Capítulo 32

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Valentina deu seu depoimento e logo em seguida precisou ser sedada. As lembranças ainda eram muito presentes em sua memória o que a machucava muito. Depois de alguns dias ela recebeu alta para ir para casa, seu olho já estava mais desinchado, mas ainda havia marcas no seu corpo. Valentina foi submetida a vários exames para identificar se Netto havia passado alguma doença para Valentina, mas por sorte os exames estavam normais.

Sophia ainda estava preocupada com o sumiço de Netto e Pérola, quando ela voltou para o seu apartamento as coisas de Pérola haviam sumido. Sophia mandou trocar a chave do apartamento para não correr o risco de encontrar com Pérola em sua casa.

Valentina voltou para casa e Lucas colocou uma segurança na entrada do prédio para se certificar que nem Netto nem Pérola apareceriam.

Sophia assumiu os casos do escritório de Valentina enquanto ela estava se recuperando em casa. Durante o dia Sophia ia para as empresas e a também cuidava dos casos de Valentina. Beto e Bianca se revezavam durante o dia para não deixar Valentina sozinha e durante a noite Sophia ficava para os dois poderem ir para a faculdade.

No horário de almoço, Sophia saia da empresa comprava comida e ia almoçar com Valentina, ela fazia questão. Bianca passou a dormir no apartamento da irmã todas as noites.

Os pesadelos de Valentina eram frequentes, ela sempre sonhava com aquele trágico episódio e acordava suando ou gritando e não conseguia mais dormir o restante da noite. Valentina não conseguia sair de casa, tinha medo de encontrar com Netto pela rua. Se recusou a iniciar o tratamento com a psicóloga e mesmo com os protestos dos gêmeos e de Sophia, ela foi irredutível.

Já fazia dois meses desde o acontecido, naquela noite Beto e Bianca foram para a faculdade e Sophia ia dormir no apartamento com Valentina. Sophia tinha dado um vale night para os gêmeos que nos dois meses que se passaram abdicaram de tudo ao seu redor para cuidar de Valentina.

Sophia chegou no apartamento e levou uma comida italiana que Valentina gostava. Sophia chegou cheia de processos do escritório de Valentina que ela precisava ler. Valentina estava de pijama sentada no sofá. Desde o sequestro, Valentina muitas vezes parecia estar alheia ao que acontecia a sua volta. Sophia sentia falta daquele brilho no olhar que ela tinha antes.

Sophia contava como tinha sido seu dia e sobre os clientes de Valentina para ver se ela se interessava por algum caso, para ocupar a cabeça.

- O que achou da comida?- perguntou Sophia.

- Boa. - disse Valentina.

- Então, eu estou trabalhando, na verdade você, eu estou representando você, lembra do senhor Bittencourt? - disse Sophia.

- Sim, a mulher dele foi minha cliente.

- Pois então, agora ele é seu cliente e já esta em um novo divórcio, você acredita? - disse Sophia

- Ele vai perder a fortuna só pagando pensão para suas esposas. - sorriu Valentina.

O primeiro sorriso em meses o que animou Sophia.

- Quer ler o processo?- perguntou Sophia.

Valentina concordou. Sophia foi alcançar a pasta e sem querer encostou a mão na coxa de Valentina que deu um pulo espalhando as folhas pelo chão.

- Não se preocupe eu junto. - disse Sophia.

Sophia tinha percebido o nervosismo que Valentina sentirá com o toque involuntário dela, Valentina ainda tinha muitas traumas para lidar e precisava da ajuda especializada para isso.

Depois desse episódio Valentina voltou a se retrair e Sophia não conseguiu mais a sua atenção.

Sophia estava destruída pela pesada carga de trabalho que estava tendo e convidou Valentina para irem deitar. Era a primeira vez que Valentina ia dormir com alguém diferente de Bianca e ela estava apreensiva.

As duas deitaram na cama de Valentina que continuava inquieta mexendo o corpo de um lado para o outro.

- Quer eu vá dormir em outro lugar, tô te incomodando? - perguntou Sophia.

- Não, é só que Bianca costuma me dar a mão, mas é bobagem. - disse Valentina se sentindo ridicula ao falar aquilo.

- Não é bobagem não. - disse Sophia esticando o braço e segurando a mão de Valentina. As duas adormeceram.

Como era de costume Valentina sonhou de novo com aquela noite e os toques de Netto, mas naquela noite os toques pareciam ser reais demais e Valentina acordou gritando e chorando muito. Sophia se assustou com aquilo e abraçou forte Valentina que aos poucos foi se acalmando.

- Isso acontece sempre?- perguntou Sophia.

- Todas as noites. - disse Valentina.

- Você consegue dormir depois desses pesadelos? - perguntou Sophia ainda abraçando Valentina.

Valentina fez sinal com a cabeça que não, Sophia esperou ela se acalmar.

- Isso não pode continuar Val, você precisa buscar ajuda, eu marco com a psicóloga se você quiser eu vou com você, mas isso não pode continuar, você precisa querer melhorar. - disse Sophia.

- Não acho que tenha necessidade. - disse Valentina.

- Tem sim, você tem esses pesadelos frequentes não consegue voltar a dormir, temos que achar uma solução pra isso, amanhã nós vamos na psicóloga , isso aqui não é mais uma democracia. - disse Sophia.

Valentina nada disse.

- Vem cá. - disse Sophia abraçando mais uma vez Valentina e iniciando um cafuné em seus cabelos.

- Não é fraqueza precisar de ajuda, é grandeza você perceber que está com problemas e procurar ajuda, eu te conheço muito bem, sei a mulher forte e determinada que você é. - disse Sophia e pela primeira vez em meses Valentina voltou a pegar no sono depois de um pesadelo.

Sophia acordou cedo no outro dia e ligou para a psicóloga marcando horário para a tarde.

Valentina acordou e foi tomar café.

- Marquei para a tarde, almoçamos e eu te levo lá. - ordenou Sophia.

- Tudo bem. - disse Valentina resignada.

Amor Improvável - 2° temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora