Capítulo 5

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CAPÍTULO 5

<<Nathalie>>

A porta se abriu e entraram dois homens. Um era baixo, gordo, careca, usava uma calça social preta e camisa social azul de manga comprida, aberta nos dois primeiros botões, bem apertada na barriga, distintivo pendurado em um cordão e sapatos surrados. Aparentava uns 55 anos. O outro era alto, magro, não demais, mas de um jeito saudável, negro, cabelo raspado, trajando um terno cinza claro de risca de giz, sapatos italianos, com certeza eram; e gravata cinza chumbo, num tom mais escuro do que o terno. Poderia dizer que ele parecia um modelo dessas grifes famosas porque não era do tipo sarado, mas tinha um porte ereto. Não deve ter chegado ainda aos 60 anos.

"Bom dia, Nathalie" - falou este último.

"Vou deixar a senhora com seu advogado. Mas, volto em breve." - falou o policial gordo enquanto saia e fechava a porta atrás de si.

"Advogado? Mas quem é você? Não me lembro de ter sido sua cliente." - falei desconfiada.

"Acalme-se, Nathalie. Estou aqui a pedido de uma pessoa que quer te ajudar. Infelizmente não posso dizer quem ela é e você terá que confiar em mim."

"E se eu não confiar?" - perguntei ainda desconfiada.

"Terá que confiar porque sou a única chance de você sair daqui em segurança. Porque pelo que sei, você sairá de uma forma ou de outra, mas quanto à sua segurança..." - não terminou a frase, me deixando ainda mais intrigada e assustada.

"Quem é você? O que quer dizer com minha segurança não estar garantida?"

"Perdão, não me apresentei formalmente. Sou Nelson Olivetti, seu advogado. Trabalho para clientes muito exclusivos aqui em São Paulo".

"E o que garante que quero ser sua mais nova cliente exclusiva?"

"Sua inteligência. Não a conheço, senhorita, mas a descreveram como alguém muito inteligente, o que me leva a crer que não vai querer perder essa oportunidade de sair daqui e tentar se defender." - respondeu calmamente.

"Me defender... Mas, eu não fiz nada..." - retruquei desanimada.

"Nós dois sabemos disso, mas será preciso provar."

"Estou confusa. Preciso pensar..."

"Eu já esperava por isso. Vou deixá-la a sós para pensar enquanto me inteiro do caso com os policiais." - falou e já ia saindo da sala. Mas, parou quando eu perguntei:

"Você vai se inteirar do caso. Mas, e se eu não o quiser como advogado?"

"Aí terei perdido meu tempo." - respondeu dando de ombros, saindo e me deixando sozinha.

"O que eu faço? Confiança. Preciso ter confiança. Mas e se ele estiver mentindo? Já armaram para mim... Isso com certeza! E se ele fizer parte do esquema e estiver tentando me complicar ainda mais? Ah, meu Deus, o que eu faço?"

As perguntas rodavam pelo meu cérebro. Eu estava presa duas vezes: na sala da Polícia Federal e presa dentro de mim, em um dilema de saber em quem acreditar. Eu poderia muito bem ligar para o Marcos, filho de Rosalinda. Ele é um dos advogados da Sillman, me conhece, eu o conheço...

"É, acho que essa é a melhor decisão." - resmunguei comigo mesma no exato momento em que Nelson e o policial gordo voltavam para a sala.

"E então, Nathalie, podemos começar a resolver seu problema?" - perguntou o confiante Nelson.

"Bem, sim e não. Sim, vou começar a resolver meu problema. E não, o senhor não precisa se preocupar comigo, senhor Nelson."

Acho que se eu tivesse sacado uma arma eles não teriam ficado tão assustados como ficaram com minha resposta. Mas, continuei antes que perdesse a coragem.

"Aqui também não posso dar um telefonema? Em todo filme pode. Isso é lei? Vale para mim também?"

"E a senhora pretende ligar para quem, senhorita Nathalie?" - perguntou o policial.

"Para o meu advogado, ou melhor, o advogado da Sillman, Marcos Sodré."

O doutor Nelson me olhou incrédulo.

"A-ha! Boa menina, acabou com ele!" - falou meu subconsciente com aquele ar debochado e vitorioso de professor Snape.

"Certo, a senhorita pode ligar. Vou trazer o aparelho sem fio. Um momentinho..."

Ficamos na sala eu e o tal Nelson. Um silêncio incômodo pesava sobre nós, quebrado apenas pela respiração forte dele que demonstrava o quanto estava contrariado com minha atitude. Fato esse comprovado pela sua sobrancelha ligeiramente levantada.

"Aqui está." - falou o policial me entregando o telefone.

Liguei para a Sillman e pedi para falar com o ramal de Marcos. Quando ele atendeu, abri um sorriso e falei:

"Marcos, aqui é a Nathalie. Estou precisando que você me ajude. Armaram para mim e preciso me defender."

"Olá, Nathalie." - respondeu Marcos mais secamente do que de costume - "Já vi nos noticiários o que aconteceu. Infelizmente a Sillman não pode ter seu nome mais atolado ainda nesse seu escândalo, isso é muito ruim para a imagem da empresa. O nosso setor jurídico e nenhum de nossos membros poderá representá-la."

Nem se o Lorde Voldemorte tivesse apontado sua varinha para mim e dito "avada kedavra" teria me fulminado tão rápido. Um tremor percorreu todo o meu corpo e caí sentada na cadeira e chorando descontroladamente.

Eu estava sem saída... Definitivamente sem saída.

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Gente, por essa nem a Nathalie poderia esperar...

E agora, o que ela vai fazer sem a ajuda de Marcos?

É, vamos ter que esperar o próximo capítulo para descobrir. Mas, não liga não, na quarta feira virá o próximo capítulo!

Espero que estejam gostando da história. Não se esqueçam de clicar na estrelinha ao final de cada capítulo para me dar o seu voto! E podem fazer seus comentários também que serão bem vindos!

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Beijos

Lizzy

Canta Pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora