Capítulo 31

33.5K 2.2K 225
                                    

                       Aurora

Os dedos de Matteo deslizando por minha costa nua, é como uma cantiga de ninar, após nosso momento quente lá embaixo, nos lavamos entre mãos bobas e risinhos apaixonados, como se ambos fôssemos adolescentes descobrindo algo novo e fantástico, o que não deixava de ser de uma certa forma. Transamos mais uma vez antes de sair da cascata morna e fomos mais algumas vezes em sua cama, a última da rodada mais calma, aproveitando sem a euforia e urgência de antes. Fizemos amor, lento e doce. E agora, estava apenas nos deliciando com a sensação de êxtase e leveza em nossos corpos e mente. Embora, algo logo surgindo a ela.

— Como era seu pai com você? — antes mesmo que eu possa virar-me e apoiar meu queixo em seu peito nu, o sinto tensionar embaixo de mim — Desculpa. Não precisa falar — acaricio seu rosto, seus dedos ainda na dança lenta em minha pele.

— Um filho da puta por um tempo, depois nada mal, nada bom — responde, sem emoção alguma — Enrico não dava a mínima para Luca ou eu. Existia apenas Dante.

— Ele era um babaca — lhe dou um selinho, ele sorri — Ainda bem que Dante parece não ser como ele.

— Dante é, linda. Apenas não nesse ponto — admiração pelo irmão mais velho brilha em seus olhos.

— Vocês realmente se amam, não é?

— Sempre! Dante morreria por um de nós, e assim como eu, sei que Luca faria o mesmo. Morreríamos um pelo outro. Luca costumava dizer que éramos os três contra esse mundo fodido — conta, perdido em lembranças.

Meu peito enche-se de alegria e gratidão, por Matteo os ter. Que por mais que acredite que não se encaixe, mesmo nunca tendo verbalizado tais palavras, ele os tinha. E me tinha!

— Isso parece incrível!

— Eu sempre achei que meu pai não sabia de mim, e no momento que o fizesse, iria salvar minha mãe e eu — revela, continuo calada, prestando atenção. Ele finalmente me contaria a sua história — Nem sempre moramos no puteiro. Tínhamos uma casa no subúrbio, soube depois que Enrico havia lhe dado após descobrir que Nick não abortou. Ela pensou que ele ficaria com ela ou lhe daria uma mesada gorda, não sabia o quão perigoso ele era, até hoje não entendo como não a matou. Ele me disse uma vez que além de ter fodido a minha mãe, esse foi seu maior arrependimento — soluço, dando-me conta que choro. Que homem mais filho da puta! Se é que dava para chamar alguém assim de homem! — Ei, não chore! É passado, eu superei e estou aqui — seca minhas lágrimas.

— Não acho que tenha superado. Esse homem é um escroto. E ele quem não devia ter vindo ao mundo! — digo entre soluços.

Ele apenas me aperta em seus braços e ri.

— Você é inacreditável! — suspira, olhando-me apaixonado — Posso continuar ou vai seguir se afogando em lágrimas? — lhe dou língua e assinto — Quando eu tinha oito anos, um namorado de Nick nos deu a maior surra e ficou com a casa para ele. Não havia muito o que fazer, ele era traficante, e ela apenas uma viciada prostituta. E eu, um moleque magrelo. Martha, a dona do lugar, tinha quartos para as mulheres que trabalhavam para ela. Então, eu terminei de crescer lá. Nicole fugiu quando eu fiz treze e Tom a encontrou morta em um beco, meses depois. Ela estava lá, por dias, como um monte de lixo... Como um nada! — minhas lágrimas só voltam a descer.

Nicole poderia não ter sido as melhores das mães, mas ele claramente a amava. Afinal das contas, era a sua mãe. Meio que me lembra a minha relação com mamãe. Embora, meu subconsciente alfinete, que a mãe dele tinha problemas com drogas. Calo a pequena cadela, com algo.

— Tom? — ele sorri e assente, seus dedos trabalhando em minha lágrimas.

— Tom não têm uma história muito diferente da minha. Sua mãe era prostituta também. Cresceu no bordel e era segurança lá. Quando ficou um pouco mais velho saiu, mas sempre ia nos visitar. O beco em que encontrou Nick, era próximo de uma boate que trabalhava. Foi lá que eu conheci a An... — cala-se, não que adiante muito.

MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora