Capítulo 39

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THOMAS


Eu já não tinha mais lágrimas para chorar. Cada minuto que se passava, uma parte de mim lentamente perdia sentido, perdia luz, perdia vontade de viver. Eu estava estático.

-Thomas – ouvi a voz da minha mãe vindo até mim, mas eu não mexi um músculo. Eu continuava parado, sentado no chão, com as costas na parede, braços envolvendo minhas pernas e cabeça olhando para frente. -Filho, você tá bem? O que aconteceu?

-Ele não vai te responder, Dona Giuliana – disse Daniel. -Ele está em algum tipo de choque.

-Como assim? – perguntou ela me abraçando, mas eu continuava sem me mover.

-Ele tá assim tem uns 10 minutos. Completamente imóvel.

Ela estralou os dedos na minha frente tentando chamar minha atenção, mas eu nem pisquei. Eu não conseguia pensar em nada que não fosse o Eduardo. Era como se meu cérebro não enviasse comandos para o meu corpo agir, então eu permanecia do mesmo jeito.

-Meninos, o que aconteceu? – questionou ela levantando e falando com os seguranças. Conhecendo minha mãe, ela estava ao máximo tentando ser forte e não chorar.

-Thomas e Eduardo ficaram na empresa até tarde adiantando alguns negócios já que hoje, já que já passou da meia noite, é feriado – começou André.

-Aí o Thomas recebeu uma ligação do Marco, o investigador. Marco descobriu quem estava atrás do Edu esse tempo todo, mas o cara descobriu que foi descoberto e agiu desesperadamente.

-E quem é esse cara?

-O Leandro – respondeu o segurança do meu noivo.

-Medeiros?

-Sim, o mesmo.

-Aparentemente ele queria se livrar do Edu pra reassumir o controle da empresa e derrubar a empresa dos Ferreira e dos Castro-Hall por dentro ao mesmo tempo – explicou Daniel. -Quando Marco ligou pra falar isso pro Thomas, ele mandou a gente sair da empresa o mais rápido possível, porque eles poderiam estar em perigo. Quando a gente estava no estacionamento, o Edu entrou na frente do Thomas e foi baleado.

-E vocês já têm alguma notícia do Edu?

-Ele foi levado pra cirurgia quando a gente chegou, o que tem aproximadamente meia-hora, então não temos nenhuma notícia por enquanto – respondeu André.

Eles pararam de conversar e apenas permaneceram no lugar, até que minha mãe falou que ia na recepção para ver se conseguia alguma notícia. Minutos depois ela voltou informando que não havia nenhuma atualização sobre a cirurgia, mas que o quarto para o Edu já estava reservado. Ela me chamou para ir até lá, mas eu continuava sem me mover. Nem responder eu conseguia, meu cérebro estava completamente desligado.

-Vocês podem ir, eu vou ficar aqui com ele – disse Daniel.

Incontáveis horas se passaram e eu permaneci parado. Tudo que eu queria era uma notícia, qualquer coisa que me indicasse que o meu amor iria sobreviver, mas ninguém havia vindo. Quando deu umas 6 horas da manhã, André trouxe dois copos de café, um para Daniel e um para mim, mas, novamente, estátua.

Passados alguns minutos, eu comecei a ouvir o som de passos fortes vindo do corredor. Luiz, Roberta e Fernando logo se aproximaram para falar comigo, mas foram instruídos pelo meu segurança que estava sentado do meu lado.

-Ele não vai responder vocês.

-Como assim? – perguntou Luiz.

-Ele deve estar em choque – respondeu Fernando.

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