Guardião - Livro I

Capítulo 36

THOMAS

-Venham aqui amanhã, sem falta – falei para Samuel e Luísa pelo telefone. Eu queria contar pra eles a novidade do casamento pessoalmente, já que ambos achavam que eu iria pedir o Edu somente em namoro.

-É tão urgente assim, homem? – perguntou Samuca.

-SIM, É URGENTE.

-Então tá, amanhã estaremos aí – disse Lu. -Mas tu não vais estar com o Edu?

-Não. Ele vai sair com os amigos dele e eu vou ficar em casa.

-Ok, até amanhã, Tommy.

Minha previsão era de que eles iriam surtar muito, e como sempre, eu estava certo.

-THOMAAAAAS – gritou Samu assim que chegou.

-NA COZINHA – gritei em resposta para meu melhor amigo, que logo apareceu com Luísa ao seu lado.

-Desembucha, qual o babado? – questionou ele totalmente curioso.

-Primeiramente, eu quero que vocês tentem não gritar. Fazer um escândalo está permitido. Segundamente, vocês sabem que eu sou porra louca da cabeça e que isso era totalmente provável acontecer.

-O que era provável acontecer? – Lu estava claramente ansiosa para saber. Então, lentamente, levantei minha mão esquerda e mostrei o anel em meu dedo para eles. -MEUS DEUS DO CÉU, THOMAS O QUE VOCÊ FEZ? AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

-O QUE? VOCÊ NÃO IA PEDIR ELE EM NAMORO?

-Gente, eu juro pra vocês. Eu não sei o que me aconteceu naquela hora, mas quando eu o vi com aquela roupa, lindo daquele jeito... Porra, eu sei que eu quero passar minha vida inteira com ele, então por que me dar ao trabalho de fazer esse pedido depois?

-Então você simplesmente o pediu em casamento? – perguntou Samuel – COM 2 MESES DE RELACIONAMENTO?

-Olha, Tommy – começou Luísa. -Eu estou muito feliz por você, mas você não acha que foi um pouco precipitado não? Tipo, até um tempo atrás você nem sabia que gostava de caras, e agora você já está noivo de um.

-Lu, durante todo o discurso que eu fiz antes de fazer o pedido eu fiquei pensando se deveria ou não ir direto a esse ponto, mas aí eu me toquei de uma coisa: eu não tenho nenhuma dúvida em relação aos meus sentimentos pelo Edu, e eu sei que ele pensa o mesmo sobre mim. Com certeza eu fui precipitado em pedir o garoto em casamento. Eu sou o primeiro namorado dele, ele acabou de fazer 18 anos e eu já o pedi para aceitar um compromisso pelo resto da vida dele, mas eu não consegui me segurar. Talvez o amor que eu sinta por ele tenha afetado meu julgamento, mas eu tenho plena consciência da escolha que eu fiz e eu sei que foi a escolha certa.

-Meu amiguinho vai casaaaaaar – disse Samu vindo até mim e abraçando. -E quando vai ser o casório?

-Não sabemos – respondi rindo, porque de fato era essa a resposta.

-Como assim não sabemos, Thomas Souza? – perguntou Luísa incrédula.

-Eu falei pra ele que nós não precisávamos casar tão cedo, eu só queria saber se ele toparia fazer isso algum dia.

-Então você pediu o Dudu em casamento, mas não tem a menor ideia de quando vocês vão casar? – continuou ela.

-Exatamente isso.

-Faz sentido... – falou meu amigo.

-Isso foi uma pergunta ou uma afirmação? – questionei confuso.