Epílogo

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THOMAS


-Como assim 1 bilhão de reais mais rica? – perguntou Nicolas confuso.

-Vocês não fizeram o que eu tô achando que vocês fizeram, né? – questionou Luiz.

-Se você está achando que nós vendemos os domínios das nossas empresas na Europa, você está completamente certo, meu filho – respondeu Tio Pedro.

-Vocês o que? – disse Roberta. -Mas por que?

-Filha, com toda essa confusão que aconteceu, eu e George percebemos uma coisa.

-Nós passamos muito pouco tempo com a nossa família – completou meu pai. -Nós só lhes vemos em aniversários e no fim de ano, e acabamos perdendo muita coisa que acontece na vida vocês por isso, por exemplo o casalzinho ali – ele apontou para mim e para o Edu.

-Por isso, nós analisamos a situação e decidimos vender a porção Europeia da nossa empresa. Agora nós só teremos três unidades com quais nos preocupar.

-Mas e as pessoas que trabalham pra vocês lá? Todas elas serão demitidas? – perguntou Marcela.

-E essa venda não vai nos afetar aqui no Brasil e nos EUA não? – falou Fernando.

-Vamos com calma – disse Seu George. -Não, Mar, elas não serão demitidas. Nós apenas passamos todo o domínio territorial e corporativo que nós tínhamos na Europa para outras empresas.

-Mas obviamente nós cortamos as ligações das empresas de lá com as outras antes de vendermos, então quaisquer coisas que aconteçam lá não vão mais nos afetar.

-E como vocês fizeram isso? – questionou Eduardo.

-Foi mais simples do que pensávamos – respondeu meu sogro. -Vocês sabem que todas as empresas são interligadas, certo? – todos nós respondemos que sim. -Porém, a base de todas fica aqui em Salvador. É como se aqui fosse Portugal e as outras unidades fossem o Brasil.

-O que nós fizemos foi declarar independência das unidades de Silverstone e vende-las como unidades únicas.

-E foi tão rápido assim fazer isso? – disse Nicholas.

-Na verdade nós já estávamos planejando isso desde a metade do ano – falou Tio Pedro. -O processo, apesar de simples, foi demorado. Só que como queríamos fazer uma surpresa pra vocês, não contamos nada.

-Ou seja, estamos quites com vocês duas – disse meu pai apontando pra minha mãe e pra Tia Isa, que apenas os olharam, ignoraram e voltaram a fazer comida.

-E aonde que entra o bilhão de reais? – eu perguntei para eles.

-Bem, não é bem um bilhão se formos transferir o dinheiro pra cá – respondeu Tio Pedro.

-Como o real está completamente desvalorizado, se formos transferir a quantia da venda para o Brasil, nós perderemos uma boa parte em taxas.

-Por isso, nós vamos mandar o dinheiro pro Texas. Como os impostos dos EUA são menores, vamos perder menos dinheiro na conversão.

-Sim. Então tecnicamente estamos quase um bilhão de reais, em dólares, mais ricos.

-Eu diria uns 700 milhões de reais, em dólares, mais ricos.

-E nós já temos o dinheiro? – questionou Luiz Gabriel.

-Ainda não – disse meu pai. -Nós teremos que voltar pra Inglaterra essa semana para finalizar a venda e transferir o dinheiro do banco europeu pro estadunidense.

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