanto aquele. Só de pensar no trabalho que Caleb teve... Virei-me para ele, encantada.

- Eu...- tentei, mas só conseguia balançar a cabeça, surpresa com tudo aquilo.- Como você... Não, não importa como.- sorri, colocando as mãos em seu peito. Seu olhar brilhava de expectativa, mas sua boca se curvava num sorriso contido.- Você parece um príncipe encantado sabia?- brinquei, acariciando sua covinha. Meu coração reagiu de imediato ao toque, a intimidade recente.

- Ora, não é mesmo? Eu estava em um cavalo quando nos reencontramos, mas ele não era branco...- fingiu pensar, olhando para cima. Ri, sentindo as lágrimas inundarem meus olhos.

- Eu não consigo acreditar que fez tudo isso pra mim.- falei, enquanto ele colocava uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Não sou tão nobre assim, fiz isso por mim também.- ele disse, sorrindo misterioso.

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