Capítulo 42

3.2K 273 21
                                    

Danyelle forçou o ouvido, ainda de olhos fechados. Alguém caminhava e conversava com outras pessoas no corredor do andar. A claridade na janela, mostrava que já não era tão cedo, pois o sol atravessava a vidraça adentrando no quarto se projetando no assoalho. 
Suspirou e feliz estendeu a mão para cima, onde o anel brilhava mais do que enfeitando seu dedo, lhe dizendo que agora Vítor era somente seu e que valeu ter ido contra os conselhos dos amigos, quando decidiu dar a ele a última noite. Sorriu, tentando sair do abraço sem acordá-lo, mas foi impossível. Ele a puxou pela cintura, assim que sentiu que ela se afastava.
___ Vai aonde?- ele indagou com voz de sonolenta, de olhos fechados. 
___ Amanheceu.- ela avisou lhe dando um beijo na bochecha, se desvencilhando, pondo os pés para fora da cama. __Meu celular está no camarim, nem sei que horas são, mas já deve ser tarde. O pessoal da limpeza já chegou.
Ele sentou na cama, passando as mãos pelo rosto.
__ E isso é algum problema? - beijou seu ombro.__ Deita aqui. Quero te amar de novo. - afastou o cabelo da nuca, correndo os lábios pela tatuagem.__ Nem acredito que a gente está assim...
Dany se virou falando dengosa, acariciando seu rosto.
__ Eu adoraria ficar com você nessa cama o dia todo, mas temos duas crianças nos esperando, esqueceu? E se Diana ou Nanete ligaram? Podem estar querendo falar com a gente! Cadê seu telefone?
Ele respirou forte em lamento, se atirando na cama preguiçoso.
__ Verdade. Precisamos voltar a realidade!  - disse passando a mão carinhosa, no antebraço dela. __ Meu celular, acho que ficou no balcão do bar. Está desligado!
__ Então mais um motivo pra gente ir embora, Vítor!
Dany o beijou com carinho e sorriu saindo para procurar algo para vestir. Caminhou nua até o corredor que levava ao banheiro. Sabia que ele a observa pelas costas. Amava aquele  olhar guloso dele em cima de si e gostava de lhe provocar. Já podia imaginar seu pau acordando.
No banheiro achou o outro roupão e o vestiu, voltando para encontrá-lo já de calças, pondo os sapatos. Vítor passou os dedos pelos cabelos tentando ajeitar a parte que caía na testa, para trás e Danyelle, lembrou das manhãs na fazenda, quando ele saía sorrateiro de seu quarto. Se aproximou, agradecendo mentalmente, que agora, tudo tinha mudado. O cingiu pela cintura e beijou o seu peito, transbordando de amor.
Vítor a enlaçou com seus braços.
__ Nunca mais deixarei você escapar. Eu te amo tanto! Quase três anos longe, sem saber notícias suas... Quase morri. - suspirou profundo.__ Vamos à fazenda semana que vem.Quero resolver tudo logo! 
Dany ergueu a cabeça, o procurando com os olhos, castanhos brilhantes. Os cílios se destacavam compridos e os deixavam  ainda mais bonitos.
__ Melhor preparar seu pai para essa notícia. Talvez, fique mal...Ainda está se recuperando do enfarte.
Vítor passou agora, a segurar-lhe o rosto entre as duas mãos.
__ Nada me fará mudar de ideia, entendeu? Nem mesmo a doença dele. Augusto já sabe que temos uma filha e que amo você. Naquela manhã, quando veio para São Paulo, esclareci tudo a ele. Me odeio por ter sido tão fraco. Se tivesse te encontrado, tudo teria sido tão diferente...
__ Eu sei que quer me deixar segura...e eu agradeço por isso. Se acha que devemos ir para lá, eu irei com você. - sorriu.
__ Vamos enfrentar as feras...Celeste também me deve explicações por saber onde estava esse tempo todo e não me falar nada!
Danyelle o abraçou de novo. Celeste era astuta, temia a reação dela mais do que a do padrinho. A de Augusto seria mais exasperada com Vítor, por causa do abandono do cargo de Senador, mas Celeste, era cobra criada e era movida por ganância, não estava a fim de dividir a fortuna do neto com a filha bastarda de Vítor!
Minutos depois, desceram e entraram no camarim. A primeira ação de Dany foi pegar seu telefone e verificar se não havia mensagens das babás. Como não tinha nenhuma , ligou para se tranquilizarem. Vítor passeou os olhos pelo local, pensando que há pouco tempo quase tinham se amado naquele sofá. Desde aquele dia, a mascarada não saiu mais de seus pensamentos.
Algumas coisas pessoais de Dany já estavam arrumadas em caixas para serem levadas embora numa outra ocasião.
Vítor parou em frente ao espelho e alcançou a foto de Alice, no canto.
__ Quantos meses têm nossa princesinha aqui?- ele se virou, se deparando com Dany vestindo sua calça jeans. 
Ela sorriu, se achegando, fechando o zíper.
__ Nove meses. A levei a um estúdio fotográfico com a primeira grana que recebi. Tenho muitas outras em casa. Te mostro depois, se quiser.
__ Claro que quero. Quero saber tudo da minha filha. Perdi muito longe dela. Quero recuperar olhando as lembranças.
Ela o encarou, se sentindo culpada.
___ Cada vez que fala desse jeito, algo dentro de mim se quebra. Fui muito egoísta! Pensei só no meu sofrimento...
Ele passou o dedo indicador na imagem que exibia o sorriso meigo, igual ao da mãe.
___ Vamos zerar o que foi ruim no passado. Começaremos vida nova daqui para frente. Amo minha filha, do mesmo jeito que amo Enzo. Vou com certeza, aproveitar todo o resto do seu crescimento ,junto de você, a mulher que amo demais.- sorriu.
__ Vou te mostrar e contar todos os detalhes de cada uma das fotos. Nesta ela está mais do que feliz. Ficou encantada com a fotógrafa. A cada conversa, sorria e ela aproveitava o momento. Todas as fotos ficaram lindas!
Ele devolveu a foto ao lugar. Voltando a lhe encarar, indagando sem pressão.
__ O que pretende fazer daqui pra frente. Vamos ficar em São Paulo ou quer ir para Porto Alegre?
__ O que você quer? Quer uma resposta agora, meu amor?- a palavra carinhosa, foi dita casualmente, enquanto vestia a blusa pela cabeça. Chamá-lo de amor , estava impregnada na mente de Dany, costumavam se chamarem assim, no passado.
Ele fez um leve movimento de cabeça discordando.
__ Não quero decidir nada sem conversarmos antes. Sua faculdade...Não quero que desista mais uma vez do seu sonho.
__ Se acaso decidirmos ir para a capital gaúcha, posso procurar uma faculdade que tenha o curso de dança...transferir minha matrícula para lá. Enzo também ficará mais perto da mãe.
Ele se atirou no sofá e a chamou com um aceno. Dany sentou no seu colo passando o braço por cima de seus ombros.
___ Sabe que não me agrado do garotinho junto a Priscila, mas tudo bem.Primeiro vamos à fazenda, depois decidimos isso.Uma coisa é certa, quero morar numa casa. As crianças precisam de espaço.
__ Eu amaria morar numa casa. Não muito grande, mas confortável o suficiente para nós quatro.
Vìtor riu de uma forma desprentensiosa.
__ Não nos demos conta, mas fizemos amor sem camisinha novamente. Talvez, desta vez...- alisou seu cabelo, sorrindo. 
Danyelle mordeu o lábio, torcendo os olhos. 
__ Se continuarmos assim,  irresponsáveis, vamos ter um filho por ano.- riu, estava segura quanto ao futuro e uma gravidez não a assustava mais.
___ Então precisaremos além de conforto, uma casa grande.
Dany baixou a cabeça, fixando seus olhos nos dele.
___  Eu te amo sabia? - disse e procurou sua boca.
Quando seus lábios se desgrudaram, Vítor correu os olhos pela face de Dany. Estarem fazendo planos para o futuro o deixava mais feliz do que ela. O domínio que Danyelle exercia sobre ele queimava em seu coração. 
___ Vamos ter que ir para casa. Se ficarmos aqui, temos a possibilidade real de darmos um irmãozinho a Alice e Enzo.- a apertou em seu abraço, para depois, bater de leve no seu traseiro, se mexendo para levantarem.

Para Sempre No Meu Coração🔞‼️Onde histórias criam vida. Descubra agora