Capítulo 18

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EDUARDO


-Bom dia, flor do dia – ouvi uma voz tentando me acordar, mas não queria obedecê-la. -Bom dia, raio de sol – continuei deitado e imóvel. -ACORDA LOGO, HOMEM.

-Caralho. É o meu aniversário. Será que eu não posso acordar na hora que eu quero? – esbravejei enquanto sentava na minha cama contra a minha vontade.

-Não, até porque todos estão te esperando para te desejar parabéns. Hoje é um dia importante.

-You don't say.

-Deixe de xaxo e levante logo dessa cama, Eduardo. Já são 7 da manhã.

-7 DA MANHÃ? VOCÊ ME ACORDA 7 DA MANHÃ, ROBERTA? HOJE É FERIADOOOO – gritei enquanto ela saía do meu quarto.

-Me agradeça depois – respondeu ela gritando também.

Não tive outra opção a não ser levantar e ir em direção ao banheiro. Enfim chegou o dia mais esperado por todos da minha família. Por mim, nem tanto. Não que eu não quisesse fazer 18 anos e assumir as responsabilidades que cabiam a mim, mas sabe quando você espera por algo que você não tem tanta certeza se é o certo, porém você não desiste, e aí chega o dia e você simplesmente trava? Sou eu neste momento.

Eu cresci sendo ensinado sobre as tradições da família e do papel que eu teria que tomar nelas. Eu sempre soube que em algum momento eu teria que assumir o controle de alguma das empresas do meu pai e que teria que me preparar pra isso. Foi por causa disso que eu abdiquei dos últimos 3 anos da minha vida. Fui treinado para saber comandar uma empresa e saber comandar a empresa da minha família. Também fui treinado para me defender, já que existem pessoas que lucrariam com uma possível morte minha. Eu não pensava que eu poderia enfrentar um problema nesse nível, até o dia em que eu fui atacado.

Me preparar para um ataque e sofrer um ataque foram duas coisas totalmente diferentes. Quando o André, meu segurança, me falou que estávamos sendo seguidos, eu entrei em pânico. Eu sabia como eu deveria agir, mas eu não consegui fazer nada. Meu cérebro travou e meu corpo entrou em estado máximo de alerta. Por acaso do destino, eu sofri o atentado justo no dia em que eu não havia saído com nenhuma das minhas armas. Durante o meu treinamento, eu me especializei em todos os tipos de armamentos possíveis. De Revólveres a Snipers. No quarto onde eu treino ocasionalmente, eu tenho um mostruário com um tipo de cada arma que eu sei utilizar, para cada ocasião diferente. No começo, aprender a usar uma arma comum foi muito estranho pra mim. Eu não sei funcionar agindo diretamente. Eu preciso estudar sobre, analisar as variáveis da situação, e aí eu ajo. Foi isso que eu fiz. Eu comecei a pesquisar e estudar sobre diferentes tipos de armas e a utilidade de cada uma delas, e, estranhamente, quanto mais eu pesquisava, mas eu me encantava sobre elas.

Então, eu me tornei um mestre das armas e sou capacitado para usar uma de qualquer tipo. Todavia, no dia que eu sofri o ataque, eu não tinha saído com nenhuma delas. Eu tinha ido passar o domingo no shopping com meus amigos e achei que nada de mais iria acontecer. Só que eu acabei passando tempo demais, e quando fui voltar pra casa, já era por volta das 23h. Por causa disso, as ruas estavam praticamente desertas e eu virei um alvo fácil.

Por muita sorte, a equipe de reforço e o Thomas chegaram a tempo e nada de muito grave aconteceu, exceto os pontos na minha testa, que já foram retirados quando eu voltei ao Centro dias atrás. Porém, por precaução, terei que ir novamente daqui a 2 semanas só pra ter certeza de que não sofri nenhum dano cerebral.

Depois de alguns minutos, já estava caseiramente arrumado, mas nem tanto, já que receberia algumas visitas durante o dia. Antes de tomar banho, pensei por alguns segundos se tirava a barba ou não, mas deixei ela. Me dava um ar de mais velho e eu me sentia bem assim, ainda mais agora.

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