Capítulo 20

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Danyelle se mexeu e estendeu o braço à procura do homem que a tinha levado à loucura na noite anterior, mas não o encontrou na cama. O travesseiro amassado, o perfume amadeirado misturado ao de sexo e os lençóis amarfanhados denunciavam que ele estivera ali.
Depois de matarem a saudade de seus corpos, na sala, eles se amaram mais duas vezes, entre gostos, mordidas e êxtases sobre a cama de Dany. Estavam insaciáveis, febris e desesperados pelo corpo e pelo amor um do outro.
Aquela sensação de formigamento no baixo ventre se fez presente com as lembranças das cenas da noite. Vítor fodia bem, não só sua boceta, ele fodia com sua mente, com suas vontades...a dominava completamente, ao seu bel prazer. Seu sexo apertou e ela mordeu o lábio, contendo o sorriso, se espreguiçando, satisfeita e com o coração cheio de amor e felicidade. A noite tinha reacendido as esperanças de um recomeço para eles.
Não sabia o que aconteceria dali pra frente, mas algo era certo, os dois não conseguiriam se manter mais longe um do outro. Correu os olhos pelo quarto, preguiçosa. Seu corpo inteiro vibrava numa efervescência.
Levantou nua e pegou o roupão branco, que ficou jogado ao lado da cama, vestiu e saiu à procura do homem que amava, o encontrando sentado, displicente, com o torso nu, vestindo apenas uma bermuda e uma das pernas dobradas com o pé em cima do assento da cadeira. Tinha nas mãos, uma xícara de café que exalava o aroma fresco da bebida. Seu olhar se perdia por entre os edifícios do bairro com os pensamentos tão longe, que nem percebeu quando ela abriu devagar a porta de vidro.
Dany usou de voz baixa para não assustá-lo, e ele virou a cabeça e sorriu, estendendo a mão para que se aproximasse.
___ Senti sua falta. - ela disse com suavidade, aceitando o convite da mão forte, de dedos longos.
Vítor a puxou, fazendo com que sentasse em seu colo e ofereceu um gole do líquido quente a ela.
___ Não quis te acordar. Você é tão linda dormindo... - beijou seus lábios e ajeitou seus cabelos emaranhados, levando uma mecha ao nariz.
___ Tantas manhãs acordei sentindo esse cheiro... mas quando abria os olhos, percebia que tinha apenas sonhado com você. - confessou afrouxando o cinto do roupão, abrindo um vão para passar a mão espalmada, com carinho, no vale entre seus seios, subindo o toque para o pescoço, enterrando os dedos em seus cabelos, mexendo na sua orelha, brincando com uma parte que sabia ser sensível.
Dany largou a xícara na mesa em frente e o passou o braço por seu pescoço, beijando seus cabelos molhados pelo banho recém tomado. Passou o nó dos dedos pela barba que já começava a despontar.
___ Confesso que muitas das minhas noites também foram nessa vibe. Dormia e acordava sentindo o seu cheiro, com a sensação de seu toque na minha pele... - revelou, deixando a imaginação dele acabar a frase em sua mente.
Vítor a olhava tão fixamente, que ela jurou ver amor ali naquelas lentes azuis.
Ele enfiou mais um pouco a mão por dentro do roupão, tocando em suas costas, correndo a ponta dos dedos por sua espinha, lhe arrepiando e a boca luxuriosa buscou seus lábios com um desejo cego, desesperadamente, a engolindo por inteira, cheio de paixão.
A língua lasciva explorou com maestria sua boca e desceu, insana, ao encontro dos seios.
Segurando um deles com vontade, chupou o mamilo enrijecido, circulando o bico com a língua, fazendo Dany se contorcer com a carícia, num misto de prazer e dor. A excitação no seu baixo ventre foi tomando conta do seu corpo todo e ela se atravessou sobre seu quadril, rebolando contra sua ereção poderosa e viril.
Vítor a segurou com firmeza com o braço por trás de suas costas e ela se ofereceu, inclinando levemente o corpo abrindo praticamente todo o roupão, mostrando toda a sua nudez na frente, a ele, que continuou a brincar num seio, depois no outro, libidinosamente.
Eram insaciáveis. Uma noite era pouco para se satisfazerem.
___ Os vizinhos...- ela avisou sôfrega, mal conseguindo respirar, tendo consciência que sua boceta se inchava, derretendo em lubrificação e o sangue correndo nas veias, acelerado, num tesão alucinante.
