Capítulo 32

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THOMAS


A tarde com o Eduardo foi boa, muito boa. Resolvemos todos os problemas empresariais que tínhamos e no resto do tempo nós aproveitamos no meu quarto, pra que ninguém nos interrompesse. Infelizmente, eu e ele tínhamos coisas pra fazer, então não pudemos ficar muito tempo juntos.

Como estava animado o suficiente, não nesse sentido, li todos os documentos que haviam sobrado em um flash, surpreendentemente não indo pra casa muito tarde. Demorei um pouco pra chegar em casa, devido ao trânsito do horário noturno de pico da cidade. O Eduardo havia saído mais cedo, já que o trabalho dele terminara antes do meu, então ele já estava em casa. Pensei em passar lá depois pra ficar um tempo com ele, e apenas o pensamento disto me fazia sorrir.

E foi sorrindo que eu entrei em meu apartamento. Distraído com os pensamentos sobre o meu garoto, nem percebi que minha mãe estava me encarando.

-A. Oi, mãe.

-Oi, filho. Como foi o trabalho?

-Foi bem. Hoje foi um dia vazio, por incrível que pareça. Aconteceu alguma coisa? – minha mãe nunca me esperava no meu apartamento. Quando ela precisava falar comigo, ela mandava eu subir quando chegasse.

-Thomas, precisamos conversar – sabe quando o cu tranca tanto que não passa nem wi-fi? É assim que eu estou agora. Tentei manter a calma e a compostura e apenas continuei agindo normalmente.

-Sobre?

-Sobre você e o Eduardo – dona Giuliana sempre foi direta. Nunca fazia arrodeio pra chegar em alguma coisa.

-O que tem eu e o Eduardo?

-Filho, eu sei que vocês estão juntos – puta merda. Nessa hora eu simplesmente travei. Não tinha como eu mentir para a mulher que me criou, ela saberia. Como eu não tinha o que falar, eu apenas fiquei calado respirando pausadamente, enquanto minha mãe esperava alguma resposta minha.

-A quanto tempo você sabe?

-Já tem alguns dias que eu estava desconfiada, mas hoje de manhã que tudo fez sentido.

-Como assim?

-Vocês até que tentaram disfarçar, mas vocês simplesmente não conseguem não olhar um para o outro, e se perdem tanto no olhar que não repararam que eu estava observando – o tom dela estava cômico, como se ela tivesse achando graça disso tudo. -Além disso, você achou que eu não ia perceber o elevador se movendo plenas 9 horas da noite e ficando sem movimento até 5 da manhã?

-E o que a senhora fazia acordada 5 da manhã?

-Esperando o senhor voltar do apartamento do Edu e ir pro seu como se nada tivesse acontecido – sabe o sorriso irônico que eu faço na maior parte do tempo? Eu peguei isso dela. -A quanto tempo vocês estão juntos?

-1 mês.

-E vocês estão felizes?

-Muito – é incrível o fato de eu sempre sorrir quando pensava no Edu. Era como se fosse uma resposta automática do meu corpo. -Eu estou muito feliz, mãe.

-E pra mim é isso que importa – disse ela se aproximando e me abraçando. -Vocês sabem que vocês vão ter que contar pros pais de vocês, né?

-Sim. Nós vamos contar. Só não sabemos quando... Pera, a senhora não tem nenhum problema com isso?

-Thomas, você provavelmente não vai lembrar, mas eu nunca me esqueci – falou ela indo até o sofá, sentando e me chamando para o colo dela. Tirei o terno e a gravata, os sapatos e as meias, e deitei minha cabeça em seu colo, esticando meu corpo no resto do sofá. Carinho de mãe é sempre bom. -Você sempre foi diferente com o Eduardo. Quando você era menor, você sempre cuidava dos seus irmãos, sempre cuidava da Roberta, mas com o Edu era diferente. Você era distante com ele, mas não porque você parecia não gostar dele ou algo do tipo, você era distante por receio de se aproximar.

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