Capítulo 52

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Aquele restante de sábado não foi nada fácil para Dany e nem para Lizandra, que procuraram se distrair e evitar os encontros desnecessários com Celeste pela casa. À tarde, as mulheres se reuniram na enorme mesa da cozinha para decorarem e encherem as casquinhas dos ovos de galinha, que Rute por tradição, sempre juntava, para distribuir cheias de pequenos docinhos às crianças dos empregados da fazenda.
Embora estivessem receosas com a presença da madrasta de Vítor, não deixaram que aquilo as abalassem ao ponto de não se divertirem com os preparativos do churrasco de Páscoa que o padrinho sempre oferecia a quem trabalhava ali. 
Lizandra, sentada ao lado da mãe, conversava animada, quando a porta da cozinha se abriu e presença maléfica se fez presente.
A atmosfera ficou pesada no recinto. Celeste correu os olhos pela mesa com as tintas guaches, pincéis e fitas, parando na filha da empregada e por mais que tentasse, não conseguiu disfarçar a raiva.
__ Como vai, Lizandra?
A mulher ergueu a cabeça e altiva respondeu:
__ Melhor do que jamais imaginou, Celeste.
__ Espero que esteja aproveitando suas férias. - falou casualmente, pegando uma casquinha, rodando nos dedos, com olhar de desdém.
__ Estava, mas amanhã à tarde, já estarei partindo. Tenho coisas a resolver em Minas.
__ Que bom. Esta casa está muito cheia para o meu gosto. -virou-se para Rute, mandando.__ Queremos um café bem fresquinho. Leve até ao escritório. Augusto e eu ficamos muito tempo longe um do outro, precisamos por a conversa em dia. Não demore!- saiu.
Dany levantou para espiar se o vudu não estaria escutando e encostou a porta, desabafando.
__ O ódio por esta mulher me define no momento. 
__ Como é arrogante!- Nanete expressou sua indignação.
Rute, que colocava o pó na cafeteira, balançou a cabeça.
__ Já estou acostumada. Desde o primeiro dia que pisou nesta casa que ela age assim com os empregados.
Lizandra encarou a mãe, desgostosa.
__ Pois deveria reagir! Por isso queria que fosse embora daqui, morar comigo!
Diana, que pintava um coelhinho, desenhado numa cartolina,  palpitou.
__ A filha é a mesma coisa. São duas arrogantes e mal educadas. Aguentei muito por causa de Enzo e quando seu Vítor quis levá-lo, não pensei duas vezes em apoiar.
Dany olhou para Diana e Nanete, a qual já estava a par de algumas coisas sobre Celeste.
__ Olho vivo nas crianças.Todas nós sabemos do que ela é capaz.
A babá de Enzo completou sem cerimônia.
__ Não só ela, como Priscila, Dany! Só eu sei o que presenciei em Porto Alegre. Não se enganem, ela está fingindo esta mudança. 

O Domingo amanheceu bem típico da estação, a temperatura em torno de 10º e ensolarado. Dany, preguiçosa, puxou a coberta para cobrir os braços e sentiu a falta de Vítor ao seu lado. Abriu os olhos aos poucos, à procura do seu celular, que marcava ser bem cedo. As vozes vindas da ala lateral, onde seria feito o churrasco, denotava que o dia seria agitado. Sentou rapidamente, na cama, lembrando de que era Páscoa e que Enzo e Alice estariam aos cuidados dela e de Vítor.
Mal colocou os pés para fora do colchão e a porta abriu devagar, o sorriso de Vítor iluminando seu coração. Ele carregava desajeitado e com cuidado uma bandeja.
__ Nada disso. - ordenou, fechando a porta como pé.__Pode voltar para a cama. Não fruste minhas expectativas românticas. - ele se aproximou, colocando a bandeja com o café da manhã na mesinha da cabeceira.
Dany obedeceu e se enfiou debaixo do cobertor.
__ Nossa, quanta gentileza! Desse jeito vou ficar mal acostumada.
__ E é para ficar mesmo.- depositou a bandeja em seu colo.__ Tudo o que não teve de minha parte na gravidez de Alice, terá nessa. - levantou seu queixo com o polegar e o indicador, parando o olhar suave em seus lábios, lhe dando um beijo.__ Trouxe tudo o que sei que gosta.
__ Eu nem sei o que dizer...Só sei que estou imensamente feliz em te ter toda noite e em acordar todo dia recebendo o seu carinho.
__Pois então não diga. Coma, que nosso bebê precisa crescer.
Ela riu levemente, balançando a cabeça
___ Agora que já me paparicou, preciso provar essas delícias da Rute. Não imaginava que estava com tanta fome assim.
Ela correu os olhos pelos pãezinhos caseiros recém saídos do forno, que exalavam um aroma  delicioso, parando numa caixinha preta  retangular ao lado da xícara. Sua respiração falhou.
__ Feliz Páscoa, meu amor!- ele desejou.
__ Vítor...- ela ergueu os olhos, ao tempo que ele abria a caixa, retirando uma pulseira de ouro, com elos trabalhados e uma pequena borboleta de pingente.
__ É linda!- elogiou enquanto ele enfeitava seu pulso com a joia .__ Obrigada! - disse emocionada, lhe dando um beijo.
Ela o olhou sem jeito, pondo a mão na boca.
__ Eu comprei apenas uma caixa de bombons...Aqueles seus preferidos. Estão aqui, na gaveta ao lado, pode pegar, por favor? Se soubesse que teria uma surpresa assim, teria me empenhado para te dar algo melhor.
Vítor retirou a caixa que estava envolta delicadamente num papel azul e abriu o cartão.
" Doce como meu amor por você! Te amo!"
Ele sorriu e também buscou seus lábios.
__ Eu também te amo. Ainda mais agora, que vamos ter outro bebê. Teu amor é meu melhor presente, Dany. - acariciou sua face com a ponta dos dedos.__Pensei em comprar chocolates também porque sei que é louca por eles, mas a prudência me impediu. Lembrei dos seus enjoos.
__ Acho que fez bem. Se sentir desejo...posso comer um dos seus...- ela brincou, passando a ponta do dedo indicador nos elos de ouro.__A pulseira é linda...!- rodou a correntinha no pulso examinando com brilho no olhar.__ Delicada. Amei essa borboletinha! 
__ Sabia que iria gostar! - entrelaçou seus dedos nos dela sobre o cobertor.
__ Não se incomoda mais com minha imagem naquele palco? - ela indagou.
__ Não. Você agora é minha, não tenho motivos pra ficar pensando em bobagens! Se bem que adoraria ter você dançando novamente pra mim.
__ Quem sabe podemos brincar de novo, assim que as coisas se ajeitarem? Prometo que lhe darei outra noite inesquecível.
Seus olhos azuis mostravam sinceridade e amor.
__Vou aguardar ansioso, pode apostar! - roçou a boca quente em seu pulso, fazendo com que uma onda de carinho por ele explodisse dentro dela.

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