Capítulo 30

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THOMAS


1º de julho, segunda-feira, 6 da manhã. No primeiro dia da 2ª metade do ano, eu demorei um pouco mais pra levantar da cama, pois fiquei pensando no quanto as coisas mudaram em 6 meses. No começo do ano eu estava infeliz, em um relacionamento que estava fadado ao fracasso, fazendo apenas o que era de minha obrigação e pensando no que eu queria pro meu futuro.

Hoje eu descobri que gosto de garotos, em especificamente um o qual eu vi crescer e ajudei a criar e que hoje é um homem lindo pra porra e que mexe comigo de formas que eu nem imaginei que fossem possíveis. Meus irmãos e os irmãos dele sabem e nos apoiam, o que me deixa mais confortável. Entretanto, não consigo evitar de pensar em como vai ser quando nossos pais descobrirem. Eu tenho plena certeza de que eles não vão tentar nos separar, até porque eles nunca conseguiriam, mas, não consigo parar de imaginar o que pode acontecer se eles, por algum acaso, não aceitarem o meu relacionamento com o Edu.

Depois de alguns exercícios rápidos no meu quarto, já que eu tenho que manter um corpo em forma pra agradar a mim mesmo e ao meu homem, tomo um banho, visto um dos meus ternos diários e sigo para a cobertura.

Eu tenho percebido que nos últimos dias eu tenho passado pouco tempo com a minha mãe, então, eu comentei com o Eduardo e ele aceitou a minha ideia de que passássemos a tomar café da manhã com ela, quando ela estivesse acordada, já que em alguns dias, quando eu ia a ver de manhã, ela ainda estava dormindo. Quando eu perguntei pra ela o motivo de ela ter dormido tanto, ela disse que havia ficado acordada até tarde assistindo série no seu quarto. Rio rapidamente desta lembrança enquanto as portas do elevador se abriam.

-Mãe? – pergunto por ela, tendo cuidado para não falar muito alto, para caso ela ainda esteja dormindo.

-Thomas? – sua voz vinha da cozinha, então foi pra lá que eu fui. -O que fazes aqui tão cedo, filho? Aconteceu algo na empresa?

-Não aconteceu nada, dona Giuliana – disse rindo um pouco da preocupação dela. -Eu só vim tomar café com a senhora. Eu não tenho sido tão presente quanto deveria.

-Que isso, filho – falou ela com um sorriso envergonhado no rosto. -Eu já estou acostumada. Não é como se o homem a qual eu sou casada não estivesse do outro lado do oceano – continuou rindo ironicamente.

-Sim, mas eu sou seu filho e eu estou aqui. Então, a partir de hoje, eu vou passar mais tempo com você. A senhora tem ficado muito sozinha.

-E quem te disse isso? – perguntou olhando pra mim curiosamente.

-Ué?

-Quem que você acha que faz companhia pro seu cachorro enquanto você passa o dia todo fora?

-A.

-Eu nunca estou sozinha, filho. Se eu não estou com o Brutus, eu estou com meu cobertor e as minhas séries. Todavia, seja bem-vindo para tomar café comigo. Agora me ajude a montar a mesa.

-Okay.

Fui até o armário da cozinha e peguei os pratos e os copos para colocar na mesa de jantar, enquanto minha mãe terminava de fazer o café. Nós temos uma cafeteira, mas ela sempre preferiu o café raiz, esquentando a água, filtrando e colocando no bule, que ela costumeiramente chama de quente-frio.

-3 lugares, filho? – questionou ela confusamente. Coincidentemente, logo após ela perguntar, o Edu passava pela porta da ponte e entrava na cozinha.

-Bom dia – meu Pai amado, é incrível como esse garoto consegue ficar INEXPLICAVELMENTE LINDO de terno. Inferno de gostoso do caralho.

-Bom dia, Edu. Deixa eu adivinhar, você veio tomar café comigo também – falou minha mãe surpresa pela presença dele.

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