Capítulo 25

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Ele caído por cima de suas costas lhe esmagava contra o mármore frio, com a boca grudada em seu ombro direito, ofegante e tentando recobrar a respiração, disse com a voz entrecortada e rouca.
__ Porra, Dany, desse jeito vai acabar me matando! Sua boceta tem algum feitiço...nunca foi assim com nenhuma outra mulher!
Dany não conseguia se mexer, estava exausta.Suas pernas quase não a sustentavam.
Olhou o reflexo dele no espelho. Algumas mechas do cabelos caíam em sua testa, de onde escorria gotas de suor, o olhar de um azul intenso, quase cinza expressavam toda a sua satisfação.
Ele mordeu e chupou o lóbulo de sua orelha e assim que sentiu sua rigidez ceder se retirou devagar de dentro dela, apertando suas nádegas e, acomodando seu pau dentro da roupa, Vítor a virou, lhe segurou pela cintura e depois pela nuca, puxando contra seu corpo para beijá-la. Ela apalpou com carinho seu peito, sentindo o coração dele bater descompassado e forte, e se entregou no beijo calmo e delicado, enquanto sentia o seu líquido escorrer por entre suas pernas, a lembrando que não tinham usado preservativo.
___ Vítor - ela disse com a boca ainda grudada na dele.
Ele se afastou correndo o olhar safira pelo rosto afogueado dela.
___ Não fala nada. Você me provocou. - sorriu e se afastou, ajeitando os cabelos e enfiando a camisa para dentro do cós da calça, andando de costas, enquanto Dany ficava com as palavras trancadas na garganta, sob a sensação de estar sem força nenhuma devido a onda de loucura a que ele lhe submeteu, lhe fodendo ferozmente. Ele pediu imperativo:
___ Se recomponha e volte ao salão. Dê um tempo aqui, para que ninguém perceba.
Ela mordeu o lábio e o viu sair. Quase tinha dito que o amava mais do que nunca.
Respirou pesado e imediatamente, pegou duas toalhinhas de mão e encharcando uma delas na torneira, entrou em um dos box para se limpar.
Sua intimidade ardia por causa da intensidade com que ele a penetrou. Deveria estar radiante, mas não se encontrava assim, algo não estava certo, só não entendia bem o que. Talvez o fato, dele não lhe assumir publicamente.
Aquela sensação de perda, a invadiu de novo e não demorou muito para que seus pressentimentos se materializassem.
Quando abria a porta para sair e retocar a maquiagem, vozes e risadas, conhecidas se ouviram na entrada do banheiro.
Dany se fechou no box sabendo de quem se tratava.
Marcela e uma das mulheres, conversavam animadas.
___ Ele está na sua Marcela! Viu como olhou para Leandro? No início, achei que ele estava louco pela gaúcha, mas depois percebi o quanto ficou bolado com a presença do garotão.
___ Já o trouxe de propósito. - Marcela riu.
Um silêncio se fez, apenas o barulho do saltos no porcelanato cor de creme se ouvia, mas logo elas retomaram o assunto
___ Ele está me provocando com aquelazinha! Hoje mesmo, transamos loucamente no gabinete dele e por isso acha que me tem nas mãos... Está enganado. Durmo com quem eu quero e hoje é a noite de Leandro...Vítor não me controla. Eu mando nesta relação.
___ Menina, você não presta mesmo!
___ Se ele pode, eu também posso! Essa é a regra! Agora, que ninguém fode igual a Vítor, tenho que admitir...não tem comparação!
Não é a toa que a Anjinha Bobinha - ela riu alto. ___ está caidinha por ele.
___ Anjinha bobinha?! - a outra debochou.
___ Apelido "carinhoso" que Vítor pôs nela. - o sarcasmo soava forte no tom da sua voz. ___ Me disse que ela é tão idiota que aceitou ficar no apartamento, sendo sua diversão. A única intenção de Vítor é ficar com a filha. Ele precisa desse tempo para a bebê se acostumar mais com ele.
A outra mulher constatou.
___ Nela tudo é "inha". Bonitinha, anjinha, bobinha...Talvez seja isso que encanta os homens. Francisco deu em cima dela. Eu vi, porém nem me importo. Detesto aquele velho brocha. No entanto, amo sua conta bancária! - riu novamente.
___ No meu caso estou bem servida. Este vestido foi presente de Vítor, ele é generoso, bonito, bom de cama e infinitamente rico. Só o tempo dele resolver esse problema com os filhos e vamos nos acertar de vez. Tudo se encaminha para que sim.
__ Ela me disse que a menina não é filha dele.
___ Ela mente. O próprio Vítor me disse que iria buscar a filha... Só que aí, apareceu com a mãe junto.
A Anjinha não o satisfaz. Correu para mim hoje, como um louco. Estava insaciável!
Danyelle ouvia tudo quase sem respirar e um bolo subiu de seu estômago, trancando na garganta, a sufocando. As lágrimas subiram aos olhos ao escutar o apelido e em saber que se divertia a suas custas.
As duas saíram, batendo a porta e o silêncio tomou conta do recinto.
Sentindo-se derrotada, magoada e suja, deixou as lágrimas caírem livres para aliviar o que estava sentindo.
"Então, por isso, ele não pode ir mais cedo para casa naquela tarde? E eu, em casa, feliz, me sentindo já como uma esposa à espera do marido. Ele está me fazendo de boba mais uma vez. Idiota!! Vítor tem razão, só uma pessoa muito boba aceitaria a proposta dele. Ele está me humilhando e o pior de tudo, que é com o meu consentimento! Marcela e ele estão juntos, por isso nunca disse que me amava!" - constatou com um misto de tristeza e raiva.
Ajeitou o vestido e retocou a maquiagem, disfarçando a cara de choro.
Suando e nervosa respirou fundo e pausadamente, várias vezes, para conseguir encará-lo no salão, sem meter a mão em sua cara!
Seguiu corredor à fora caminhando apressada e desnorteada.
Em dado momento, ela tropeçou e sentiu que braços lhe seguraram pela cintura.
Dany ergueu a cabeça se deparando com um par de olhos negros e um
rosto anguloso, de barba bem aparada e nariz fino.
___ Cuidado, moça! - a voz grave entoou em seu ouvidos.
___ Ah, que droga, não vi o degrau! - explicou com a face crispada de dor.
___ Está bem? Se machucou?
Danyelle balançou a cabeça negativamente, firmando o pé algumas vezes, no chão, para se certificar que estava tudo bem.
Os olhos do rapaz percorreram seu rosto e desceram para o resto do corpo.
__ Hoje é minha noite de sorte. - sorriu mostrando os dentes brancos e alinhados, lhe ajudando a se recompor.
Danyelle ignorou a cantada, baixou os olhos, não queria notasse que havia chorado, mas o rapaz, que não tinha mais do que 25 anos, a encarava com mais intensidade e ele se redimiu, percebendo que ela não se encontrava bem.
__ Desculpa, não quis te constranger. É que nem todo dia, se esbarra com uma mulher linda assim como você.
As palavras de Dany saíram sem querer.
___ Pode ser pra você, porém pra mim, festas em clubes não me trazem tanta sorte assim! Obrigada, por me ajudar. - sorriu triste, já saindo.
Ele ficou parado a vendo se afastar.
Danyelle adentrou novamente o recinto agitado e parou procurando a mesa, em que estavam os outros, mas apenas Leandro estava sentado lá. Girou o corpo e se deparou com Vítor, tendo os braços de Marcela ao redor de seu pescoço. Dançavam e ele falava algo em seu ouvido, enquanto ela sorria.
Marcela ao se deparar com os olhos de Dany em cima deles, colou mais o corpo e o rosto em Vítor, que segurava com possessividade em sua cintura e afastava o cabelo dela, carinhosamente, que caía sobre o ombro nu.
Dany mordeu os lábios com força e engoliu as lágrimas mais uma vez. Uma coisa era ouvir Marcela no banheiro, outra era se deparar com aquela cena, que não deixava dúvidas sobre o relacionamento deles.
O choque a fez paralisar por alguns instantes, logo se dando conta que não deveria lhe inflingir mais aquele sofrimento. A imagem de Flávio apareceu em sua mente, a lembrando que deveria ter amor próprio.
Girou o corpo e atravessou os espaços vazios entre as mesas, procurando um lugar para poder manter seus olhos longe daquela cena.
Saiu por uma porta larga e sentiu o vento fresco acariciar sua face e caminhou por um trilho sobre o gramado, que levava a um caramanchão florido, todo iluminado por luzes disposta em estratégia para embelezar o jardim. Uma fonte de água, formada por pedras, cujo som embalava os ouvidos, a fez lembrar da cachoeira da fazenda. Era o mesmo barulho, só que menos intenso, mais relaxante.
Suspirou e sentou no banco de madeira, admirando as carpas que nadavam no laguinho.
Tristemente, pensou na realidade que envolvia os dois. Marcela sabia de toda a verdade sobre eles. Não foi à toa que a chamou de vadia no dia, em que se conheceram no parquinho. Eles não tinham segredos um com o outro.
Se dar conta de que Vítor não fez questão de dançar nem uma música com ela ou de que não lhe tranquilizou nem uma vez, para que não se sentisse de lado, era horrível! Quantas vezes será que Vítor e Marcela transaram, se divertindo com a sua idiotice depois que ela chegou à Brasília? Deus, transaram sem camisinha várias vezes! Como pode confiar neste homem?!
Se assustou quando a voz, no meio dos arbustos, indagou:
__ Então é aqui que a borboleta se esconde. - o rapaz que a amparou minutos antes, apareceu e fazia alusão a sua tatuagem.
Sorriu diante do apelido tão manjado para ela.
__ Muito abafado lá dentro.
__ Foi também o calor que fez você chorar no banheiro. - ele brincou sentando ao seu lado no banco. __ Deixa eu adivinhar...O amor da sua vida esta dançando com outra, ou quem sabe até nem veio... Já sei, ele lhe deu um fora...acertei!?
Danyelle balançou a cabeça e olhou para baixo, sorrindo sem jeito. Ele insistiu:
__ Quem cala consente. Quais das três alternativas é a correta?
Dany levantou a cabeça e fixou seu olhar nele.
__ Alternativa 1
__ Hummm... Amor dançando com outra...então, bora lá, dançar comigo. Aposto que posso fazer você esquecer dele! Você sabe dançar, né?
Danyelle não pode conter o sorriso. Ele era simpático demais e extrovertido.
__ O que faço de melhor na vida é dançar. - ela afirmou.
O rapaz levantou e estendeu a mão num convite.
__ Vamos lá, então. Qual seu nome mesmo?
__ Danyelle e o seu?
__ Fabiano Alighier
___Você é filho do Francisco Alighier
__ Sim, sou um dos filhos. Tenho um irmão gêmeo.. - ele riu, enquanto a arrastava pela mão em direção ao salão.__ Eu sei que vai zoar nos chamando de "dois milhos de Francisco", mas já estamos acostumados.
Ela gargalhou alto.
__Vou confessar que pensei no filme, mas nos milhos, não!
Entraram conversando e rindo e ele a parou antes que entrasse na pista de dança.
__ O que sabe dançar?
__ Tudo. Desde música tradicionalista, sou gaúcha com orgulho, até performance de pole dance. - ela rodopiou sorrindo.
__ Sério? - indagou com dúvida, franzindo a testa.
__ Seríssimo. Amo dançar.
__ Me espere aqui um minuto.
Fabiano saiu e conversou com alguém da banda na parte debaixo do palco.
Danyelle correu os olhos pelo meio do povo à procura de Vitor, mas não o encontrou.
Voltou seus olhos para a mesa e não enxergou Marcela.Talvez tivessem saído para acabar a noite noutro lugar.
Não importava quanto tempo tivesse se passado ou quantas promessas ele pudesse lhe fazer, nunca mudaria. Vítor era um mulherengo fdp, tinha que admitir.
Observou Fabiano vindo em sua direção, já se livrando do smoking e o atirando numa cadeira ali por perto. Ele pegou sua mão e a arrastou para o meio dos casais que dançavam. A música que tocava estava no final e a banda emendou o ritmo latino Regaetton.
Foi uma surpresa para Danyelle quando ele enlaçou sua cintura, a levando no ritmo sensual da música "Felices los 4".
Ele sabia o que estava fazendo e Dany teve a certeza que era dançarino profissional.
Ela o acompanhou, porque era muito natural dançar, nascera para fazer aquilo. O ritmo da música se entranhava em seu corpo e sua mente se soltava, como se estivesse em transe, esquecendo de tudo ao seu redor.
Os dois deslizavam pelo salão, até que os casais pararam para assistirem, encantados com a performance do casal.
Eles se mexiam com tanta sensualidade e leveza, que parecia que tinham ensaiado. A química entre os dois era forte e foi como se Danyelle encarnasse uma nova personagem. Isso acontecia sempre quando dançava, por isso seus passos pareciam tão leves.
Dany foi lançada rodopiando sobre os saltos e ele a puxou de volta, segurando seu corpo sobre seu braço, deslizando sobre ela sensualmente, a embalando num meio círculo. Quando ele voltou a levantá-la, seus olhos, pararam em Vítor parado na beira da pista, de braços cruzados, tendo o ódio refletidos no olhar, com o maxilar trancado, não fazendo questão de disfarçar que não estava gostando do espetáculo que o casal promovia. Marcela ao seu lado séria, acompanhava com uma inveja descarada, a beleza e desenvoltura de Danyelle.
Dany sentiu um prazer imenso em provocar a ira de Vítor. Ele não era seu dono! Ela era livre para fazer o que quisesse!
Fabiano era bonito, tinha o porte atlético e emava sexualidade por todos os poros. Estava na hora de Vítor provar um pouco do seu próprio veneno: o desprezo de sua parte.
Não se sentiu nem um pouco culpada por estar usando Fabiano para provocar ciúmes. Ele, com certeza, era outro, que gostava de enganar mulheres, lhes prometendo céu e as usando para depois jogar fora.
Pôs todo o seu desempenho nos passos e dançaram mais uma vez, a música "Bailando", a pedido da platéia, até que a música acabou e as palmas ecoaram pelo recinto.
Fabiano a puxou para um abraço de agradecimento, pegando em sua mão para tirá-la dali.
__ Quer beber alguma coisa? - indagou afogueado.
Danyelle sentia os olhos de Vítor queimarem em cima dela e sorrindo satisfeita, aceitou.
__ Claro. Preciso me hidratar.
Saíram rindo e alguns conhecidos de Fabiano, o paravam para lhes cumprimentarem.
Fabiano segurava com firmeza sua mão, fazendo questão de não soltá-la até que pararam numa mesa do outro lado, com um casal de amigos dele e sentaram para descansar.
Danyelle sorria por fora, mas por dentro estava acabada. No entanto, não queria ir embora, era melhor estar rindo de alguma bobagem que Fabiano falasse do que estar chorando no travesseiro por Vítor. Já tinha feito muito isso e hoje definitivamente, não seria mais uma dessas noites.
O tempo voou, que Dany nem se deu conta. Olhou seu celular e já eram quase 3 horas da manhã. Largou o coquetel na mesa e a adrenalina invadiu suas veias a deixando trêmula quando escutou a voz grave e imperativa de Vítor atrás dela.
__ Com licença! - pediu e se dirigiu a Dany, transparecendo nos olhos uma nuvem e uma veia, pulsava em sua têmpora.___ Bruno irá lhe acompanhar até em casa. Já está a sua espera no carro.
Danyelle o encarou com desdém.
__ Não sei quem lhe disse que pode me dar ordens. Não irei embora agora. A festa está ótima e estou muito bem acompanhada, como pode ver.
Tenho certeza que Fabiano poderá me levar para casa? - olhava o desafiando, adorando ver sua cara de macho ferido. ___Não é mesmo, Fabiano?
__ Claro. Eu a levo não se preocupe, Senador.
O casal observava a cena que começava a se desenrolar.
__ Sinto, mas não posso deixá-la sozinha à noite, numa cidade que mal conhece com gente que também não sabe quem é!
__ Não irei embora! - reforçou.
Fabiano interveio.
___ Que isso Senador! Você me conhece tão bem quanto eu o conheço! Dany está segura comigo!
Vítor virou o fuzilando. Danyelle poderia jurar que se estivessem em outro lugar, ele acertaria o nariz do rapaz sem dó. Observou que ele segurava na guarda da cadeira com força, suas narinas abriam e fechavam demonstrando que estava irado, mas que procurava se controlar.
Voltou a olhar para Dany e fez um sinal com a cabeça, que dizia para ela se levantar e sair com ele.
Ela negou, categórica.
__ Não irei, Vítor, ponto final. Acredito que não vai querer fazer um escândalo e sujar a sua "imagem de bom moço"!
Se fizer isso, amanhã estará nas primeiras páginas dos jornais! - ela ameaçou.
Vítor empurrou com força a cadeira contra a mesa e saiu caminhando firme.
Fabiano assoviou, fazendo uma careta triste em deboche, mas ela sabia que teria revide aquela desobediência. Só esperava que ele não usasse a filha contra ela.
Apesar do medo, estava satisfeita. Vítor tinha que aprender que não podia dispor assim da vida das pessoas, as usando, brincando com seus sentimentos e depois se desfazendo como algo que não desperta mais interesse.
A tensão do momento se dissipou, porém a resposta de Vítor, assim como previu, veio a jato.
Seu Whatsapp bipou.
" Sua cabeça, sua sentença. Não sei o que houve, mas não planejei o fim da noite desta maneira. Talvez, eu só apareça em casa quando o sol já estiver alto no céu."
Dany mordeu o lábio, tentando disfarçar que o conteúdo da mensagem tinha  acertado o alvo, ferindo ainda mais seus sentimentos e seus olhos se encheram. Ele certamente, iria se aninhar nos braços da morena voluptuosa. Os momentos que viveram, pra Vítor nunca significaram nada. Leandro já estava dando em cima de uma outra garota, numa mesa próxima e Marcela tinha evaporado.
Na saída, algum tempo depois, Fabiano gentilmente a trouxe para casa, parando em frente aos edifícios do condomínio.
___ Obrigada pela carona, pela companhia. Você dança muito bem, Fabiano!
Ele se ajeitou no banco, acionando um botão, fazendo com que o banco deslizasse mais para trás.
___ Pra mim foi uma honra ter você como par. Poderíamos marcar para sairmos outras vezes...
___ Podemos conversar sobre esta possibilidade. Agora, tenho que entrar.- disse segurando a maçaneta.
Fabiano acionou a tranca e pousou a mão do lado de seu rosto, puxando para tentar beijá-la. Ela recuou.
___ Desculpa Fabiano... Você é um cara legal.. mas não pretendo realizar o seu desejo nesta madrugada. Vamos dar tempo ao tempo, ok?
Ele suspirou, destrancando a porta.
___ E por causa do Senador, não é?
Danyelle não respondeu, mordendo o lábio inferior.
___ Ele acha que é seu dono. Eu notei isso. No entanto, ele se achou no direito de desprezá-la. Conheço Vítor, já pegou minha prima em Londres e acabou com o coração dela. Te aconselho a cair fora o quanto antes. Dizem as más línguas que está no apartamento dele... É amante dele?
___ Tem coisas da minha vida que ninguém sabe, Fabiano. Uma hora eu te conto.
Beijou a face dele levemente e abriu a porta, saindo. O guarda, acionou a abertura do portão para ela entrar e Fabiano arrancou em alta velocidade.
Dany subiu e entrou pé ante pé para não fazer barulho, seguiu em direção ao corredor e espiou pela porta entreaberta Alice e Enzo que dormiam profundamente. Entrou no seu quarto e Diana estava deitada ali. Certamente, acabou pegando no sono, a tv estava ligada.
Pegou uma roupa de dormir e foi ao banheiro do corredor, tomando uma ducha rapidamente, pensando em voltar à sala e se acomodar no sofá. Já era quase dia e logo Diana acordaria.
Quando saiu do banheiro, distraída com seus pensamentos inquietantes, se deparou com a figura de Vítor escorado na parede do corredor. Estava a sua espera.
Dany se penalizou diante do olhar cansado que ele lhe direcionou. A barba já aparecia, marcando o contorno do seu maxilar e no braço, o casaco preto e a gravata borboleta aberta, pendurada no colarinho da camisa branca, lhe dava um ar desolado.
__ Veio com o pirralho?- questionou se aproximando dela.
__ Se fala de Fabiano, sim, ele me trouxe. Acabei de chegar.
Vítor subitamente, atirou o casaco longe, que deslizou sobre o assoalho de tábuas envernizadas do corredor e  avançou sobre ela, lhe agarrando pelo braço, lhe arrastando para a porta ao lado do seu quarto.
__ O que pensa que está fazendo? - ela reclamou baixinho para não acordar ninguém.
__ Acha que pode me fazer de palhaço? Tem prazer em se esfregar com outro homem na minha frente, não é mesmo? - indagou num tom irado, enquanto a enfiava para dentro e passava a chave na fechadura. Estavam no quarto dele.
Danyelle com raiva do seu cinismo não deixou barato. Queria machucá-lo, queria que ele sentisse o que ela sentiu quando o viu com Marcela.
__ Da próxima vez, faço escondido, igual a você! - a voz saiu tremida, pela angústia. Ela estava tensa e ele a encarava tentando entender suas palavras.
__ Tínhamos um acordo, lembra?
Danyelle riu com a mesma desfaçatez com o qual ele a tratava.
__ Tínhamos? E achou que eu iria cumprir, sem exigir que você também cumprisse  a sua palavra?
__ Não estou entendendo aonde quer chegar!
__ Está sim, acha que sou bobinha... como é mesmo o apelido carinhoso que recebi, enquanto se divertia com aquela vadia da Marcela? Ah, sim, "Anjinha Bobinha"...- pausou a frase tentando respirar para não cair em lágrimas na frente dele.__pensando bem esse até que é menos ofensivo do que " idiota"
Vítor a escrutinava, não entendo o que aquilo significava.
__ Não sei do que está falando? Acho que bebeu demais com seu coleguinha de dança.
__ Não bebi, e não só dancei, mas me diverti muito com ele.
Vítor passou de uma expressão de dúvida para uma de ira ao ouvir as  palavras dela. Seu maxilar trincou, evidenciando os músculos da face e suas narinas respiraram forte, que ela pode ouvir o som de onde estava. Ele avançou como um animal prestes a abocanhar sua presa e Dany deu dois passos atrás. Um arrepio subiu por sua espinha, os sentidos entrando em alerta, temendo o que poderia acontecer. Ele estava com o ciúme transpirando por todos os poros do seu corpo desde a hora que saiu da festa, sob as ameaças de um escândalo. Vítor se irritava facilmente e mudava de uma hora para outra. 
Ela tentou passar por ele, mas foi bloqueada pelo corpo forte, que aproveitou e a jogou na cama com força.
__ Qual é, Danyelle, a trepada no banheiro não te satisfez?  O pirralho fode gostoso assim como eu? Conheço bem teu fogo...precisa no mínimo duas gozadas por noite pra dormir tranquila... se ele não te deu isso, posso te dar sem problemas. 
Danyelle procurou se ajeitar em cima do colchão, mas ele foi mais rápido e a puxou pelo pé, arrastando a colcha junto para a beira da cama,.
 __ E você, faz Marcela gozar duas vezes ou ela se satisfaz apenas com uma trepada?! - ela o encarou desafiadoramente, embora estivesse com medo do que ele pudesse fazer com ela ali, trancada, naquele quarto.
__ Quer descobrir se dormi com Marcela antes de vir embora? - ele riu sarcástico.
Dany rebateu o questionamento com outro.
__ E não é o que está me perguntando sobre Fabiano? Se você pode quebrar o acordo, eu também me senti no direito de fazer o mesmo!
Ele subiu na cama, com a agilidade de um gato, ficando de joelhos ,a levantou de encontro ao seu corpo, escrutinando seu rosto em busca de uma resposta concreta.
__ Dormiu com ele, Danyelle? - indagou com a voz baixa, muito perto da sua face.
Ela não respondeu e deixou que as lágrimas caíssem. Pra Vítor não importava os seus sentimentos, apenas seu ego ferido de macho alfa.

continua...

Para Sempre No Meu Coração🔞‼️Onde histórias criam vida. Descubra agora