Guardião - Livro I

Capítulo 7

THOMAS

Passei alguns minutos distraído olhando para Eduardo e para André, que desmaiou alguns segundos depois de falar comigo. Sem perceber, alguns dos seguranças da equipe de reforço estavam se aproximando de nós.

-Senhor Thomas, já cuidamos de todos os bandidos. A equipe de limpeza já está a caminho junto da equipe médica. Vamos levar os dois para o Centro Médico diretamente.

Outro detalhe que se tornou possível graças ao grande poderio financeiro de nossas famílias. A Companhia de Segurança que trabalha junto conosco opera aliada a outras 2 unidades: a Unidade de Limpeza e o Centro Médico.

A Unidade de Limpeza é responsável por, literalmente, limpar as cenas onde ocorrem confrontos envolvendo nossas famílias. Esta unidade tem um "contato" especial com as polícias Civil e Militar de Salvador para operar sem suspeitas em situações aonde muita atenção é chamada, apesar de que gostamos de evitar isso para que não se gere rumores. Foi por isso que o André arrastou, até onde pode, os perseguidores para uma rodovia deserta, para que caso houvesse um confronto, fosse em um lugar aonde não chamasse atenção. A UL tem como responsabilidade limpar os vestígios de combate que ficam no lugar e manter tudo sob total sigilo. Eles são treinados para identificar minúcias que podem ser encontradas pela polícia e que podem iniciar uma investigação indesejada, assim como remover os corpos dos inimigos derrotados e sumir com eles, literalmente. Eu não sei o que eles fazem com eles, mas eu aposto em cremação.

O Centro Médico é um tipo de "mini-hospital" criado para atender os seguranças da companhia, funcionários da UL e os membros das famílias que se acidentarem / forem atacados. Como irmos para um hospital convencional chamaria muita atenção, nós somos encaminhados para este Centro, aonde todos trabalham também trabalham sob total sigilo.

As três unidades ficam no mesmo prédio. A edificação é simples por fora, porém larga e detalhada por dentro. Não possui fachada, assim não chama atenção externa pra o que se faz ali ou quem trabalha ali dentro. O prédio fica em um local estratégico da cidade, livre de trânsito e de vista. Ele é relativamente grande em comprimento e largura. Possui 8 andares, todos utilizados.

No setor mais a oeste do prédio é onde fica a Companhia de Segurança e onde todos os seguranças que trabalham no prédio ficam de prontidão. No setor mais a leste é onde ficam os técnicos da limpeza. Na parte central é onde todo o setor médico opera. Eles funcionam, de fato, como um hospital, pois, além da minha família e da família Ferreira, algumas outras famílias de alta classe de Salvador, que também utilizam da proteção da Companhia e dos outros serviços, também utilizam o Centro.

Estas 3 mesmas unidades funcionam em São Paulo e Austin, em prédios diferentes. O prédio de São Paulo é o maior de todos, com 11 andares e mais espaço para os setores, já que a cidade comporta mais pessoas, assim, mais clientes. O de Austin é o menor de todos. Possui apenas 6 andares e o mesmo espaço de setores que o daqui. Todos os funcionários de todas as unidades de todas as cidades sabem da importância de manter silêncio sobre o trabalho que é feito, pois a remuneração é bem generosa e os ajuda bastante. Sem falar que caso alguém decida abrir o bico, é rapidamente apagado e logo depois desmentido.

Depois do que pareceu 2 minutos, as duas ambulâncias do Centro Médico chegaram. Por fora, elas pareciam vans comuns, mas por dentro elas eram altamente equipadas com itens hospitalares para cuidado imediato. Os enfermeiros da primeira vieram até mim para resgatar o Eduardo. Por um pequeno instante, eu relutei em soltá-lo, mas logo me afastei e deixei eles fazerem o trabalho deles. Os outros enfermeiros estavam cuidando do André, mas meu corpo automaticamente entrou na ambulância aonde o Eduardo seria levado.