Capítulo 39 - Parte I

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Aurora

Me despeço de Ryan, Jude e o restante das pessoas do grupinho que estávamos reunidos na cafeteria do campus, com Ramon ao meu encalço para ir até o trabalho. Minha cabeça estava em um turbilhão de tantas ideias e teorias, que me sentia até insana. As horas custam a passar no C.R.E.M, Victoria desiste de ter uma conversa comigo, apenas garante mais uma vez que estou bem e me deixa com meus pensamentos, e isso era um problema, não me acalmaria até verificar. Cheirava a Mary e eu espionando na noite em que aqueles adolescentes foram iniciados e meu cunhado erguendo um coração. Poderia ficar feio, realmente feio, mas quem eu queria enganar? Lá estaria eu indo bancar a enxerida. Era provável que eu não fosse muito normal. Embora, o que seria normal? E é com este tipo de pensamento que você faz merda. Se essa era minha sina, não correria da luta.

- Victoria?

- Sim, querida?

- Quão chateada ficará comigo se eu precisar sair agora? - ela sorri.

- Nem um pouco. Vá, você já fez seu trabalho, só estava ajudando no meu.

- Prometo ajudar na segunda e não deixar na mão - lhe abraço - Obrigada por isso! - ela sorri - Fique bem.

- Você também, Aurora!

Ramon deixa de ser uma estátua humana assim que me vê saindo as pressas do escritório, não me preocupo em ele não me acompanhando, isso não era problema algum para ele, tanto que abre a porta do carro antes que eu possa fazer.

- Para o Nonna, Nero! Depois a casa dos pais da senhora De Rossi - comunico - Ficaria extremamente feliz se deixarem que eu conte ao meu marido que fomos lá.

- Melhor não, senhora. Não se meta em problemas - Nero diz.

Faço minha melhor cara de ofendida.

- Por acaso pareço o tipo de pessoa que se envolve em problemas? Isso é ultrajante!

Nero me olha envergonhado.

- Com todo respeito, senhora, mas há um certo histórico - rebate Ramon.

- Mal-entendidos - dou de ombros - Por favor, não sejam fofoqueiros só dessa vez. Por favor? - pisco docemente meus cílios e tenho consciência do bico que faço - Vão mesmo me negar isso? Serão só alguns minutos, não vou matá-la ou nada disso.

- Alguns minutos, sem confusão! - Nero concorda.

- Vocês tem minha palavra - sorrio. Ramon olha para o irmão como se ele fosse um idiota por isso. Era triste, mas compreensível, sua falta de fé em mim, não que eu vá admitir em voz alta - Creia, homem de pouca fé! - deixo tapinhas em seu ombro e me ajeito no banco em seguida, pondo o cinto de segurança.

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Shelly continua a não olhar em meus olhos, acho que continua envergonhada pela primeira vez que vim aqui com Matteo, meio que sinto o mesmo, no entanto, estou aqui a negócios, então teremos que deixar o constrangimento entre nós duas de lado, ela por quase babar em Matteo e eu por bancar a ciumenta. Sorrio e ela libera outro em resposta, pura cordialidade, faço meu pedido e deixo uma gorjeta alta. O novo sorriso, nada forçado. Shelly e eu tínhamos encontrado nossa forma de lidar uma com a outra.

- Algo mais, senhora?

- Aurora, Shelly, somente Aurora - ela assente.

- Então... Algo mais, Aurora? - sorrio imensamente para ela.

- Pode apostar - ponho o sobretudo sobre a mesa.


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MATTEO - I Livro Da Trilogia Irmãos Moretti (CONCLUÍDO) 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora