MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞

Capítulo 37

                       Aurora

Rebecca olha-me como se eu fosse chiclete ou merda no solado de um de seus Louboutin, ignorando em seguida minha presença voltando a focar na revista que têm em mãos. Pergunto por nossos pais e sou totalmente agraciada com o silêncio, não insisto e sigo até a cozinha, onde sou informada que mamãe descansa e papai não está. Também fico sabendo que minha irmã e o marido estão passando uma temporada na casa de nossos pais, está aí uma novidade, eu realmente não fazia ideia disso. Rebecca e Bill possuíam uma cobertura glamourosa aqui perto, a mesada que Mary lhes dava não devia estar cobrindo a mansão em que crescemos e o apartamento, todos eles ainda continuavam como se tivessem muito dinheiro como antigamente. Não fazia ideia do que era necessário para se darem conta de suas novas vidas.

Antes de ir até meu quarto verifico mamãe, mesmo sabendo que seu mal estar não deve ter passado de uma mentira, parte de mim havia se preocupado e com tudo, não pude verificá-la. Mary tinha ficado abalada o suficiente também para não ter saído de sua casa desde aquela noite. Mamãe dorme e ajeito seu cobertor, perguntando-me porquê raios não podemos nos dar bem, eu invejava sua relação com minha irmã e sua filha preferida. No meu antigo quarto, que não há vestígios que algum dia me pertenceu apanho meu celular e faço uma chamada para Anne, deixando de lado as várias mensagens e chamadas perdidas de Matteo, sou mandada todas às vezes para a caixa postal, deixo uma mensagem gravada para ela, lamentando sua perda. Ainda não acreditava que seu pai era parceiro de Armando e Ivan. Respondo uma a Victoria, tranquilizando-a e dizendo que assim que possível ligo e agradecendo por ter me liberado dos meus afazeres no C.R.E.M. Matteo deve ter lhe contado tudo.

Entre um banho de banheira demorado e um cochilo, já é noite. Por um momento sinto-me desorientada até me dar conta de onde estou e de toda situação. Uma batida na porta me desperta totalmente.

— Entre!

Uma das empregadas da casa enfia timidamente sua cabeça pela pequena abertura e avisa-me que o jantar será servido em breve. Agradeço e visto-me, alguém, provavelmente a mesma mulher que acabara de sair, tinha deixado minhas roupas limpas e dobradas sobre a penteadeira. Retiro o roupão e as visto rapidamente. Rebecca ralha com uma das novas empregadas, mamãe estava sempre renovando, sempre havia algum defeito visto por ela. A senhora cumprimenta-me rapidamente e praticamente sai correndo de volta para a cozinha.

— O quê? — Rebecca ralha para mim, quando me nota a observando.

— Doce como mel — cantarolo, sentando-me.

— Me polpe, boa moça! — retruca, suas palavras carregadas de ironia.

— Eu vim em paz, Rebecca. Pode ser?— acho que não. A mulher fulmina-me com os olhos — Papai ainda não chegou? — mudo de assunto.

— Eu pareço sua criada?

Reviros os olhos. Ela era tão ranzinza quanto mamãe. Céus!

— Provavelmente seria demitida se realmente fosse. Será que podemos agir de modo civilizado ou isso apenas funciona na frente dos outros?

Ela levanta-se e atira o guardanapo em mim.

— Você não passa de uma vagabunda dissimulada igualzinha a...

— Rebecca! — papai rosna, surgindo em nosso campo de visão. Minha irmã cala-se, totalmente enfurecida. Ambos trocando olhares significativos — Sentem-se as duas. Onde está a mãe de vocês?

Rebecca lhe envia um último olhar rude e sai grunindo de raiva. Embora, não vá muito longe. Mamãe, como sempre bem vestida, a traz de volta, segurando-a pelo braço.