Capítulo 29

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THOMAS


-Saúde.

-Obrigado – disse Eduardo logo após espirrar. Eu, ele, minha mãe e os seguranças estávamos todos desembarcando no aeroporto de Salvador na volta para casa após a semana que passamos em Austin para o aniversário da Marcela.

Tudo correu bem entre nós 8 depois da revelação da minha atual relação com o Eduardo, por mais que não estivesse nos nossos planos contar pra eles tão cedo. Felizmente todos conseguiram disfarçar a surpresa e a notícia muito bem durante todos os dias que passamos juntos, então nossos pais não desconfiaram de nada.

-Meu Deus do Céu – falou Edu após espirrar mais uma vez. -Eu não posso ficar gripado agora.

-Você tem remédio pra gripe? – perguntei enquanto nos aproximávamos da saída superior do aeroporto. Como todos nossos carros estavam em casa, uma van da companhia de segurança que viria nos buscar.

-Eu acho que tenho.

-Algum de vocês tem limão? Um chá pode ajudar – disse minha mãe parando ao nosso lado, enquanto esperávamos a van chegar.

-Lá em casa, quando a gente ficava gripado, durava só 1 dia – falou Maurício, segurança da minha mãe. -Minha mãe fazia um chá de folha de laranjeira com mel que curava qualquer resfriado. Eu tenho algumas ainda se você precisar.

-Nossa, quero – Eduardo pausou para espirrar mais uma vez. -Qualquer coisa que mate esse vírus eu aceito.

O nosso transporte logo chegou e assim todos nós seguimos de volta pra casa. Era manhã de sábado, por volta de 10 horas, quando chegamos na residência soteropolitana da família.

O Brutus logo se animou ao reconhecer o local e latiu para que eu abrisse a gaiola dele para que ele pudesse correr um pouco, então eu decidi por deixar ele gastar toda sua energia contida durante o voo. O resto de nós fomos seguindo de volta para nossos respectivos apartamentos para desarrumar as malas e nos preparar para voltar à normalidade.

Eu só terminei de arrumar minhas coisas quando a tarde ensolarada já começava. Depois de buscar meu cachorro e tomar um banho gelado para me refrescar do clima quente que fazia em Salvador, assim como em outros 300 dias do ano, senti a fome bater e pensei em ir na cozinha preparar algo pra mim, quando tive uma ideia que me animou.

Trajando apenas um short de moletom e uma regata, catei meu celular, uma cartela de remédio pra gripe e segui em direção ao elevador. 1 minuto depois, eu já estava dentro do apartamento do meu garoto procurando por ele.

-EDUARDO?

-NO QUARTO.

Fui ao seu encontro após ouvir sua resposta. Em seu quarto, Eduardo estava sem camisa e com uma toalha na mão, olhando alguma coisa em seu celular com a outra. Tentei, tentei muito, mas não consegui resistir e inevitavelmente me aproximei dele, o abraçando por trás e beijando seu pescoço, que ainda estava um pouco molhado.

-O que foi? – perguntei depois de notar seu olhar preocupado em direção ao celular. Olhei na mesma direção que ele e percebi que ele estava lendo mensagens de algum grupo de amigos dele.

-O que foi é que eu não posso me ausentar por 1 semana sem que meus amigos façam alguma merda – respondeu ele reagindo as mensagens com caretas estranhas, mas que dava pra notar incredulidade.

-Você acabou de resumir o Samuel – falei divertidamente enquanto tentava chamar sua atenção com outros beijos, mas ele estava totalmente voltado para saber o que aconteceu nos últimos dias com seus amigos.

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