THOMAS
Eu nunca havia sentido algo assim.
Beijar o Eduardo era uma sensação similar ao agradável calor de um cobertor macio e cheiroso em um dia frio. Era tudo que eu mais queria e precisava. Sentir os lábios dele nos meus me deu uma sensação de completude. É como se nós tivéssemos sido feitos um para o outro. Seu corpo encaixava perfeitamente com o meu, suas mãos em meu pescoço causavam uma queimação que não era dolorosa, muito pelo contrário: eu sentia estar em chamas da cabeça aos pés. Meus instintos imploravam por mais e meus sentidos concentravam-se apenas na sensação de seu toque, como se nada mais existisse.
Por mais que eu quisesse continuar com aquele beijo mais do que qualquer outra coisa na minha vida, o ar nos faltou e tivemos que nos separar. Eu olhava para o Edu perdidamente enquanto a distância entre os nossos corpos aumentava.
Nós não tínhamos o que falar. O beijo nos tirou as palavras e me deixou mais confuso do que eu já estava. Eu tentava focar meus pensamentos para quebrar o silêncio, mas tudo que minha mente e meu corpo pediam era pra que eu o beijasse novamente, mas isso não poderia acontecer.
-Edu... você precisa ir – disse ofegante, desviando o olhar para qualquer coisa que não fosse o garoto a minha frente.
-Thomas...
-Agora, Eduardo – continuei assertivamente. Se ele continuasse nesse quarto comigo, eu perderia a última corrente que me impedia de possuí-lo e toma-lo inteiramente como meu, e não era assim que isso deveria acontecer.
Ele demorou alguns segundos para se mexer e ir em direção a saída. Minha mente estava uma bagunça e meu coração estava excessivamente acelerado. Assim que ele saiu, eu me virei para a parede e me deixei escorregar até o chão. A sensação do beijo permanecia em mim e se recusava a ir embora. Demorou alguns minutos até que eu voltasse a mim e notasse o que eu havia acabado de fazer.
Na pressa, procurei meu celular e liguei para a única pessoa que estaria acordada a essa hora pra me ajudar.
-Fala, Thomas.
-Eu o beijei. Nicholas, me ajuda.
-VOCÊ O QUE? – o grito de surpresa do meu irmão foi um pouco alto demais. -Fica quieto, Nicolas. Thomas, você fez o que?
-Eu beijei o Eduardo. Eu acabei de beijar o Eduardo, e eu quero o beijar de novo. Nicholas, eu não sei o que eu faço.
-Me explica isso melhor. Meu Pai, deixa até eu me sentar.
-Meu coração ainda tá acelerado, puta que pariu.
-Como isso aconteceu?
-Foi o seguinte. Lembra do que aconteceu sábado passado?
-Sim.
-Então, depois daquilo eu resolvi que iria me aproximar do Edu, só que ele me evitou a semana toda.
-Te evitou?
-Nick, eu fui até a empresa dele pra falar com ele e ele não me atendeu. Ele simplesmente me dispensou.
-Então ele te evitou mesmo.
-Sim, aí ontem eu decidi ir pra balada com o Daniel, a mesma que eu fui semana passada. Eu tava precisando me distrair e me divertir um pouco – dei uma pausa para recuperar um pouco do ar.
-Prossiga.
-Aí depois de algum tempo eu vejo o Eduardo lá. Ele tinha ido com o André pra mesma boate que eu e o Daniel estávamos, só que ele não havia notado que a gente tava lá, porque quando ele chegou, ele ficou a maior parte do tempo na pista e eu fiquei no bar, onde tinha muita pouca luz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Guardião - Livro I
RomanceIrmãos Castro-Hall - Livro 1 . Thomas é o irmão mais velho dentre os filhos da família Castro-Hall. Com seus apenas 22 anos, ele já é um dos líderes de empresa mais famosos do Brasil. Tendo uma criação voltada justamente para assumir este cargo, ele...