Capítulo 20

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                    Aurora




Finalizo a trança embutida que fiz em meus fios e dou-me uma última conferida. A roupa que escolhi para o clube que papai frequenta, é um conjunto de short-saia e camisa polo branco com detalhes em azuis, a parte de baixo era um pouco curta e a camisa um tanto colada, dando um efeito aos meus seios, os fazendo
parecer maiores do que realmente são, incomodava-me um pouco, mas, ao mesmo tempo gostava, o incômodo, no fundo, eu sabendo do que se tratava, mamãe e o que pensaria de minhas vestimentas. Sem dúvidas me achará vulgar. Dou de ombros e calço os tênis também brancos, passo protetor pelo sábado ensolarado que temos, um pouco de batom e apanho minha bolsa e óculos escuros.

Lá embaixo, dou de cara com Matteo que usa bermuda cáqui e camisa polo azul-marinho, seus óculos, estilo aviador na camisa. Estapeio-me mentalmente várias vezes por cogitar quão gostoso está. Estávamos desde ontem sem nos falarmos, sei que não dormiu em casa na quinta-feira e durante o café da manhã, recordou-me sobre hoje, indagando-me se eu ainda faria o que disse. Quem ele pensa que sou para não cumprir com que disse? Tirando isso, deu bom dia e a reafirmação que só falou de mim para a amante uma vez, comemos em silêncio, após puxar conversa, querendo saber da faculdade e meu trabalho, fui monossílaba em minhas respostas, até que se cansou e saiu, desejando-me um bom dia.

— Bom dia, Aurora. Está muito bonita! — cumprimenta e elogia, dando-me uma boa olhada, demorando-se em minhas coxas e pernas.

— É melhor sairmos agora ou iremos nos atrasar — ignoro suas palavras — Penélope? — chamo, deixando de olhá-lo, a mulher logo surge.

— Bom dia, senhora — diz carinhosa.

— Bom dia, Penélope — retorno do mesmo modo — Não estaremos para o almoço, faça o que têm que fazer e descanse — ela assente.

— O jantar será aquele mesmo? — pergunta em um tom mais baixo, olhando do Matteo para mim, me implorando com os olhos que eu diga não.

Sinto muito, Pen.!

Mas, no fundo, eu realmente me comporte como uma garota de doze anos, uma garota de doze anos, birrenta e caprichosa.

— É o que combinamos ontem, não se preocupe. Até mais! — sou convicta e ela assente, pedindo licença e retirando-se — Vamos — chamo ao passar por ele e seguir caminho até a saída.

Sinto seus olhos cravados em mim e sinto-me incomodada mesmo que não demonstre, ou finja que não demonstre. Caço meus óculos escuros na bolsa e cubro meus olhos, era mais fácil não o tendo olhando neles. No elevador, como todas às vezes que tinha que entrar em um, mantenho-me tensa, e é ainda pior por ter que dividir o espaço apertado com o motivo da minha chateação. Esse se pondo mais perto do que necessário, afasto-me, praticamente colando-me na parede lateral. Pondo seus próprios óculos, não me passa despercebido o sorrisinho cínico nos cantos dos lábios.

Babaca!

— Teremos peixe para o jantar? — pergunta tão cínico quanto seu sorriso estúpido.

— Sim.

— Hmm… Interessante como toda vez que eu a irrito, só faltamos comer peixe e frutos-do-mar no café da manhã. Pergunto-me se é uma simples coincidência ou pirraça.

MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora