THOMAS
-Edu? Eduardo? – tentei chamar sua atenção enquanto ele continuava estático. -Edu? Fala alguma coisa, por favor – eu já estava começando a ficar desesperado.
-Eram 9... – foi a primeira coisa que saiu de sua boca. Ele estava parecendo uma estátua em um terremoto. Seus revólveres ainda fumegavam dos tiros que ele havia disparado no último cara que apareceu. Ele estava totalmente congelado na mesma posição, suas mãos tremiam, seu olhar estava morto. -Eu errei. Eram 9. Eu matei um cara. Eram 9.
-Eduardo, calma. Olha pra mim – movi seu rosto com minhas mãos, fazendo com que ele me encarasse fixamente, mas ele ainda continuava da mesma forma. -Você fez o que tinha que fazer. Você não errou. O último cara pode ter entrado depois.
-E-ele apontou a arma pra você... Ele ia te matar – falou ele atônito. -Eram 9. Tinha um a mais. Eu o matei.
-Edu, fica cal... – não consegui terminar de falar. Eduardo fechou os olhos e seu corpo quase caiu, mas eu consegui o segurar a tempo. -Eduardo? Eduardo?
-Thomas – chamou André distante de mim naquele prédio abandonado. -O que aconteceu?
-Eu acho que ele desmaiou pelo choque. O Daniel tá bem?
-Sim, o tiro passou de raspão, mas acho que ele vai precisar de pontos.
-Leve ele pro Centro, eu vou levar o Edu pra casa.
-Mas e os perseguidores? Podem ter outros vindo pra cá. Eles podem te seguir e vocês vão estar sozinhos – falou Daniel enquanto se levantava carregado pelo segurança do Edu.
-Por isso temos que sair daqui rápido. André, leve o Daniel pro Centro. Eu vou levar o Edu pra casa. Se algo acontecer, eu aciono o Reforço e tento despistar quem quer que seja.
-Você tem certeza? – perguntou André.
-Sim – respondi enquanto tirava Edu dos meus ombros e o carregava em meus braços. -Eu vou levar ele pra casa. Vamos sair daqui rápido.
-Certo.
Rapidamente nós 3 fomos até a saída daquele prédio e entramos nos carros. André foi com Daniel no carro da frente. Eu coloquei o Edu no banco de trás do meu carro e dirigi para longe dali o mais rápido possível. Quando estava voltando pra casa, liguei para minha mãe para avisar que estava tudo bem. Provavelmente ela deve ter sido acordada pela sirene do edifício com a luz amarela e deveria estar preocupada até agora.
Demorei um pouco para chegar ao apartamento, já que a região que estávamos era bem distante. Parei o carro dentro da garagem e tirei o Edu de dentro dele, novamente o carregando. Ter esse garoto em meus braços dessa forma é desesperador, tão quanto é confortante. Com algumas dificuldades, consigo pressionar os botões do elevador e logo me vejo dentro do meu apartamento. Assim que as portas se abrem, ouço um latido e vejo meu cachorro animado na frente me esperando, mas sua alegria logo é contida quando ele vê o Edu em meus braços. Sigo direto para o meu quarto, o deitando lentamente em minha cama.
Como seu terno havia ficado no seu carro, me dou o trabalho apenas de tirar seus sapatos, sua gravata e seu cinto, para que ele possa ficar mais confortável. Andando pelo quarto, Brutus observa todos meus movimentos e fica sentado esperando por algo. Sinalizo pra ele na direção do Eduardo, repetindo algumas vezes para que ele entendesse, e logo ele sobe na minha cama e deita do lado do garoto que mexe com meu coração e está me deixando completamente aflito.
Depois de tomar um banho e trocar de roupa, olho novamente pro moreno deitado em minha cama. É engraçado como o universo funciona. A coisa que eu mais quis no último mês é ter ele na minha cama, e eu consegui, mas não da forma que eu imaginava.
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Guardião - Livro I
RomanceIrmãos Castro-Hall - Livro 1 . Thomas é o irmão mais velho dentre os filhos da família Castro-Hall. Com seus apenas 22 anos, ele já é um dos líderes de empresa mais famosos do Brasil. Tendo uma criação voltada justamente para assumir este cargo, ele...