Capítulo 24

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THOMAS


Depois dos acontecimentos de sábado, eu decidi mudar o meu plano. Meu nível de autoestima é alto o suficiente para achar que o motivo do Eduardo ter ficado nervoso de repente foi ter me visto apenas de cueca, então, baseado nisso, eu preciso me aproximar dele novamente para tentar umas leves provocações para ver se são correspondidas.

Isso não deu muito certo.

Na segunda, eu tentei contato na garagem enquanto íamos pra empresa.

-Bom dia, Edu. Preparado pra mais uma semana? – perguntei animadamente com um sorriso no rosto, tentando ser simpático.

-Bom dia. Sim sim, por sinal, tenho que resolver uma coisa cedo, então já vou indo – respondeu ele de forma rápida e curta. Logo ele entrou em seu carro e partiu em direção a rua. Fui seguindo atrás dele em meu carro, mas assim que chegamos, em um flash, ele desceu do automóvel e entrou no prédio. Fiquei um pouco confuso, porém ignorei.

Na terça, eu iria tentar novamente, mas quando eu cheguei na garagem, o Eduardo já havia saído.

-Eles saíram tem muito tempo? – perguntei para o Daniel.

-1 minuto mais ou menos – respondeu ele. O Edu sabia que eu ia atrás dele todos os dias, então ele saiu um pouquinho antes de mim. O suficiente para que eu pudesse o ver e seguir, mas também suficiente para que ele não trombasse comigo na garagem.

Na quarta, eu estava muito ocupado para até tentar alguma coisa, mas a droga daquele garoto não saía da minha cabeça.

Na quinta, que por sinal era o aniversário do Tio Pedro, eu decidi ter mais atitude. Num intervalo de tempo livre, eu fui até o prédio ao lado e subi até o andar da presidência.

-Boa tarde, senhor Castro-Hall – disse o secretário de Eduardo sentado numa mesa muito similar à de Paloma.

-Boa tarde. Eduardo se encontra?

-Sim, deixa eu só verificar se ele pode te atender – a resposta dele me deixou confuso instantaneamente. Como assim verificar se ele pode me atender? Todos da família têm passe livre para qualquer situação. Esse garoto está me evitando totalmente e eu já estou começando a ficar irritado com isso.

-Ele não pode no momento, senhor. Quer deixar algum recado?

-Não precisa – disse tentando manter a calma.

Quando voltei para a minha sala, eu estava totalmente incrédulo com toda essa situação. Peguei o meu celular e liguei para uma das pessoas que poderiam me ajudar neste momento.

-Oi, Tommy.

-O Edu está me evitando.

-Como?

-O Eduardo está me evitando, Luísa. Desde o sábado passado ele tem se afastado e agora eu sei que ele está me evitando.

-Mas não era isso que você queria? Se afastar dele?

-Não mais.

-Aaaah. Por causa do que aconteceu no sábado de manhã?

-Sim.

-Putz, nego. E agora?

-Agora eu vou continuar tentando me aproximar desse garoto. Ele não vai poder me evitar pra sempre.

-Boa sorte. Agora por que você me ligou mesmo?

-Porque eu precisava falar com alguém se não eu iria quebrar alguma coisa na minha sala. Eu acabei de vir do prédio dele. Eu fui tentar falar com o abençoado e ele simplesmente me dispensou.

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