Capítulo 32

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CAPÍTULO 32

<<Nathalie>>

Assim que cheguei a casa, mandei mensagem para Douglas:

"Assim que puder, me ligue!"

Não demorou cinco minutos e ele me ligou.

"Fale rápido priminha porque estou no plantão."

"Só para te avisar que o sumido foi hoje no show procurar por meu amigo cantor."

"Entendi. E você sabe o que ele queria?"

"Não pude ouvir nada porque quando o cantor o viu, partiu logo para cima com socos e pontapés e eu saí correndo com medo que o sumido me reconhecesse." - expliquei.

"Ok. Bom saber que o sumido anda por perto. Com certeza eles estão em cabo de guerra e alguma hora alguém vai deixar o seu rastro para ser seguido."

"Era só isso. Obrigada por tudo! Beijos" - falei.

"Beijos." - ele se despediu e encerramos a ligação.

Fui tomar um banho para dormir, coloquei uma camisola e deitei. Mas, duas coisas não me saiam da cabeça. A primeira era a ameaça de Jorge para que eu não partisse o seu coração senão morreria. E a outra coisa, talvez mais incômoda, era notar que, por vezes, os jogos de sedução de Jorge exerciam poder sobre mim. Lembrei-me de seu beijo na sola do meu pé e de como gostei daquela sensação. Depois, do momento em que ele me pressionou contra a lataria da sua pick up. Ele já tinha feito isso comigo e, novamente, gostei muito da sensação de estar em seus braços... Não, eu não poderia estar gostando daquilo!

"Isso é loucura Nathalie! Você não pode! Simplesmente não pode!" - falei alto para mim mesma.

Eu estava tão atordoada com aquilo tudo que, numa atitude sem pensar, mandei um SMS para Cacau:

"Amiga, você poderia me passar o telefone do Fábio na Argentina?"

Esperei uns minutinhos e o número chegou em uma mensagem. Logo depois, outra dizia:

"Vai fundo amiga!"

Eu não sei se o que eu ia fazer era o mais certo. Talvez não, mas não posso negar que eu estava precisando me sentir segura e, ultimamente, era a alegria e vivacidade de Fábio que faziam isso comigo. Disquei seu número torcendo para que atendesse.

"Alô, Dani?" - era perceptível a alegria em sua voz - "É você, menina?"

"Sim, Fábio, sou eu. " - respondi hesitante. Eu já não sabia se tinha sido uma boa ideia ligar.

"Sua voz está trêmula. Aconteceu alguma coisa?" - perguntou ansioso.

"Não, Fábio. É que o plano está andando. Sabe, é tudo muito perigoso e, por um momento, cheguei a casa agora e fiquei com medo de ficar sozinha. Eu sei que eu poderia ter ligado para a Cacau, ou seu irmão ou para qualquer um dos meninos, mas..." - pausei.

"Mas...?" - ele indagou.

"Mas, por favor, me perdoe Fábio e não me entenda mal. Mas é que durante as últimas semanas antes de eu vir para cá, era com você que eu ficava. A gente passava o tempo todo junto, você me ajudava com a comida, com a moto, passei a me sentir segura quando eu estava com você." - fui metralhando as palavras - "E, hoje, cheguei a casa com medo e quis me sentir segura e eu sabia que só conseguiria isso ouvindo a sua voz!"

"Calma, minha linda! Eu estou aqui! Não tão perto quanto gostaria, mas aqui. Posso passar a noite inteira te ouvindo se você quiser. E, também, podemos desligar e eu ligar para você, para que não gaste todos os seus créditos nessa ligação sinistra!" - ao ouvir essa última palavra, sei que Fábio estava tentando suavizar o clima.

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