CAPÍTULO 25
<<Narrador>>
Enquanto Geanete foi resolver o problema na Obra Social, Jorge foi para a mansão tomar um banho. Pediu aos empregados para não avisarem ao seu avô que ele estava em casa. Disse que apenas tomaria um banho e que sairia logo em seguida.
De fato, Jorge tomou um banho, se perfumou, colocou calça e camisa sociais, mais um de seus belos sapatos, mas não estava se arrumando para o velório, afinal o corpo ainda nem havia sido liberado.. Quando saiu de seu quarto viu que o doutor Lousada estava chegando ao quarto de seu avô. Limitou-se a dar um aceno que o médico e Isadora entenderam imediatamente que ele estava saindo.
Jorge pegou sua Mitsubish e rumou para o Karaokê. Já passava das 19 horas e, até ele chegar lá, o karaokê já estaria aberto.
Pela primeira vez em muito tempo ele não ia ao karaokê para se sentir um astro do rock. Dessa vez, estava indo única e exclusivamente para encontrar a sua loira. Sua? Sim, era isso exatamente o que ele queria. Ele queria aquela loira para ele. Colocar o foco de seus pensamentos nela era tudo o que ele queria, para esquecer tudo o que estava acontecendo a sua volta.
Ela era diferente de todas que ele já tinha conhecido. Jorge estava acostumado a, com o seu dinheiro, ter todas as mulheres caindo aos seus pés. Mas ele nunca quis tanto alguém como aquela loira. Mesmo sem ter chegado perto dela, só pelo seu sorriso enquanto cantava, ele sabia que aquela ali era diferente. Sua aparição e saída quase que instantâneos mexeu com ele.
Chegou no galpão logo depois das 20 horas, ainda absorto em seus planos de conquistar a tal loira. Quando entrou, percebeu que ela ainda não havia chegado. Sentou em sua mesa habitual, mas não pegou o cardápio de músicas logo. Ficou com os olhos fixos na porta de entrada. Não queria perder o momento em que ela entrasse, isso se ela viesse mesmo. E ele torcia por isso.
O karaokê estava muito animado ainda com o pessoal que ia direto do trabalho. Todos estavam rindo muito com um casal que cantava Maria Chiquinha, imitando Sandy e Júnior quando eram crianças. Mas, Jorge não ria. Ele nem se dava conta de que haviam outras pessoas ali. Nem mesmo saberia dizer qual música estava tocando. Todos os seus sentidos estavam em segundo plano, menos a visão. Seus olhos continuavam fixos na porta.
XXXXXXXXXXXXXXX
<<Nathalie>>
Depois de terminar a sessão de fotos na velha estação, cheguei ao apê um pouco depois das 19 horas. Decidi relembrar um pouco dos exercícios de alongamento que fazia na aula de Pilates com Ana Paula. Era bom manter o corpo funcionando em equilíbrio e trabalhar novamente a minha respiração. Depois, tomei um banho morno bem demorado para relaxar todos os meus músculos. Era uma empreitada muito arriscada, eu precisava estar equilibrada.
Pensei em todos os detalhes. Antes de me enxugar, passei um delicioso óleo de banho perfumado pelo corpo. Deixei os cabelos secarem ao natural para ficarem bem selvagens e vesti a roupa. Uma mini saia preta com a bainha rendada, uma camiseta branca básica, uma jaqueta jeans azul claro, botas de cano curto e acessórios de prata, brinco, cordão longo com uma guitarra de pingente, uma pulseira grossa tipo bracelete e um anel de prata em cada mão. Uma maquiagem de olhos bem marcados com delineador preto para contrastar com meu cabelo e batom vermelho brilhoso de tom ameixa. Estava pronta! Um look selvagem, mas ao mesmo tempo menininha desprotegida que faz muitos homens irem à loucura.
Refiz mentalmente todos os meus planos, pensei em quais músicas cantar e, finalmente, às 21 horas saí do apê rumo ao karaokê. Estava uma noite deliciosa e a sensação do vento gelado do outono batendo em minhas pernas, enquanto pilotava a moto, era deliciosa, me fazia sentir viva. E era exatamente disso que eu precisava: viver. Eu queria minha vida de volta e Jorge teria que me devolvê-la!

VOCÊ ESTÁ LENDO
Canta Pra Mim
RomanceNathalie Bustamante tinha uma vida perfeita. 35 anos e a garota pobre de Taubaté já era diretora de empreendimentos e finanças de uma grande Construtora em Campinas. Morava com seu gato, tinha a casa e o carro que queria, além do trabalho que era su...