___ Fodam-se os vizinhos! É cedo, ninguém acorda às 7 da manhã num domingo! - ele murmurou, rindo baixinho, sem desgrudar a boca de sua carne e os dedos longos procuraram sua vulva.
Dany se ajeitou abrindo mais para que eles se enterrassem dentro dela, entrando e saindo vagarosamente, lambuzando seu clitóris, preparando o terreno, para que deslizassem sobre seu ponto de prazer suavemente.
A possibilidade de alguém vê-los era real e aquilo os excitava demais. O perigo iminente era combustível para a libido dos dois.
___ Vítor...! - ela gemeu.
___ Esquece tudo e goza pra mim! - pediu, a deixando alucinada com a sua língua brincando em seus bicos e os dedos circulando seu clitóris, duro, latejante sob um toque rítmico. Ela se derretia inteira, ao mesmo tempo que sentia seus músculos se retesarem e o coração acelerar bombeando o sangue quente de desejo, pulsando nas veias. Ela ofegou, gemendo algo incompreensível e respirou pesado, explodindo em espasmos incontroláveis, jogando o corpo para frente, cravando as unhas em seus ombros, como se sua vida dependesse dele naquele instante, até que tocou seu pulso, mostrando que não aguentava mais tanto prazer.
Vítor baixou o elástico da bermuda e em frenesi guiou seu pau, alucinado, procurando um jeito de se encaixar em sua gruta úmida.
Dany o ajudou e sentou devagar nele, entrando até a metade de sua extensão, parando, controlando o movimento, subindo, quase o deixando escapar, numa torturar proposital.
Ele arfou e ela sentou um pouco mais fundo, subindo com lentidão, descendo, sentindo seu canal ser preenchido pela sua espessura, os levando à loucura, até que nem ela aguentou mais e sentou forte, fazendo com que, de uma só vez, seu mastro potente se enterrasse inteiro e a fizesse apreciar, o quão delicioso era tê-lo dentro dela, abrindo suas entranhas.
Vítor estocou fundo e Dany se atirou num ângulo de 100º , sendo segurada nas costas pelo seu braço forte. Empurrou seu pau várias vezes, vigorosamente, duro, como ela gostava de ser fodida por ele e usou o polegar para manipular seu clitóris e arrancar mais um orgasmo dela, que soluçou em espasmos mais uma vez, e ele meteu ainda mais forte, intensificando seu momento de prazer.
Vítor fora de controle, gemeu alto. Seu pau implorava, sendo apertado pelas contrações de sua caverninha deliciosa e explodiu, também, jorrando forte seu líquido quente, procurando seus olhos, sendo arrebatado ao céu, enquanto gozava alucinadamente dentro da mulher de sua vida!
Seus corações martelavam e seus corpos se encontravam extenuados por aquela paixão violenta. Dany deitou a cabeça, esparramando seus cabelos pela musculatura dos ombros de Vítor e por alguns instantes, ele permaneceu dentro dela, afagando suas costas e sua bunda, até sentir que teria forças para levantar e levá-la no colo para o banho.
Quando saíram do banheiro e ela procurou seu telefone, o ícone do WhatsApp, era visível na tela. Abriu. Era de Brian, ainda da noite anterior.
Vítor passou por ela, que estava sentada na cama, digitando. Apenas a calcinha e a camiseta cobrindo uma parte do seu corpo e lhe deu um selinho.
___ Espero que não seja seu confidente. - ele ironizou.
___ E se for? Vamos voltar a sermos infantis e discutir por qualquer bobagem? - inquiriu, mostrando no tom da voz, que não gostaria de ser controlada daquela forma.
___ Tudo vai depender de você. - avisou, abrindo a porta, saindo.
Dany o chamou, balançando o aparelho. Não queria que ele ficasse chateado ou desconfiado porque estavam começando a se entenderem. Deu o braço a torcer.
___ É um Whats de Brian. Está me esfregando na cara, a minha falta de atenção.
Ele sorriu e voltou, engatinhando sobre a cama, até alcancá-la e segurando seu queixo, pediu:
___ Diga a ele que a partir de hoje, você é minha e sua atenção também. - buscou sua boca e chupou seu lábio inferior, demarcando território.
Ela torceu a boca num sorriso jocoso, buscando a toalha que se enrolava sexy no seu corpo nu, mas ele travou sua mão, frustando seus planos eróticos.
___ Preciso, ao menos, me alimentar, sua ninfomaníaca! - mordeu seus dedos de leve e ela riu, enquanto ele se afastava.
Dany conversou o trivial com o amigo, que contou as novidades, inclusive dizendo que Yandara, não estava mais com eles na boate e Dany revelou que tinha sido a própria que abrira o bico a Vítor em troca de grana.
Brian, também, contou que Flávio, estava ensandecido com a sua vinda à Brasília e que os clientes estavam ansiosos pela sua volta.
Conversaram por alguns minutos, e Dany se sentiu culpada por omitir o fato dos dois estarem se entendendo. Temia uma reação negativa por parte dos amigos, que esperavam outra atitude dela em relação a Vítor.
Mais tarde, enquanto comiam, sentados à mesa da cozinha e as duas crianças, brincavam sob seus olhares cuidadosos, eles conversaram.
Os elos da corrente de ternura que os ligara, na noite anterior, pareciam ter se tornado mais fortes e as confissões e curiosidades já não precisavam serem disfarçadas.
__ Onde conheceu seus amigos? Como foi sua vida em São Paulo?
__ Conheci Laura, assim que cheguei na cidade. Ela trabalhava numa lanchonete, na rodoviária e foi a primeira pessoa com a qual falei. Eu trabalhei com ela lá.
Brian e Laura dividiam apartamento e Miguel, conheci através de Brian. Ele é o dono da Butterfly e Brian é o coreógrafo dos shows.
__ Trabalhou numa "lanchonete suja e cheia de baratas..." - ele relembrou a conversa de dois dias atrás. Ela o olhou, surpresa. No dia, ele pareceu não ligar para aquele assunto
__ Sim e dormia num quarto de pensão ali perto.
Dany contou como foi morar com Brian e dos dias, em que entrou em desespero, quando começou a ser assediada por João, mesmo estando grávida.
__ A única coisa que fez me manter viva nesse tempo, foi saber que tinha uma vida que dependia só de mim.
__ Eu sinto tanto não poder ter te amparado e ter curtido minha filha crescer dentro de você. - ele agarrou sua mão entrelaçando os dedos nos dela. __ Laura, no aeroporto, disse que você quase morreu por Alice e algumas vezes, você comentou que o que importava mesmo é que estava viva para criá-la. O que aconteceu realmente?
Danyelle suspirou.
__ Minha gravidez não foi nada daquilo do você viveu com Priscila. - ela brincou com a colher sobre a mesa. Falar desta fase de sua vida, evocava alguns sentimentos ruins. __ Eu, simplesmente, me descobri grávida, sozinha, sem dinheiro, morando num quarto mofado de uma pensão imunda, me alimentando mal e doente. Não houve ensaio de fotos, nem alegria em comprar enxoval, apenas coisas ganhadas num chá de bebê e fotos tiradas com o celular. Não teve nada do que uma mulher espera que aconteça quando descobre que está gerando uma nova vida. Não houve a primeira mamada no meu seio, tampouco a emoção de ouvir o seu chorinho na hora do parto...enfim, foi tudo errado! Passei mal todo o tempo em que estive com Alice no útero. Tive uma doença chamada Eclâmpsia e por muitos dias, fiquei entre a vida e a morte numa UTI, enquanto Alice lutava, também, para sobreviver na incubadora. Como sabe, ela nasceu prematura.
__ Deus do céu!! - Vítor exclamou. __ Porque não me procurou? Sabia onde me encontrar!
__Estava cega pela mágoa e pelo orgulho. Mal sabia, eu, que poderia pagar com minha vida ou com a vida de Alice por isso. Fui inconsequente e me arrependo demais.
Ela continuou o relato, não tinha porque guardar segredo de nada.
__ Meu útero encarava o feto como algo estranho no meu corpo. Minha pressão era alta, vomitava tudo o que comia e na hora do parto, tive uma hemorragia muito forte.
Meus amigos me salvaram.
Doaram sangue, rezaram, choraram nos momentos em que os médicos avisavam, que talvez, não sobrevivesse até o dia seguinte, os deixando sem esperança nenhuma. Adquiri muitas dívidas por causa disso.
Miguel, namorado de Laura, chamou médicos particulares especialistas, remédios caros, que o hospital público não dispunha, comprava pessoas para serem doadores de sangue. Tenho sangue raro, O Negativo, e então, ele pagava pequenas fortunas para alguém fazer uma doação.
Paguei cada centavo a ele, dançando naquela boate, enchendo a casa de homens atrás da mascarada, que gastavam muito com as garotas e as bebidas.
__ Por isso disse que precisava de dinheiro rápido? Porque não avisaram?! Não precisaria de nada disso, se eu soubesse.
__ Eles sabiam que eu não queria. Eles acompanharam minha gravidez desde o início... Sabiam da minha vontade de não atrapalhar sua vida. Sabiam da minha história toda com você! Eu sei que fui orgulhosa e quase paguei com a vida por isso. Meus amigos se tornaram a família que um dia tive e perdi.
Notando o quanto aquela conversa mexia com seus sentimentos ele afastou a cadeira e a levantou pelos ombros, segurando seu rosto entre as mãos.
___ O que posso fazer agora, para reparar o meu erro?
Dany pensou em pedir a guarda definitiva da filha ou pedir que ele a amasse, que a assumisse, mas calou. Até aquele momento, ele não tinha dito que a amava nenhuma vez.
__ Nada. Não estou te contando para cobrar alguma coisa ou para que se sinta culpado. Você me perguntou, caso contrário, não teria lhe falado. Eu também fiz minhas escolhas ao esconder a gravidez e ela teve consequências. Sobre o meu momento e de Alice, você não carrega nenhuma culpa.
Ela passou os dedos por seus cabelos, a sinceridade estampada no olhar.
__ Só quero que o dia de hoje, termine bem, Vítor. O amanhã a Deus pertence.
Vítor suspirou resignado e a beijou com ternura. Ela repetia a frase clichê de Rute. Falou com a boca pousada em seus cabelos, no alto da cabeça.
__ Eu pus um detetive para te achar...mas acho que o homem era um pouco incompetente. Se estava na rodoviária, não era tão difícil te encontrar.
___ Quem sabe, talvez, precisássemos passar por tudo isso para valorizar certas coisas em nossas vidas. Eu aprendi que amizades verdadeiras existem, que nem todas as pessoas são más e que é possível superar dificuldades. Me tornei mais forte.
O momento foi quebrado por Enzo que mexia na porta de um armário, tentando, sem sucesso, abri-lo para matar a curiosidade inerente às crianças.
Eles sorriram, esperando o desenrolar da travessura. Ele sofria, quase conseguindo, forçando os dedinhos no puxador, caindo sentado ao deixar a mão escapar, sendo impulsionado para trás.
Vítor se mexeu, querendo socorrer o filho, mas Dany o puxou pelo braço, pondo os dedos na boca em sinal de silêncio. O menino não mostrou cara de choro e Dany ficando na ponta dos pés, falou baixinho em seu ouvido.
___ Deixa. Olha só o que vai fazer!
Enzo levantou, obstinado e voltou à porta, sem sucesso com o puxador.
Alice apareceu e com a força de ambos, arteiros, lograram êxito na empreitada.
Vítor caiu na risada quando ambos olharam para os pais, dando risadinhas sapecas, faceiros por terem conseguido abrir a porta.
___ Trabalho em equipe é outro nível! - Dany comentou, retirando alguns potes e oferecendo a eles para brincarem.
___ Engana-se quem subestima a inteligência deles. Um aprende com o outro. Por isso a importância de se ter irmãos.
Danyelle agachada, no piso, junto dos arteiros, olhou para ele.
___ Quer ter mais filhos, Vítor? - a indagação saiu sem querer e ela baixou imediatamente a cabeça de novo, percebendo que a pergunta era inapropriada. Claro que não queria!___ Digo, quando encontrar a mulher certa. - mordeu o lábio. De novo a emenda saía pior do que o soneto. Se embaralhava nas perguntas.
Ele se encostou no balcão, cruzando os braços.
___ A julgar por ontem e hoje de manhã...Você toma anticoncepcional, não?
A pergunta a atingiu como um soco no estômago.
Nunca tinha posto um comprimido na boca. Que irresponsabilidade dos dois! E se tivesse engravidado?
Respirou fundo, afastando a ideia. A sua enxaqueca mensal, lhe avisava que estava muito perto da data de menstruar.
Sorriu para disfarçar o choque inicial, mentiu.
___ Claro. Não tenho estrutura para criar uma outra criança.
___ Não tinha. Agora, é diferente.
___ Não, Vítor! Digo que não tenho emocional para passar por tudo de novo. Minha gravidez foi muito difícil!

Para Sempre No Meu Coração🔞‼️Onde histórias criam vida. Descubra agora