Alice dormiu praticamente a viagem toda. Vítor, sentado ao lado de Dany, a tratou como se não existisse, se concentrando em trabalhar em seu notebook.
De soslaio, ela o observava. Os dedos longos e ágeis digitavam algumas anotações de um bloco, que provavelmente, não tinha sido ele que tivesse escrito, pois a letra era muito bem feita e bonita. Típica escrita de mulher. Como se pressentisse seu olhar, ele levantou a cabeça abruptamente e uma mecha dos cabelos caiu displicente sobre a testa, e sorriu, parando o que fazia, para com a mão, ajeitar. Seu coração acelerou diante do charme daquele sorriso.
"Deveria ser crime, um homem ter um sorriso lindo desses e emanar tanta masculinidade nos gestos!"
Ela disfarçou, com vergonha de ter sido pega no flagra, virou o rosto e fechou as pálpebras, aproveitando para relaxar um pouco. Ao menos, ele tinha abrandado sua ira.
Os últimos acontecimentos tinham sido muito desgastantes. Durante dois dias, praticamente, não parou em casa, resolvendo os assuntos, referentes a sua ida à Brasília. Rescindiu o contrato que tinha com Nanete com uma certa tristeza. Alice era bem agarrada a ela, que só perdia sua atenção quando Danyelle estava em casa. Também teve que ajustar sua matrícula na faculdade, trancando o semestre e acertar as contas na escolinha de Alice. Enfim, coisas que não poderia fazer depois que fosse para Brasília.
A parte mais difícil foi informar aos amigos que precisaria de um tempo para resolver sua vida. Os shows da boate teriam que esperar!
Depois de muito pensarem, tentando achar uma saída para não deixarem as duas nas mãos de Vítor, desistiram. Não tinham como lutar com alguém que detinha o poder. O advogado de Dany aconselhou que fosse com a menina e o pai e tentasse convencê-lo a mudar de ideia, para depois, terem argumentos suficientes para pedir a guarda de volta. A boa vontade da mãe em mudar de vida, seria um argumento forte para convencer um juiz.
Quando chegaram à Brasília, um carro oficial os esperava no aeroporto para serem levados até um condomínio de edifícios. Alice brincando com um gatinho de silicone, na cadeirinha, os separava no banco traseiro.
Numa das raras conversas que tiveram durante o trajeto, Dany ficou sabendo que o condomínio em si, se tratava dos tais apartamentos funcionais que eram usados pelos políticos e que se localizavam num bairro nobre do Distrito Federal.
O motorista parou no estacionamento e eles adentraram o hall do edifício, revestido de uma pedra que imitava um mármore, parando em frente a um elevador com porta de inox. O porteiro educado, cumprimentou o casal, ajudando a carregar as bagagens. Depois de agradecer a ajuda do homem, Vítor virou-se para Dany, pegando Alice nos braços.
__ O apartamento é muito confortável. Tomara que goste!
__ Em nenhum momento me preocupei com isso, já que não pretendemos ficar por muito tempo!
___ Espero que não se importe, mas Enzo mora comigo lá! - avisou enquanto apertava o número seis, fechando a porta em seguida.
O espaço não era muito grande e a presença dele a intimidava, mas parecia não amedrontar a pequena Alice, que no colo do pai, tentava arrancar os pelos da sobrancelha dele. Dany o observava tentando conter os dedinhos da filha, sem sucesso, enquanto falava. Ela riu baixando a cabeça, para logo em seguida, se lembrar do porque de estar ali. Ficou séria novamente.
__ Posso te fazer uma pergunta?
Ele assentiu .
__ Não vai me dizer que Priscila está aí, também?
__ Não. O menino está comigo a menos de um mês. Priscila parece que não nasceu para ser mãe. Apesar de tudo, existe uma diferença gritante entre vocês duas em relação às crianças! Trouxe a babá que cuidava dele para morar aqui em Brasília. O noivo dela é meu assessor agora!
Danyelle respirou aliviada, seria muita falta de respeito da parte dele se a obrigasse a conviver com sua noiva no mesmo apartamento.
__ Desculpa perguntar - ela o encarou__ vocês dois ainda estão juntos? Quero dizer... - inspirou e soltou o ar dos pulmões, para raciocinar direito e tentar formular a pergunta que a incomodava.__ Vítor, não estou entendendo porque Priscila entregou o garotinho ou você fez com ela o mesmo que está fazendo comigo?
__ Uma hora eu te conto. A guarda de Enzo está comigo por motivos fortes!
Dany apertou a maleta que trazia nas mãos. Era óbvio que algo muito grave tinha acontecido com os dois, pelo modo como falava.
__ Mais forte do que o meu? Ela mora onde agora?
__ Priscila não moraria numa apartamento funcional! Ficou em Porto Alegre, numa cobertura, com todo o conforto que o dinheiro pode comprar! Por enquanto, só quero que saiba que Diana, vai cuidar de Enzo e de Alice! - ele mudou de assunto, num nítido desejo de não querer falar sobre o assunto com ela.
Dany apesar de curiosa, se calou. Não estava ali, para saber de sua vida pessoal, estava por causa de Alice. Diante da declaração de alguém tomar conta de sua filha, protestou:
__ Alice, eu mesma cuido! Sou responsável! Tinha Nanete, você sabe... por causa dos shows. Adoro cuidar da minha filha!
__ Já percebi! Diana vai apenas te auxiliar! E por favor, acho que deve ir se acostumando a se referir a esta ferinha aqui, como NOSSA filha! - sorriu para Alice e beijou a palma de sua mãozinha.
Dany ensaiou uma resposta, mas a porta do elevador abriu e eles desceram, sendo recebidos pela moça bonita, que já esperava com a porta aberta, sorrindo.
__ Como vai, Senador!
__ Bem, obrigado! Diana, quero que conheça Alice!
Ela estendeu os braços e a pequena, se atirou, alegre.
___ Como é ela fofa e não estranha ninguém! Vamos nos dar muito bem, não é mesmo, Alice? - falou carinhosamente com a menina e virou o rosto para olhar Dany.
Vítor fez as apresentações.
__ E esta é a mãe da minha filha, Danyelle. - ele passou Dany à frente, com as mãos em seus ombros.
__ Muito prazer, d. Danyelle, seja bem vinda!
__ O prazer é meu! Por favor, me chame apenas de Dany! - se apressando em entrar para se ver livre do toque que queimava em sua pele.
A moça sorriu simpática, dando lugar para eles passarem.
O apartamento era grande e confortável. O hall de entrada se abria numa sala de conceito amplo, de tabuão envernizado, adornado por tapetes felpudos e com sofás em tons pastéis, modernos e aconchegantes. O destaque do ambiente era um painel com aparelhos multimídias e um telão. A direita, num plano mais alto, uma sala de jantar, se destacava, com uma grande mesa redonda, de vidro fumê ,com cadeiras em aço inox e estofadas, em tecido, numa cor rosa chá e fazia conjunto com os móveis, um aparador com objetos de decoração, modernos e cortinas que enfeitavam o ambiente.
Danyelle mordeu os lábios, notando que era tudo bonito e tentava adivinhar o porque de Priscila se recusava a morar ali, com o homem que amava.
"Luxo e ostentação não trazem felicidade a ninguém. Eles têm um filho juntos!Se bem que, pelo que me pareceu, Priscila não é uma mãe preocupada com o bem estar de Enzo."
O ambiente era impecavelmente limpo e Dany pensou no quanto de trabalho teria para poder manter umas certas mãozinhas sapecas fora do alcance de tais coisas.
Ao lado do painel, um pequeno bar embutido na parede, onde várias garrafas de bebidas ficavam expostas, em prateleiras de vidros, juntamente com os copos de vários estilos e tamanhos. Um balcão de vidro separava a sala de seu interior e bancos modernos davam o acabamento final ao local.
Seguindo pelo corredor, Vítor abriu uma das portas.
__ Aqui fica meu escritório! E ali, - caminhou até a terceira porta do lado esquerdo.__ seu quarto. - empurrou a abertura para que ela entrasse. __ Espero que goste! Caso não se sinta bem, poderemos providenciar outro. Temos duas suítes neste apartamento, desde que esteja disposta a dividir comigo! - disse em tom jocoso, escorado no batente da porta.
Danyelle gostando do que via, fez a pergunta que não queria calar, ignorando seu comentário.
__ Quem paga esta mordomia toda? O contribuinte?
Ele suspirou, contrariado.
__ Infelizmente, sim. E por incrível que pareça, tudo isso aqui, é rejeitado pela maioria dos políticos, que preferem receber em dinheiro a ajuda de custo. Para o meu gosto está ótimo!
__ Nossa, me sinto até mal! Você, não?
__ O povo deveria escolher melhor em quem vota. Não me culpe pelos desperdícios do dinheiro público! Faço minha parte, trabalho em prol de quem me elegeu, com compromisso e ética, moro no que me oferecem! - saiu em defesa da crítica.
Dany caminhou até a cama king, largando a maleta em cima, perfeitamente arrumada com uma colcha estofada cinza claro e não pode deixar de lembrar do seu quartinho mofado da pensão.
Abriu a cortina da janela, que dava para a sacada e por um minuto admirou a vista do lugar. Quando se voltou trompou com o corpo dele atrás do seu. Prendeu a respiração e os pelos de seu corpo se arrepiaram. Vítor a fitava, com os olhos enigmáticos.
__ Ai, desculpa! - ela pediu. __Seria bom se não andasse atrás de mim como um fantasma.
Ele sorriu de canto, desmontando seu psicológico.
__ Então, gostou do quarto... da vista...? - inquiriu com as mãos nos bolsos da calça.
__ Pra mim está ótimo! Esqueceu que não sou dada a luxos?
__ Mesmo que quisesse não poderia!
Ela franziu a testa em interrogação.
__ Não entendi.
Ele deu alguns passos de costas e virando, saiu da sacada, fazendo um gesto de cabeça para que ela o acompanhasse.
___ Quero que conheça, Enzo. Deve estar no quarto, Diana levou Alice até lá.
Danyelle caminhou ao seu lado, até a porta em frente da sua.
Eles espiaram e Dany levou um choque ao perceber como Alice e Enzo eram parecidos.Apenas a cor dos cabelos era diferente. Alice tinha os cabelos loiros escuros e garotinho, cabelinhos dourados. Ele estava sentado num tapete, rodeado de brinquedos e era poucos meses mais novo que sua Alice. Os olhos azuis não deixavam dúvidas que ele era filho de Vítor.
Alice também estava entretida com alguns blocos coloridos e Diana conversava com os dois, oferecendo os brinquedos.
Danyelle sorriu diante da cena. Enzo era adorável, quase não lembrava em nada as feições da mãe. Se aproximou devagar pra não o assustar com sua presença ali. Se agachou para poder dialogar.
___ Olá, Enzo! - falou com mansidão.
Ele a encarou e sorriu, logo enxergando o pai, estendendo um brinquedo a ele, que se achegou, sentando com as pernas cruzadas, no tapete, lhe puxando para que ficasse junto de seu corpo. Beijou seus cabelinhos.
___ E aí, garotão?! - pegou a peça de montar que ele oferecia.___ Viu, como você tem uma irmã linda?!
Chamou Alice com a mão, que correu para ficar também em seu colo.
Danyelle engoliu em seco diante da cena e Vítor convidou:
__ Porque não senta aqui com a gente? Eles precisam se conhecerem, se entenderem... Não acha bom que eles tenham um ao outro?
Danyelle se ajoelhou, um pouco sem jeito. Estar assim com Vítor numa cena de família, foi tudo o que sempre quis.
__ Não parei para assimilar ainda o impacto que isso tem na vida de Alice, mas agora vendo os dois assim, brincando...fico sem palavras.
Diana pediu licença levantando, precisava preparar o almoço dos pequenos.
__ Alguma restrição alimentar para Alice?
__ Não, nenhuma. - levantou os olhos para falar com a babá.__ Ela come de tudo! Quer ajuda?
__ Hoje não, mas agradeceria se você disponibilizasse um cardápio para Alice. Enzo é intolerante à lactose, procuro sempre cuidar o que ele ingere!
___ Faça como sempre fez. Como disse, Alice não tem alergia a nada, ao menos por enquanto. Mais tarde, se puder me mostrar onde posso fazer compras, tipo fraldas, leite...
Diana indicou um hipermercado que se localizava perto e saiu.
Durante o tempo, com as duas crianças, as conversas se diversificaram, nenhum dos dois tinha coragem de entrar em assuntos delicados, que envolviam seus sentimentos. De vez em quando, riam de alguma travessura ou dos balbucios engraçados que os filhos emitiam, até que Enzo, procurou por Dany se aninhando em seus braços e ela o aconchegou contra o corpo, passando a mão por seus cabelos.
___ Acho que ele sente falta do colo da mãe, Vítor!
Ele parou o que estava fazendo com Alice e suspirou, parando os olhos alguns segundos sobre os dois.
__ Não se pode sentir falta do que nunca se teve e esse é um dos motivos pra ele estar comigo. Acho que gostou do seu colo. Sei lá, crianças pressentem quando alguém gosta delas! Estou errado?
__ Ele é tão parecido com Alice... são quase da mesma idade... - arrumou carinhosamente uma mecha de cabelo atrás das orelhinhas dele.
Enzo a admirava, no olhar era nítida a carência afetiva. Dany sentiu seu coração apertar. Enquanto Alice tinha amor de sobra, Enzo era um pobre menininho rico.
___ Não sei o que aconteceu entre você e Priscila...mas uma criança não pode ser jogada assim, de um lado para outro! Precisa de segurança!
___ É o que estou tentando dar ao meu filho no momento.. segurança, amor e uma família de verdade!
Ela levantou a cabeça, procurando os sentimentos daquelas palavras, não havia raiva em seus olhos.
___ Achei que você e Priscila estivessem felizes um com o outro... A chegada de uma criança ajeita muitas coisas na vida de um casal... No meu caso, Alice foi o que precisava para continuar vivendo.
O silêncio entre os dois se perpetuou por alguns minutos, cada um com seus pensamentos.
Todas as confidências, desabafos e esperanças que costumavam conversar, depois que acabavam de fazer amor, no presente, não achavam mais lugar. O tempo tinha transformado a intimidade que viveram em apenas lembranças. Dany deu um salto, quando o telefone de Vítor tocou e ele pedindo licença saiu para o corredor para atender.
Cerca de uma hora mais tarde, os dois sentavam à mesa para almoçarem.
Dany correu os olhos pelo prato de salada verde e pela mesa bem arrumada. Ela sorriu.
__ Pedi um almoço, no restaurante daqui de perto.Achei que estaria cansada em sair para comer. Diana fica a maioria do tempo sozinha com menino e ela mesmo prepara sua refeição.
__ Está ótimo! Amanhã, cozinho pra gente. Ainda não perdi a mão! Se ela ajuda com Alice, nada mais justo que eu também faça alguma coisa enquanto estiver aqui. Não quero ser um fardo na vida de ninguém!
__ Combinem o melhor jeito entre vocês duas. Só venho para casa à noite. A propósito, Diana não dorme aqui, a não ser que seja necessário!
__ Tudo bem. Enquanto estiver aqui, ela não precisa vir quando você não estiver em Brasília. Tomo conta de Enzo, claro se você permitir!
Ele fincou os olhos nela, tentando descobrir o que pretendia com toda aquela gentileza. Não conseguia confiar nela.
__ Tem certeza?
__ Claro. Ele é irmão da minha filha, não custa nada, afinal, eles crescerão, serão amigos e quero que ele me veja como uma pessoa com quem possa contar. Será sempre bem vindo em minha casa! É muito triste a gente se sentir abandonado.
Ele passou o prato com arroz a ela, para que se servisse e de repente, Dany se deu conta que estava esquecendo o fato, de que ele a considerava uma vadia. Por isso tinha pedido a guarda da filha.
__ Desculpa, nem sei se você vai permitir que eu me relacione com o garoto...afinal, minha condição moral não é das melhores para você!
__ Admito que fiquei extremamente preocupado por Alice, no meio daqueles seus amigos... Ela é uma menina, precisa de bons exemplos!
__ Isto quer dizer que se eu continuar na Butterfly... - jogou para saber sua intenção.
__ Sim. Não quero que volte para lá! Se quiser ter Alice, terá que parar de dançar naquele lugar! Posso te arrumar um emprego por aqui, em gabinetes de outros senadores ou deputados.
Ela riu sarcástica. Não seria fácil conseguir que ele acreditasse nela.
__ Não posso trabalhar na Butterfly, no entanto, posso gastar o dinheiro público, sem fazer nada num gabinete? Você é patético com essa moralidade toda!
__ Posso ser o que você está pensando, mas não me importo nem um pouco com sua opinião! Penso no futuro. Como acha que Alice vai reagir ao saber que sua mãe se esfregava num palco, em cenas pra lá de eróticas?!
Danyelle bebeu um pouco da água, para que a comida escorregasse pela sua garganta, segurando firme o copo, de olhos baixos. Não respondeu. Era horrível admitir que ele tinha razão no que falava.
__ Danyelle?!
Ela levantou os olhos para encará-lo.
__ Eu fiz uma pergunta!
Ela suspirou, confessando.
___ Não pense que essa indagação nunca me assolou! Todas às vezes, que subi naquele palco, ela me corroeu! - seus dedos nervosos, amassavam a ponta do guardanapo.
Seus olhos se encheram, lembrando do quanto se sentiu um lixo quando dançou, naquela noite pra ele!
Vítor parecia não se sensibilizar com seu comentário. Sério, continuou comendo. Ela empurrou o prato. Tinha perdido a fome.
Esperou ele terminar a refeição e então, pedindo licença, levantou da mesa, carregando os pratos até a cozinha. Vítor a seguiu.
__ Se quiser descansar pode ficar à vontade, Danyelle. Temos uma pessoa que arruma as coisas aqui. Deve chegar daqui a pouco.
__ Ao menos lavarei a louça!
Vítor se aproximou dela por trás tirando a esponja de sua mão.
__ Não a trouxe para cá, para fazer serviços domésticos!
Danyelle sentiu a mão quente dele envolver a sua cintura, forçando para que se virasse.
O toque másculo, misturado ao perfume amadeirado, fazia seus sentidos entrarem em alerta máximo.
Fez-se um breve silêncio entre eles, os olhos de um, grudados no do outro e Danyelle sentiu uma vontade irresistível de passar os dedos pelo queixo bem barbeado. Seu coração parecia querer saltar do peito e ela desviou os olhos, não querendo demonstrar o seu desejo na sua expressão.
Vítor tocou seu rosto e um sorriso se desenhou em sua boca sedutora.
___ Algo errado, Danyelle?
Ela como uma presa, hipnotizada por aqueles olhos azuis, falou fraca e trêmula
___ Não, nada. - e buscando forças, tentou se desvencilhar, porém ele trancou a passagem com o corpo atlético. Ela passou a mão na testa para limpar algumas gotas de suor que se formaram.
__ Acho que vou seguir seu conselho. Vou pegar Alice, ela costuma tirar uma soneca à tarde. Este calor é cansativo. Com licença!
___ Está com medo de quê ou de quem, Dany? - a voz de Vítor saiu branda, com um leve tom de vitória.
Ela engoliu em seco. Vítor estava tão perto que podia sentir sua respiração.
__ Porque temeria você? - quis mostrar autocontrole.
__ Então porque está assim, tremendo inteira?!
Ela virou o rosto, já vermelho. Ele o trouxe de volta para encará-lo.
___Por favor, Vítor... - sua voz trazia um certo pânico. ___ Hoje é meu primeiro dia neste apartamento, não vamos tornar as coisas mais difíceis do que já são!
A expressão séria da face dele dizia que estava lhe analisando em todos os detalhes.
___ Acho que está com medo de você mesma. - afirmou.
Ela riu nervosa.
___ Já matei todos os meus monstros! Eles ficaram no passado. Não pretendo ressuscitá-los! - rebateu, mas seu coração pulava feito doido no peito.
Dany esperou ele replicar, mas ouviram a porta se abrindo e uma senhora de meia idade entrou.
Dany respirou aliviada. Vítor se afastou dela de imediato.
___ Desculpe, Senador, não achei que estivesse aqui!
___ Sem problemas, Jussara! Estava dizendo à Dany, que logo a senhora iria chegar.
Assim que Vítor acabou de lhe apresentar à senhora, Dany fugiu, pegando Alice e se trancando no quarto, dando um banho na filha e a colocando para dormir.
Ela também aproveitou, tomou uma ducha e relaxou. Sua musculatura estava dolorida, devido a tensão, a que era submetida quando estava na presença de Vítor. Quanto mais se mantivesse longe dele, melhor. Ele sabia que podia controlar as emoções dela e não hesitaria em usar isso a seu favor. Não poderia sucumbir ao desejo e ao amor que a sufocava.
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Para Sempre No Meu Coração🔞‼️
RomanceA vida de Dany toma um rumo diferente depois que Vítor, filho de seu padrinho, volta de Londres. Ela que sempre teve uma paixão por ele, agora, com 21 anos e com uma aparência completamente diferente, se vê diante, da possibilidade, de conquistar...