Guardião - Livro I

Arco II - Capítulo 14

THOMAS

6 horas da manhã e eu estava sendo acordado pelo som do meu despertador. Após desfrutar das minhas 9 horas de sono, que eu gostaria que pudessem ter sido mais, lá vou eu para mais um dia de trabalho, e seria um dos pesados. Após tomar um banho e me vestir propriamente, sigo para a cobertura para tomar café da manhã com quem quer que seja que estivesse acordado, provavelmente todo mundo.

Meu pai sempre deixou claro para mim e para meus irmãos que acordar cedo é algo extremamente vantajoso, pois assim você teria o resto do dia inteiro pela frente e não perderia nada. Por mais que eu odeie acordar cedo, eu odeio ainda mais admitir que ele está totalmente certo, então, sou obrigado moralmente a acordar cedo.

Chegando na ponte, encontro meus pais e meus tios conversando na cozinha.

-Bom dia, família – dou um beijo na bochecha da minha mãe e da Tia Isabella que estavam fazendo o café da manhã com ajuda do meu pai e do Tio Pedro. Outra coisa que eles sempre ensinaram para nós é que nós temos que ser capazes de fazer nossas próprias coisas. Então, nós não temos empregados. Nós temos que limpar nossos próprios apartamentos e fazer nossas próprias comidas. Nós só temos 1 diarista que trabalha semana sim, semana não, para limpar os apartamentos dos que não moram na cidade. Cada dia da semana ela limpa um apartamento diferente. Na segunda, é a cobertura dos Ferreira; na terça é o apartamento do Luiz; na quarta o da Marcela; na quinta o dos gêmeos e na sexta o do Fernando. Como eu, minha mãe e o Eduardo moramos aqui, cada um é responsável pela limpeza do próprio apartamento, apesar de que eu e o Edu ajudamos minha mãe de vez em quando, já que o dela é maior.

-Bom dia, filho – respondeu minha mãe.

-Pai, você vai comigo pra empresa hoje? – perguntei pegando duas fatias de pão integral, requeijão cremoso e uma fatia de um bolo que estava na mesa, provavelmente de laranja, feito pela minha mãe e pela Tia Isabella ontem a noite. Esse bolo é a marca registrada delas.

-Vou sim, filho. Como não é sempre que eu estou por aqui, vou dar uma olhada como andam as coisas por lá.

-Andam muito bem, senhor – disse com um tom levemente irônico. -O presidente que eles têm é muito bom.

-Não duvido disso – rimos descontraidamente enquanto Eduardo, Roberta e Fernando chegavam.

-Bom dia – falou Fernando.

-Bom dia – falou Roberta com uma voz totalmente sonolenta.

-Dormiu mal, filha? – perguntou Tia Isa enquanto se sentava.

-Não é que eu dormi mal, é que eu acordei mal – respondeu ela lançando um olhar mortal para seu irmão mais novo.

-Se eu tenho que acordar cedo, você também tem – disse Edu vestido com seu uniforme escolar.

-Eu só não discuto contigo, porque você está machucado, e eu estou com fome – continuou Berta enquanto preparava as coisas para o seu café.

-Bom dia, família – falou Luiz Gabriel que acabara de chegar, acompanhando de sua irmã mais velha.

-Cadê a unha e a carne? – perguntou Marcela enquanto se sentava a mesa.

-O Nick provavelmente deve estar arrastando o Nico para fora da cama contra a vontade dele – disse Fernando enquanto tomava um gole de seu suco.

-Bem provável – falou Roberta enquanto comia uma fatia de bolo. -Mãe, Tia Giu, quando vocês vão contar o segredo de vocês para deixar um bolo de laranja tão bom assim?