Capítulo 31

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Gente, antes de começar o capítulo, quero dizer OBRIGADA pelas mais de 5.000 leituras! Vocês são demais! É muito legal saber que estão gostando e indicando essa história para seus amigos!

Agora, vamos ao que interessa:

CAPÍTULO 31

<<Nathalie>>

Acordei por volta das 13 horas com o barulho do despertador do celular. Olhei que tinha chegado uma mensagem de Douglas me parabenizando pela conquista na noite anterior. Tratei de apagar a mensagem, como fazia com todas as que chegavam ao meu celular. Sem provas nenhuma. Sempre fazia o mesmo com o histórico de chamadas. Todo o cuidado era pouco.

Desci e fui comer em um bar ali na rua mesmo. Era onde os mecânicos da oficina da esquina comiam sempre. Claro que quando entrei, meu visual descolado chamou a atenção e recebi muitos assovios. Fingi que não era comigo e fiquei na minha, comendo. Um mecânico mais atrevido tentou se engraçar perguntando se eu queria companhia, mas, felizmente, tive presença de espírito e respondi:

"Ué, mas meu namorado invisível já me acompanha muito bem, não é amor?" - perguntei olhando para a cadeira vazia ao meu lado e oferecendo uma garfada para o ar - "Se quiser sentar-se conosco, vai ter que ser sociável com meu amor, porque ele adora conversar, já eu, não. Portanto, pode sentar e conversar com ele, mas não espere que eu participe do papo. Odeio essas conversas masculinas!" - finalizei fazendo cara de entediada.

O homem deve ter achado que eu era louca. Por isso, saiu bem rapidinho me chamando de lunática. Tive vontade de rir, mas achei melhor oferecer outra garfada de comida para a cadeira vazia ao meu lado. Depois dessa, óbvio que nenhum dos homens sentados ali naquele bar ousou chegar perto de mim e tentar alguma gracinha. Para arrematar a minha cena de loucura total, saí do bar abraçada ao nada e fingindo que ele estava me dando beijinhos e eu o dando tapinhas para parar.

"Definitivamente, se não estou ficando, vou ficar maluca!" - ri de mim mesma quando entrei na portaria do meu prédio e dei de cara com o porteiro que parecia ter mais de trezentos anos. Peguei o elevador e fiquei apreciando os andares passarem, já que a porta não fechava toda mesmo.

De volta ao apê, fiquei navegando pela internet procurando alguma novidade sobre meu caso, Greg ou Jorge, mas não achei nada. Resolvi trabalhar um pouco nas fotos que tirei hoje pela manhã e guardá-las no computador também, para evitar que se perdessem. Decidi que essa noite eu levaria a máquina e faria alguns cliques por lá. Por isso, iria bem cedo, logo assim que o karaokê abrisse para tirar fotos das pessoas mais empolgadas que vinham direto de seu trabalho para cantar.

Coloquei um vestido tubinho azul de mangas compridas, minha bota de cano longo e me preparei para a noite. Se meus planos dessem certo, eu hoje conseguiria um pouco mais de proximidade com Jorge. Era arriscado, mas eu precisava disso.

Cheguei ao karaokê às 19h30, com minha máquina em punho. Fui de mesa em mesa explicando que eu era uma fotógrafa e que estava fazendo um ensaio sobre o cotidiano das cidades brasileiras. Contei que adoro karaokê e que resolvi unir meu divertimento com meu trabalho. Expliquei o mesmo ao apresentador. Assim, com o consentimento de todos, comecei a fotografar as pessoas que iam ao palco cantar e os funcionários do karaokê também.

Estava sendo bem divertido. Eu conseguia clicar as pessoas fazendo caras e bocas muito hilárias enquanto cantavam. Com isso, eu mesma acabei não cantando. Mas, nem me importei. Estava um momento tão gostoso que nem me lembrei do porquê de estar ali. Pelo menos não até o momento que fui agarrada pela cintura.

"Quer dizer que minha fotógrafa resolveu trabalhar aqui hoje?" - Jorge perguntou ao meu ouvido.

"Unindo o útil ao mais do que agradável!" - respondi tentando parecer casual e esconder o medo que senti com sua proximidade, enquanto me virava para me desvencilhar de seus braços.

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