Capítulo 5

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— S-sou!

Aquiesço com certa urgência. Matteo está completamente atônito, agora sentado sobre suas pernas.

Não ignoro. Nem meus pais ou irmãs acreditaram em mim quando os contei. Nem mesmo vovô de quem eu era mais próxima acreditou quando eu dei minha palavra ano passado, poucos meses antes de morrer. Tudo culpa do Bill e Brad O'Conner. Brad havia estado flertando comigo por dois longos anos, junto há alguns outros caras. Se não fosse pelo vovô, mamãe teria convencido o papai a me casar há muito tempo. Com o primeiro que aparecesse e oferecesse mais. Há muitos anos não tínhamos mais o prestígios de décadas. Vovô era um dos poucos descendentes direto de italianos que ainda restaram e o câncer deteriorou tudo o que restou dos seus bons tempos. Então, quando todo a confusão com o Bill surgiu e passei a ser mal falada e todos os pretendentes, menos Brad sumiram, eu não tinha direito a escolha ou opiniões. No início fiquei bastante assustada e Brad me fez relaxar. Conversávamos por horas sobres besteiras e vivia me comprando chocolate e sorvete, coisa que mamãe impedia. Estávamos sempre de dieta, já que ela e Rebecca acreditam engordar com facilidade. Talvez fosse um pouco verdade. 

Mas os bons momentos duraram apenas umas três semanas. Brad me beijou e mesmo que eu não me sentisse atraída por ele, retribuí. Acreditei que poderíamos construir algo se me dedicasse, nem de longe eu seria a primeira se casar sem amor, tanto como acabou acontecendo. Os próximos encontros passaram a ser a noite, jantares que duravam muito. Meu sinal de alerta apitou, mas meus pais me obrigavam a sair com ele. Aquela noite eu havia inventado um dor de cabeça, mas como sempre não funcionou. Lembro-me de ter implorada aos meus pais e até mesmo ao vovô que me ajudasse, no entanto, não deu em nada. Fomos a uma boate. E foi enquanto dançávamos que eu descobri que Brad era uma grande farsa, bem, eu já suspeitava disso. Suas mãos não tinham controle ou respeito, discutimos feio no corredor dos banheiros. Ele exigia que eu o recompensasse pelo tempo perdido, dizer que me disse coisas horríveis e obscenas é desnecessário. No fim me deixou sozinha, eu fiquei grata. Não deveria. A situação foi feia quando cheguei em casa, ele havia contado que me pegou no banheiro com dois caras. Acreditem, uma garota pode se tornar bem mais vadia do que acreditam que ela seja.

— Seu cunhado? O'Conner? — indaga.

Abraço meus joelhos e encaro os meus pés, enquanto lhe conto tudo. Tudo o que aconteceu aquela noite e como Bill nunca teve respeito algum por mim, ele devia pensar que eu aceitaria trair minha irmã. Ele fica calado após eu terminar.

— Você acredita em mim? — murmuro, olhando em seus olhos — Por favor!

Ele levanta-se, me dando as costas noto a tatuagem que toma seu dorso. É uma fênix de traços perfeitos, acima de seu cóccix, o que parece ser resultado de uma queimadura, interferindo em sua pele limpa e bronzeada. Me pergunto se debaixo de todo o desenho, existem queimaduras também e me surpreendendo por alguém como Matteo, que age de maneira tão formal, ter tatuado o corpo. Eu acho bem maneiro.

— Não conte isso a ninguém — fala por fim, vestindo a cueca e depois puxando a calça — Vista-se — me passa sua camisa.

— Obrigada, Matteo! — apanho a camisa, nossos dedos se tocam no processo e tudo que fizemos há pouco surge em minha mente — E-eu posso... Te a-a-ajudar — ofereço morrendo de vergonha.

Ele parece não entender, então aponto com o queixo o volume em sua pelve. Matteo sorri carinhoso.

— Não é necessário — beija o topo da minha cabeça — Durma, Aurora!

Faço o que manda, deitando-me assim que me visto com sua camisa e espero por ele, mas Matteo segue para o closet, voltando completamente vestido.

— Vai sair? — sento-me — Eu te irritei não foi?

MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora