THOMAS
O almoço foi ótimo. Nós 3 rimos, conversamos e comemos bastante. O pouco que sobrou na assadeira eu esperei esfriar para guardar em uma vasilha na geladeira. O Samu e a Lu me ajudaram a limpar a mesa e lavar os pratos para deixar a cozinha totalmente limpa. Depois de escovarmos os dentes e arrumamos os nossos quartos, nos encontramos na sala aonde ficamos sentados sem fazer nada. Eu estava reunindo coragem pra fazer o que eu tinha que fazer e eu sabia que eles sabiam disso. Os dois estavam conversando normalmente quando eu apenas joguei a bomba no ventilador.
-Eu acho que a Vitória quer que eu a peça em casamento – disse de uma vez e os dois me encararam sérios.
-O QUE? Ela quer casar contigo? – perguntou Samuel sem acreditar.
-Eu acho que sim. No pouco que temos nos falado, ela tem mencionado 'casamento' bastante.
-Mas você quer casar com ela? – perguntou Luísa me deixando em conflito.
-Eu... ahm... – essa era a parte difícil.
-Você?? O que foi, Tommy? – Lu só me chamava de Tommy quando sabia que eu precisava de conforto.
-Eu não sei como dizer isso – eu estava começando a ficar nervoso e ofegante.
-Ei, mano – disse o Samuel se aproximando de mim e me abraçando. -Nós estamos aqui pra ti. Pra qualquer coisa.
-Exatamente. Pode confiar na gente pra o que for – disse Luísa me abraçando pelo outro lado. Eu senti uma lágrima, que eu estava tentando conter, escorrer pelo meu rosto, enquanto eu abaixava a cabeça e deixava minhas emoções tomarem conta de mim.
-Eu acho... que eu gosto de caras – revelei pausadamente e chorando.
-Uou... isso é sério? – questionou Samuca surpreso.
-S-sim
-Como você descobriu isso? – a Lu me fazia um cafuné para me deixar mais calmo, e estava conseguindo.
-Tem algumas semanas isso já – respirei fundo para poder falar isso. -Era isso que eu estava tanto querendo falar com vocês. Algumas festas atrás que eu fui sozinho, eu fiquei no meu canto bebendo um pouco dando um tempo aceitável pra eu poder ir embora, até que eu reparei que um cara estava olhando muito pra mim – respirei outra vez pra continuar a falar. -Não é novidade pra mim que eu chamo atenção de alguns caras, e eu já estava acostumado com isso, mas esse foi diferente.
-Diferente como? – perguntou Luísa curiosamente.
-Eu comecei a reparar nesse cara também. Eu não entendia o porquê eu estava olhando outro cara daquela forma, mas eu sentia que eu queria me aproximar mais dele. Depois que eu me notei interessado em um cara, eu saí daquela festa o mais rápido possível. Quando eu cheguei em casa, eu bebi muito e acordei atrasado para o trabalho. Foi um dos meus piores dias porque eu estava cheio de coisas pra fazer, mas não conseguia parar de pensar em o quanto eu estava com vontade de beijar aquele cara.
-Pera... foi aquele dia que você surtou comigo porque zoei o seu cabelo?
-Sim, mano. Me desculpe por aquele dia. Eu estava muito confuso, irritado e com muita ressaca. Você sabe que eu nunca quis dizer nada daquelas coisas.
-Eu sei, Thom. Eu te conheço, e imaginei que você estivesse muito estressado naquele dia, mas eu nunca iria imaginar que fosse por causa de um cara.
-Eu não queria... Nos dias seguintes a festa, eu neguei totalmente o fato de que eu poderia gostar de outro homem e tentei procurar vocês o tempo todo. Só que vocês tinham suas vidas e eu me senti um pouco mal por ser um grande egoísta e querer que vocês parassem tudo pra me dar atenção – voltei a lacrimejar. -Mas eu não estava aguentando manter todos esses sentimentos dentro de mim. Dizem que quanto mais você nega isto, mais forte isso fica e pior fica para quem se nega.
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Guardião - Livro I
RomanceIrmãos Castro-Hall - Livro 1 . Thomas é o irmão mais velho dentre os filhos da família Castro-Hall. Com seus apenas 22 anos, ele já é um dos líderes de empresa mais famosos do Brasil. Tendo uma criação voltada justamente para assumir este cargo, ele...