Arco III - Capítulo 25

525 61 11
                                    

THOMAS


Eu nunca havia sentido algo assim.

Beijar o Eduardo era uma sensação similar ao agradável calor de um cobertor macio e cheiroso em um dia frio. Era tudo que eu mais queria e precisava. Sentir os lábios dele nos meus me deu uma sensação de completude. É como se nós tivéssemos sido feitos um para o outro. Seu corpo encaixava perfeitamente com o meu, suas mãos em meu pescoço causavam uma queimação que não era dolorosa, muito pelo contrário: eu sentia estar em chamas da cabeça aos pés. Meus instintos imploravam por mais e meus sentidos concentravam-se apenas na sensação de seu toque, como se nada mais existisse.

Por mais que eu quisesse continuar com aquele beijo mais do que qualquer outra coisa na minha vida, o ar nos faltou e tivemos que nos separar. Eu olhava para o Edu perdidamente enquanto a distância entre os nossos corpos aumentava.

Nós não tínhamos o que falar. O beijo nos tirou as palavras e me deixou mais confuso do que eu já estava. Eu tentava focar meus pensamentos para quebrar o silêncio, mas tudo que minha mente e meu corpo pediam era pra que eu o beijasse novamente, mas isso não poderia acontecer.

-Edu... você precisa ir – disse ofegante, desviando o olhar para qualquer coisa que não fosse o garoto a minha frente.

-Thomas...

-Agora, Eduardo – continuei assertivamente. Se ele continuasse nesse quarto comigo, eu perderia a última corrente que me impedia de possuí-lo e toma-lo inteiramente como meu, e não era assim que isso deveria acontecer.

Ele demorou alguns segundos para se mexer e ir em direção a saída. Minha mente estava uma bagunça e meu coração estava excessivamente acelerado. Assim que ele saiu, eu me virei para a parede e me deixei escorregar até o chão. A sensação do beijo permanecia em mim e se recusava a ir embora. Demorou alguns minutos até que eu voltasse a mim e notasse o que eu havia acabado de fazer.

Na pressa, procurei meu celular e liguei para a única pessoa que estaria acordada a essa hora pra me ajudar.

-Fala, Thomas.

-Eu o beijei. Nicholas, me ajuda.

-VOCÊ O QUE? – o grito de surpresa do meu irmão foi um pouco alto demais. -Fica quieto, Nicolas. Thomas, você fez o que?

-Eu beijei o Eduardo. Eu acabei de beijar o Eduardo, e eu quero o beijar de novo. Nicholas, eu não sei o que eu faço.

-Me explica isso melhor. Meu Pai, deixa até eu me sentar.

-Meu coração ainda tá acelerado, puta que pariu.

-Como isso aconteceu?

-Foi o seguinte. Lembra do que aconteceu sábado passado?

-Sim.

-Então, depois daquilo eu resolvi que iria me aproximar do Edu, só que ele me evitou a semana toda.

-Te evitou?

-Nick, eu fui até a empresa dele pra falar com ele e ele não me atendeu. Ele simplesmente me dispensou.

-Então ele te evitou mesmo.

-Sim, aí ontem eu decidi ir pra balada com o Daniel, a mesma que eu fui semana passada. Eu tava precisando me distrair e me divertir um pouco – dei uma pausa para recuperar um pouco do ar.

-Prossiga.

-Aí depois de algum tempo eu vejo o Eduardo lá. Ele tinha ido com o André pra mesma boate que eu e o Daniel estávamos, só que ele não havia notado que a gente tava lá, porque quando ele chegou, ele ficou a maior parte do tempo na pista e eu fiquei no bar, onde tinha muita pouca luz.

Guardião - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora